Nada de tanque ou eletrodoméstico:
bastam 12 horas congelada e
a calça jeans fica pronta para outra
Fabricante diz que técnica é ecológica: economiza água, sabão e energia
A urgência em economizar água fez brotar uma alternativa que deve movimentar o mercado da moda: o jeans que não é lavado nem precisa passar.
A novidade foi apresentada em uma feira sobre sustentabilidade, em Berlim, no ano passado, e inspirou a empresária mineira Jandira Barone, da Tristar, que estava no evento alemão.
De volta ao Brasil, Jandira criou o jeans que fica limpo apenas no processo de congelamento, no freezer caseiro.
A peça será vendida junto com uma sacolinha com vedação, própria para temperaturas baixas. Doze horas dentro do freezer são suficientes para matar as bactérias e tirar o cheiro de uso, mas o ideal é deixar o dobro deste tempo. “Nossa preocupação é prioritariamente com a ecologia. Vai economizar água, sabão e energia para passar”, diz Jandira, lembrando que o freezer já fica ligado à geladeira mesmo.
A empresária explica que as peças são orgânicas – algodão, fibras e tingimentos que não levam agrotóxicos em nenhuma das etapas – da matéria- prima à calça jeans pronta.
Mas não poderia ser totalmente fashion se não apelasse para o que há de mais disputado nessa área: a exclusividade. “À medida que vai congelando e descongelando, o tecido amacia e a calça fica com o formato do corpo da pessoa”, defende Jandira.
Da mesma forma, se algo respingar na peça, o resfriamento fará com que a mancha seja incorporada ao modelo, tornando-o mais pessoal ainda. “Os consumidores não compram calças puídas, detonadas, manchadas? O conceito é o mesmo, só que será um detalhe produzido pelo próprio usuário”, diz.
Mas se o líquido derramado na roupa for, por exemplo, graxa ou gordura e a pessoa quiser lavar, não há nenhum problema em usar água e sabão. A diferença é que a lavagem muda um pouco o formato da peça, característica que o congelamento mantém.
Calças e shorts jeans com embalagens para o freezer são as primeiras unidades que a Tristar vai lançar com sua própria marca.
Há 35 anos no mercado, a fábrica, do Rio de Janeiro, abastece grifes como Animale, Espaço Fashion, Enjoy, Checklist, Ecletic e Botswana.
A comercialização será feita a partir de abril, através de consultoras de vendas, do tipo das que vendem de porta em porta, e também em lojas multimarcas. Jandira ainda não definiu o preço, mas acredita que as lojas devem fixar algo em torno de R$ 300 para as calças, que são dupla face.
Além de não precisar lavar, é só virar pelo avesso para usar a mesma roupa como se fosse outra. Isso é que é otimizar.
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REPORTAGEM DE Eliane Lobato
REPORTAGEM DE Eliane Lobato
FONTE: Revista ISTO É online - Ed. nº 2098 /22.Jan,2010
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