CLÁUDIO MORENO*
33 – A infatigável Madame de Staël confessou que não sabia por que as
pessoas – especialmente os homens – cansavam dela tão rapidamente.
Benjamin Constant, que a amou enquanto pôde, disse que nunca conheceu
uma mulher que fosse tão continuamente exigente. A vida de todos os que
andavam a seu redor – cada hora, cada minuto, anos a fio – devia estar à
sua disposição, ou sobreviria uma explosão maior que a soma de todos os
terremotos e trovoadas. Sempre que falava no fracasso de seu
relacionamento com madame, Constant queixava-se, com amargor, de que
sempre tinha se sentido necessário – mas nunca suficiente.
34 – Solinus, naturalista romano do início da Era Cristã, ao descrever a fisiologia da mulher, classifica o fluxo menstrual como uma “doença monstruosa”, cujos efeitos maléficos são relacionados no tratado que ele chama de Coisas Memoráveis: se não houver precauções, tudo se estraga à sua volta – as sementes não germinam, os vinhos azedam, as plantas murcham, as árvores perdem os frutos, o ferro enferruja e o bronze oxida. Além disso, as mulheres neste estado têm um olhar tão funesto que mata o brilho dos espelhos e tira a nitidez de seus reflexos, fazendo o rosto de quem neles se olha aparecer encoberto por uma espécie de névoa. Solinus, no entanto, reconhece que a existência da mulher é importante para que o homem possa gerar sua descendência. Observa que há algumas que nunca poderão ter filhos, mas entre essas, conclui nosso grande especialista, algumas se curam de sua esterilidade no momento em que casam com outro homem...
35 – Conta Plutarco que Leo Bizantino, famoso orador, foi um dia a Atenas para tentar conciliar duas facções políticas que se hostilizavam naquela cidade. Quando levantou para falar, no entanto, a assembleia começou a rir e a caçoar de sua baixíssima estatura, que era realmente fora do comum. “O que vocês diriam, então”, perguntou, “se conhecessem minha mulher, que mal chega à minha cintura?”. Como era de esperar, os risos redobraram, mas ele, imperturbável, concluiu: “Pois saibam que Bizâncio é grande e nós somos pequenos, mas quando eu e ela começamos a brigar, não há cidade que chegue para nós!”.
36 – Em seu Caderno de Apontamentos, Samuel Butler, escritor inglês e tradutor de Homero, sugere que a Rainha Vitória, que sempre viajava como Condessa de Balmoral, certamente ficaria bem mais feliz se pudesse viajar apenas como uma simples Mrs. Smith. “No fundo, há muito de Mrs. Smith escondido dentro de qualquer rainha – assim como há muito de rainha escondido dentro de qualquer Mrs. Smith.”
34 – Solinus, naturalista romano do início da Era Cristã, ao descrever a fisiologia da mulher, classifica o fluxo menstrual como uma “doença monstruosa”, cujos efeitos maléficos são relacionados no tratado que ele chama de Coisas Memoráveis: se não houver precauções, tudo se estraga à sua volta – as sementes não germinam, os vinhos azedam, as plantas murcham, as árvores perdem os frutos, o ferro enferruja e o bronze oxida. Além disso, as mulheres neste estado têm um olhar tão funesto que mata o brilho dos espelhos e tira a nitidez de seus reflexos, fazendo o rosto de quem neles se olha aparecer encoberto por uma espécie de névoa. Solinus, no entanto, reconhece que a existência da mulher é importante para que o homem possa gerar sua descendência. Observa que há algumas que nunca poderão ter filhos, mas entre essas, conclui nosso grande especialista, algumas se curam de sua esterilidade no momento em que casam com outro homem...
35 – Conta Plutarco que Leo Bizantino, famoso orador, foi um dia a Atenas para tentar conciliar duas facções políticas que se hostilizavam naquela cidade. Quando levantou para falar, no entanto, a assembleia começou a rir e a caçoar de sua baixíssima estatura, que era realmente fora do comum. “O que vocês diriam, então”, perguntou, “se conhecessem minha mulher, que mal chega à minha cintura?”. Como era de esperar, os risos redobraram, mas ele, imperturbável, concluiu: “Pois saibam que Bizâncio é grande e nós somos pequenos, mas quando eu e ela começamos a brigar, não há cidade que chegue para nós!”.
36 – Em seu Caderno de Apontamentos, Samuel Butler, escritor inglês e tradutor de Homero, sugere que a Rainha Vitória, que sempre viajava como Condessa de Balmoral, certamente ficaria bem mais feliz se pudesse viajar apenas como uma simples Mrs. Smith. “No fundo, há muito de Mrs. Smith escondido dentro de qualquer rainha – assim como há muito de rainha escondido dentro de qualquer Mrs. Smith.”
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* Colunista da ZH
Fonte: ZH on line, 15/05/2012
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