quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Redes sociais e as empresas

Carlos Eduardo Moura*


Biz Stone, ex-funcionário do Google e co-fundador do Twitter, esteve semana passada no Brasil. E o que ele disse de interessante? Não muita coisa, na verdade. Mas a ferramenta inventada por ele vem revolucionando a forma de nos relacionarmos pela internet e a própria internet.
Com mais de 50 milhões de pessoas cadastradas no mundo, o Twitter é um microblog, uma espécie de mural de recados, onde o usuário se cadastra e pode escrever em até 140 caracteres uma pequena mensagem sobre qualquer coisa — os tweets (pio, em inglês) ou, na versão aportuguesada, tuítes. Quem é seguidor consegue ler diretamente em sua conta (ou timeline, para os iniciados) as mensagens escritas por outros usuários.
Pesquisas mostram que 15% dos internautas brasileiros utilizam a ferramenta, o que coloca o país à frente (percentualmente) de países do primeiro mundo, como Estados Unidos (10,69%), Reino Unido (9,36%), Austrália (5,36%) e Alemanha (4%).
Personalidades brasileiras como Luciano Huck, William Bonner, Rubens Barrichello e Mano Menezes aderiram ao mecanismo e fazem grande sucesso. Políticos também usam a ferramenta como forma de se aproximarem de seus eleitores. Exemplo? Barack Obama (o precursor), José Serra, Aloízio Mercadante e por aí vai.
Recentemente, a revolta da população durante as eleições no Irã foi transmitida em tempo real pelo Twitter, já que jornalistas e veículos tradicionais estavam impedidos de enviar notícias para fora do país.
E as empresas nisso? Marcas globais como Dell, Starbucks, Nokia e brasileiras, como Camiseteria.com, Cultura Inglesa, Tecnisa, entraram na onda e estão tuitando suas notícias, promoções e ideias e se perguntam cada vez mais como utilizar o potencial das redes sociais em favor de suas marcas.
Essas empresas perceberam que mecanismos como Twitter, Facebook e blogs são excelentes ferramentas para se aproximar dos clientes e gerar negócios, muito melhores do que veículos tradicionais como a TV, por exemplo. Uma das principais vantagens do Twitter, diz seu guia para marcas (http://business.twitter.com/twitter101), é a chance de a companhia se comunicar de modo casual e espontâneo com o consumidor. Afinal, a mensagem não é intrusiva — só a lê quem é seguidor da empresa.
O guia ainda traz mais dicas: deixe sempre um meio de contato, como e-mail; preste atenção ao que dizem de sua marca, seus produtos e serviços; procure encaminhar reclamações para que sejam logo resolvidas; seja rápido no retorno; adote um tom casual nas mensagens; compartilhe os projetos da empresa; ofereça bônus e descontos; e, por último, mas não menos importante, não pratique SPAM.
É bom mesmo as empresas prestarem mais atenção à internet e às redes sociais. O Ibope divulgou recentemente uma pesquisa que mostra que para a população jovem a TV deixou de ser o meio de comunicação mais importante. Para a faixa etária de 10 a 17 anos, o computador com acesso à internet é o aparelho mais relevante, seguido pela TV e telefone celular. Dos 18 aos 24 anos, vem celular, computador com internet e só depois a TV.
Portanto, a internet será a principal ferramenta de comunicação num futuro próximo e as redes sociais, como Twitter e Facebook, onde o burburinho acontecerá. Estar presente desde já pode garantir um futuro promissor às empresas que souberem aproveitar oportunidades.

*Carlos Eduardo Moura é diretor da Happy Hour Comunicação
Fonte: Correio Popular, Campinas - 11/11/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário