A humanidade passa por um período de incertezas. A principal delas é relacionada à separação do ser humano e da natureza.
Em busca de um caminho de diálogo entre sustentabilidade e justiça
social, a física e ecofeminista indiana Vandana Shiva palestrou na noite
de segunda-feira durante o evento Fronteiras do Pensamento, no Salão de
Atos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Falando para um público ávido por caminhos para a mudança socioambiental e por respostas para a crise ecológica atual, Vandana falou sobre como o agronegócio causa uma ação devastadora na biodiversidade e nos sistemas de saber.
A palestrante agradeceu à plateia pela herança que o Estado deixou com a realização do Fórum Social Mundial (FSM):
— Estive aqui pela primeira vez para participar do FSM e digo a vocês que foi grandiosa a contribuição que deram ao mundo. A minha viagem também é para prestar um tributo para meu amigo José Lutzenberger (ambientalista, morto em 2002) e a sua região, que acreditou que um outro mundo é possível.
Vandana acredita que a humanidade passa por uma época de incertezas, e que a principal delas é relacionada à separação do ser humano e da natureza. Isso ocorre, segundo ela, porque antes o ser humano era muito dependente dos recursos da terra.
Foto: Diego Vara
— Quando eu era estudante, enfrentávamos no mundo o Apartheid, que visava a separação entre os negros e brancos. Entendo que na sociedade contemporânea ocorre o "eco apartheid", a separação do homem e da natureza — afirma.
Para Vandana, as estruturas da relação humana com a terra tem a ver com os limites impostos para a criação pelo novo sistema socioeconômico. Questionamentos sobre quem produz, onde se produz e como se produz remetem diretamente à relação do conhecimento com a ciência, e como isso se reflete na cadeia de alimentos.
A palestrante explicou que as ideias do filósofo e jurista Francis Bacon, na Royal Society, em Londres, foram inspiradas na proposta de que, até então, o conhecimento havia sido tratado como algo feminino, e que passaria a ser masculino, pela forma como se decidiu transformar a natureza em algo subserviente à economia.
Segundo Vandana, pensava-se que a visão dos índios na nova Inglaterra estava atrasando o progresso. Convergência de patriarcado com a ascensão do capitalismo tinham a ver, conforme a ecofeminista, com a morte da natureza, o que se prestava a exploração do capitalismo que a Royal Society estava querendo. Tudo isso, no século XVII.
— A fronteira da criação também está associada com a ascensão do pensamento mecânico, aquele que não vê relações entre os tipos de conhecimentos. A fronteira continua sendo reintroduzida de maneiras novas. O patenteamento da vida é uma forma de determinar novas fronteiras.
Falando para um público ávido por caminhos para a mudança socioambiental e por respostas para a crise ecológica atual, Vandana falou sobre como o agronegócio causa uma ação devastadora na biodiversidade e nos sistemas de saber.
A palestrante agradeceu à plateia pela herança que o Estado deixou com a realização do Fórum Social Mundial (FSM):
— Estive aqui pela primeira vez para participar do FSM e digo a vocês que foi grandiosa a contribuição que deram ao mundo. A minha viagem também é para prestar um tributo para meu amigo José Lutzenberger (ambientalista, morto em 2002) e a sua região, que acreditou que um outro mundo é possível.
Vandana acredita que a humanidade passa por uma época de incertezas, e que a principal delas é relacionada à separação do ser humano e da natureza. Isso ocorre, segundo ela, porque antes o ser humano era muito dependente dos recursos da terra.
Foto: Diego Vara
— Quando eu era estudante, enfrentávamos no mundo o Apartheid, que visava a separação entre os negros e brancos. Entendo que na sociedade contemporânea ocorre o "eco apartheid", a separação do homem e da natureza — afirma.
Para Vandana, as estruturas da relação humana com a terra tem a ver com os limites impostos para a criação pelo novo sistema socioeconômico. Questionamentos sobre quem produz, onde se produz e como se produz remetem diretamente à relação do conhecimento com a ciência, e como isso se reflete na cadeia de alimentos.
A palestrante explicou que as ideias do filósofo e jurista Francis Bacon, na Royal Society, em Londres, foram inspiradas na proposta de que, até então, o conhecimento havia sido tratado como algo feminino, e que passaria a ser masculino, pela forma como se decidiu transformar a natureza em algo subserviente à economia.
Segundo Vandana, pensava-se que a visão dos índios na nova Inglaterra estava atrasando o progresso. Convergência de patriarcado com a ascensão do capitalismo tinham a ver, conforme a ecofeminista, com a morte da natureza, o que se prestava a exploração do capitalismo que a Royal Society estava querendo. Tudo isso, no século XVII.
— A fronteira da criação também está associada com a ascensão do pensamento mecânico, aquele que não vê relações entre os tipos de conhecimentos. A fronteira continua sendo reintroduzida de maneiras novas. O patenteamento da vida é uma forma de determinar novas fronteiras.
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