quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tenha uma boa noite de sono


Tento dormir, em vão
Mais uma noite, me mexo, remexo
A ansiedade, aos poucos, toma conta de mim
Sei que o amanhã vai chegar
Preciso dormir
Fecho os olhos
Meu corpo fica quieto, bem quieto
Mas minha mente não para, está indomável
(extraído do livro Durma bem e acorde para a vida, de Sandra Rosenfeld)

Durma bem que lhe faz bem. O ditado popular parece simplório, mas exprime o que importa para a qualidade de vida: uma noite bem dormida. Entretanto, não são todas as pessoas que podem se beneficiar desse prazer. De acordo com estudos efetuados pelo Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), referência mundial em diagnósticos e pesquisas de distúrbios do sono, 15% dos moradores da cidade de São Paulo sofrem de insônia e 34% de apneia do sono.
Para o neurologista Luciano Ribeiro, do Instituto do Sono, os principais distúrbios são insônia, ronco, apneia do sono e sonolência excessiva. "As insônias ocorrem devido a transtornos físicos, ansiedade, estresse, depressão, fatores psicossociais, comportamentos alterados e fatores cognitivos. Já os roncos e apneias são causados por obstruções das vias aéreas durante o sono. Os transtornos costumam se apresentar mais na faixa adulta, sendo que a insônia ataca mais mulheres do que homens. Em geral, as pessoas mais velhas dormem menos devido a fatores físicos e alterações do ritmo circadiano próprio da idade".
O médico alerta que uma noite bem dormida é fundamental para a reposição de todas as funções do organismo, físicas e mentais. "Dormir é importante para uma boa qualidade de vida. A falta de sono provoca fadiga, irritabilidade e consequências de ordem emocional. As insônias crônicas, sobretudo, têm uma relação estreita com o estresse e devem ser combatidas através de tratamento farmacológico com medicamentos seguros, sob orientação médica, e também com terapia comportamental-cognitiva".
O médico Denis Martinez, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que há 30 anos se dedica à medicina do sono e autor dos livros Como vai seu sono? e Insônia na parte clínica, ressalta que dormir demais faz mais mal do que dormir de menos, a não ser na quarta idade - quanto mais o idoso acima de 80 anos dormir, melhor. "Alguns estudos até mostram que, fisicamente, quem tem insônia adoece menos. Por outro lado, tem problemas psicossociais, ou seja, a pessoa começa a perder horários, a ficar muito cansada, irritada, deprimida".
Ele observa que as insônias se manifestam de três maneiras: dificuldade de pegar no sono, de mantê-lo ou acordar cedo demais. "Existem 54 razões para se ter insônia, incluindo cãibras, sonambulismo, irritação e depressão, entre outras. Há a insônia primária, que a pessoa tem desde que nasce, são crianças que dormem pouco e não se sabe por quê, é uma doença. As outras são secundárias, têm alguma causa, se descobre qual é, se trata e resolve o problema. Precisamos dormir para recarregar as baterias, repor as energias nos neurônios. Está provado que as pessoas que dormem em torno de sete horas têm mais longevidade e melhor qualidade de sono. E a qualidade do sono é uma parte importantíssima da qualidade de vida".

OS 10 MANDAMENTOS PARA UMA BOA NOITE DE SONO
1. Horário regular para dormir e despertar
2. Ir para a cama somente na hora de dormir
3. Ambiente saudável
4. Não fazer uso de álcool próximo ao horário de dormir
5. Não fazer uso de medicamentos para dormir sem orientação médica
6. Não exagerar em café, chá e refrigerante
7. Atividade física em horários adequados e nunca próximo à hora de dormir
8. Jantar moderadamente em horário regular e adequado
9. Não levar problemas para a cama
10. Atividades repousantes e relaxantes após o jantar
Fonte: Instituto do Sono - Unifesp

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