terça-feira, 22 de novembro de 2011

Filme imperdível!

Falando na Academia de Artes e Ciência de Hollywood, eu me lembrei do filme “A árvore do amor”.  É um “love story” chinês que merece o Oscar de melhor filme strangeiro, pois tem uma profundidade rara de se encontrar no cinema. A história de amor se passa na Revolução Cultural chinesa a partir de uma jovem que precisa se “reeducar” para se tornar uma militante comunista. Ao ir para o campo a fim de aprender a ser uma verdadeira “proletária”, pois seu pai é considerado ter “traços capitalistas”, descobre o amor num outro jovem que trabalha para um coletivo. Podia ser um filme panfletário contra o regime, mas não é. Tudo se passa de forma natural como a cena em que todos prestam homenagem ao PC chinês e ao líder Mao Tse-Tung: “O nosso partido é maior do que o céu e a terra/Os princípios do presidente Mao são o tesouro da revolução”. O espectador fica mais extasiado com a poesia da paixão. A sensibilidade é tanta que, para não pegar na mão da amada para atravessar um rio, o jovem usa um graveto que os separa, mas que é logo descartado pela menina que já está apaixonada. O singelo é apenas o toque entre mãos, rompendo com o que seria considerado “desrespeito” ao sexo feminino. Ela é que segue as asas da liberdade o tempo todo, descumprindo as regras impostas pela tradição da mãe e pela ideologia do Partido Comunista. Como uma “louca”, vence barreiras mesmo sabendo que poderia ser perseguida enquanto durasse o regime. A jovem só não consegue vencer a “árvore do amor”, a metáfora da história que produz frutos vermelhos na terra fértil dos heróis. E que está além do céu e da terra e é maior do que o tesouro da revolução. E que nenhum regime consegue exterminar. É um filme que encanta e que só não deve ser visto por quem não gosta de “vida real” porque o enredo é baseado numa “história real”.
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Fonte: Blog de Luis Nassif, 22/11/2011

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