sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Uma segunda chance para o matrimônio

Pe. John Flynn, LC

Dicas de como reduzir os divórcios


As consequências negativas de casamentos destruídos são bem conhecidas. A recente publicação do Institute for American Values forneceu algumas sugestões de como reduzir este pesado fardo.

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“Segunda chance: Uma proposta para reduzir divórcios desnecessários”, escrito por William J.Doherty, professor da Family Social Science at the Univesity of Minnesota, e Leah Ward Searas, ex-chefe de justiça do Supremo Tribunal da Geórgia.
Na investigação, foi descoberto que existe uma forte evidência para a teoria de que muitos casais divorciados são bastante similares àqueles que permanecem juntos. O que contradiz o senso comum de que a maioria dos divórcios ocorre somente após muitos anos de conflito. Eles também descobriram que não é verdade a idéia de que, uma vez feita a petição de divórcio, os casais desconsiderem a possibilidade de reconciliação.
Os autores citaram algumas pesquisas realizadas nas últimas décadas, mostrando que, entre 50% e 60% dos divórcios ocorrem com casais que eram relativamente felizes e tinham baixo nível de conflito no ano precedente ao divórcio.
O relatório não se opunha a todos os divórcios e admitiu que em alguns casos pudesse até ser necessário.
Em muitas situações o número de divórcios poderia ser reduzido e isso seria um excelente benefício para as crianças.
- Existem evidências claras de que os pais são menos propensos a ter relacionamentos de alta qualidade com seus filhos.
- Crianças com pais divorciados ou não casados são mais susceptíveis a serem pobres.
- A mortalidade infantil é maior e, em média, as crianças têm pior estado de saúde em comparação aos colegas que têm pais casados.
- Adolescentes de famílias com pais divorciados são mais propensos ao abuso de drogas ou álcool, de entrar em conflito com a lei, e viver uma gravidez na adolescência.
- Crianças que vivem em lares com homens sem laços familiares correm maior risco de abuso físico ou sexual.
- Divórcios aumentam o risco de fracasso escolar e diminui a possibilidade de obter um bom emprego.
-Filhos de pais divorciados têm 50% a mais de chance de um dia terem seus casamentos fracassados.
-Nenhuma estabilidade.
Além disso, a expectativa de que após o divórcio o ex-cônjuge será livre para casar com outra pessoa, com quem será feliz, proporcionando aos seus filhos maior estabilidade, não é um resultado comum, apontou o relatório. A taxa de divórcios no primeiro casamento é de 40% a 50%, e para a segunda união é de 60%. Isso significa que as crianças passam por muitas transições familiares, aumentando cada vez mais as consequências negativas.
Os autores também demostraram que o matrimônio é mais do que apenas um assunto privado e que a estabilidade familiar, ou a falta dela, tem importantes consequências econômicas. Em recente estudo tendo por base um modelo econômico muito cauteloso, foi estimado que divórcios e gravidez fora do casamento custa aos contribuintes dos Estados Unidos no mínimo $12 bilhões por ano.
Analisando como este imenso dano social e econômico pode ser reduzido, o relatório alegou que é errado supor, que uma vez feita a petição de divórcio pelos casais, não há como voltar atrás. Em recente pesquisa foi demonstrado que 40% dos casais americanos já decididos pelo divórcio dizem que, um ou ambos, estão interessados na possibilidade de uma reconciliação.Infelizmente, afirmam os autores, os juízes e advogados de divórcios, normalmente, não fazem qualquer tentativa para promover a reconciliação, concentrando-se em uma resolução rápida para o processo.
Entre as evidências contidas no relatório, estava o resultado de uma amostra de 2.484 pais divorciados. A mesma demonstrava que cerca de um em cada quatro pais acredita que seu casamento ainda poderia ser salvo. O processo de divórcio dos pais envolvidos estava quase no final. Para casais que procuram o divórcio o percentual de abertura à reconciliação poderia ser bem maior, adicionaram os autores.

Recomendações

O relatório prosseguiu fazendo uma série de recomendações que poderiam ajudar a reduzir o número de divórcios.
O período de espera para o divórcio varia de estado para estado. Nos Estados Unidos, dez estados não tem prazo de espera, 29 tem prazo menor que seis meses, sete estados seis meses, e em cinco estados a espera é de um ano ou mais. O relatório sugeriu um período mínimo de um ano a partir da data de apresentação do divórcio até que ele entre em vigor.
Este adiamento poderia dar tempo ao casal para reconsiderar a decisão de se separar. Afinal de contas, muitos estados têm um período de espera para se casar, a fim de desencorajar as decisões impulsivas. Além disso, às vezes, a decisão de divorciar é feita em um momento de crise emocional, e uma pessoa em tal estado não pode pensar sobre as consequências do divórcio a longo prazo.
Junto com um período de espera é fundamental oferecer serviços para promover a reconciliação. Atualmente, afirmaram os autores do relatório, a qualidade dos aconselhamentos matrimoniais disponíveis em muitas comunidades é insuficiente.
Em muitos casos, os conselheiros matrimoniais não são adequadamente formados. Além disso, muitos conselheiros sentem que devem manter a neutralidade quanto à possibilidade do casamento terminar em divórcio ou não, o que não estimula a esperança para um casal à beira do divórcio.
Programas de educação para o aprimoramento do matrimônio, especialmente para aqueles em maior risco de divórcio, foi outra recomendação. Avaliações de alguns dos melhores programas têm mostrado que estes são bastante eficazes.
Estas e outras recomendações sugeridas no relatório se forem implementadas, devem ajudar a reduzir o número de divórcios, um resultado que seria benéfico para muitas pessoas e para a sociedade como um todo.
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Por Pe. John Flynn, LC
Fonte: ROMA, terça-feira, 22 de novembro de 2011(ZENIT.org)
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