segunda-feira, 9 de novembro de 2009

7 mitos na educação

Pesquisas nacionais e internacionais
mostram que, isoladas, "soluções"
que parecem óbvias não melhoram
 o desempenho dos alunos




VERDADE OU MENTIRA


1. SÓ PAGAR MELHOR O PROFESSOR JÁ MELHORA O APRENDIZADO
Pesquisas nacionais e internacionais indicam que não há relação entre o salário do professor e o aprendizado dos alunos no curto prazo, já que não há impacto imediato na maneira como o professor ensina. No entanto, no longo prazo, alguns especialistas em educação afirmam que isso pode tornar a carreira de professor mais atraente, estimulando os melhores alunos do ensino médio a seguirem essa profissão.

2. MELHORAR A INFRAESTRUTURA DA ESCOLA TEM IMPACTO POSITIVO NO DESEMPENHO DOS ALUNOS
Na avaliação de alunos da oitava série na Prova Brasil de 2007, de 14 CEUs avaliados, 9 tiveram nota menor que a média da rede municipal de São Paulo. Uma das hipóteses é que, sem ter professores preparados para ensinar melhor, dispor de facilidades como piscina, teatro e recursos tecnológicos avançados não traz avanços no aprendizado dos alunos.

3. A PROGRESSÃO CONTINUADA CONTRIBUI PARA PIORAR A QUALIDADE DO ENSINO
Nesse sistema, o aluno não está sujeito a repetência ao fim de cada série, mas ao fim de cada ciclo. Segundo pesquisa de Naércio Menezes Filho, os alunos das redes com progressão continuada têm desempenho muito parecido ao dos alunos de escolas com regime seriado. "Além disto, a evasão é muito maior no segundo caso (seriado)."

4. CURSOS DE RECICLAGEM PARA PROFESSORES AJUDAM A MELHORAR O ENSINO
Estudos feitos no Brasil e no exterior mostram que os professores que fizeram os chamados cursos de formação continuada não passaram a ensinar melhor. Isso porque eles são muito teóricos e influenciam pouco na melhoria do ensino em sala de aula. Mozart Neves, presidente do Todos pela Educação e professor da UFPE, ressalta que o mais indicado seria melhorar a formação dada nas universidades.

5. GASTAR MAIS COM EDUCAÇÃO É SUFICIENTE PARA AUMENTAR O APRENDIZADO DOS ALUNOS
De acordo com levantamento feito por Menezes Filho, municípios que gastam R$ 1.000 por aluno no ensino fundamental têm a mesma nota na Prova Brasil do que municípios que gastam R$ 3.000. O economista Gustavo Ioschpe lembra ainda que, na maioria dos casos, aumentar os gastos com educação significa elevar os salários dos professores, que não é algo que dá resultados.

6. A ESCOLA NÃO PODE AJUDAR FILHOS DE FAMÍLIAS DESESTRUTURADAS
Para aprender, o aluno deve estar bem emocionalmente, mas isso não quer dizer que a escola deve se eximir de seu papel de educar, diz Magdalena Viggiani Jalbut, do Instituto Superior de Educação Vera Cruz. Além disso, mesmo no caso de uma família fora do padrão (quando mãe e pai não estão interessados na educação do filho), qualquer outro parente, até um primo, pode estimular a criança a aprender, segundo estudos feitos na França citados por Maria Letícia Nascimento, da Faculdade de Educação da USP.

7. SISTEMAS DE ENSINO APOSTILADOS TOLHEM A AUTONOMIA DO PROFESSOR
Estudos feitos por Paula Louzano, doutora em educação pela Universidade Harvard (EUA), mostram que municípios de SP que usam esses métodos estruturados (como os do COC e do Anglo, com apostilas) tiveram desempenho superior na Prova Brasil, na comparação com as demais redes municipais. Em entrevista com professores que usam o sistema, 84% disseram que o desempenho dos alunos melhorou e 36% que o material estimula o aprendizado.
Reportagem de FABIANA REWALD, Folha Cotidiana, 09/11/2009

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