Dom Luciano Mendes de Almeida*
A
vivência da gratuidade do amor ajuda-nos a descobrir
o mistério da vida divina.
Muitos
percorrem o mundo à procura de tesouros. Confundem felicidade com acumulação de
riqueza. Torna-se doentio o anseio de ter sempre mais, usando-se até de meios
ilícitos. A sede de alcançar fortuna e de garantir o bem-estar gera roubos,
assaltos, sequestros e guerras. Não é esse o caminho da felicidade. Basta
observar a realidade e constatar quantas pessoas possuem riqueza e estão longe
de serem felizes. O excesso de bens materiais causa apegos, avareza, dureza de
coração e misteriosa tristeza, aliada ao medo de perder a própria fortuna.
Por que essas considerações? Para procurarmos o sentido da vida onde se encontra a verdadeira felicidade. Desde crianças podemos descobrir os valores que nos alegram e respondem à nossa expectativa de ser feliz. A criança quer ser amada, acariciada, levada ao colo, quer adormecer acalentada pelo carinho materno. O que mais alegra a criancinha é o beijo de sua mãe. Amamentar o filho é um ato de amor que transmite afeto e confiança na vida.
É importante para a mãe também, porque experimenta a felicidade de dar a gratuidade do amor. Esta imagem diz muito para todos nós. Nascer e crescer embalado pelo amor materno e dos que nos envolvem com afeto no seio da família é a vivência que fundamenta a auto-estima e o apreço à própria existência.
Não
basta ser amado para ser feliz; é preciso deixar que o amor cresça e se faça dom para os outros
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A
experiência de ser amado com tanto afeto em gratuidade imprime em nosso íntimo
a marca indelével da beleza do dom de si aos outros como fórmula para ser
feliz. Quem é amado leva em si mesmo a vontade misteriosa de sair do próprio
egoísmo e de experimentar a alegria de amar os outros com gratuidade. Não basta
ser amado para ser feliz; é preciso deixar que o amor cresça e se faça dom para
os outros. Quanto maior a gratuidade, maior a alegria e a realização pessoal.
A
vivência da gratuidade do amor ajuda-nos a descobrir o mistério da vida divina.
Deus é amor, totalmente feliz no mais íntimo de seu ser e na plenitude de sua
gratuidade. A criação do universo é fruto dessa exuberante gratuidade. Inefável
é a sua infinita misericórdia em perdoar e restaurar a pessoa humana quando
erramos O projeto divino de salvação em Jesus Cristo é a prova do amor gratuito
e misericordioso, que oferece à humanidade caminhos de conversão e ensina a
norma suprema da auto-realização pelo dom de si ao próximo pela prática do amor
gratuito, do perdão e da predileção pelos mais pobres e excluídos.
O mundo continua enredado no anseio de ter, na busca de prazer egoísta e na dominação - e está muito longe da alegria de ser feliz.
Jesus colocou na existência de cada um de nós a presença de nossas mães. Ao nos transmitirem a vida com gratuidade, são a imagem do amor divino.
No beijo materno, cada um experimenta que é amado de verdade. Mais. A mãe nos comunica que o segredo da felicidade está em realizar ao longo da vida a alegria de amar com a mesma gratuidade.
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O mundo continua enredado no anseio de ter, na busca de prazer egoísta e na dominação - e está muito longe da alegria de ser feliz.
Jesus colocou na existência de cada um de nós a presença de nossas mães. Ao nos transmitirem a vida com gratuidade, são a imagem do amor divino.
No beijo materno, cada um experimenta que é amado de verdade. Mais. A mãe nos comunica que o segredo da felicidade está em realizar ao longo da vida a alegria de amar com a mesma gratuidade.
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*Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida ( Rio de Janeiro, 5 de outubro de 1930 — São Paulo, 27 de agosto de 2006) foi um religioso jesuíta e bispo católico brasileiro. Foi o quarto arcebispo de Mariana.
Fonte: http://www.arquidiocesebh.org.br/site/opiniao_e_noticias.php?id_opiniao_e_noticias=8880Im
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