Juremir Machado da Silva*
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Leio Sun Tzu em qualquer lugar. Até no
lotação. Li-o recentemente por me ter caído às mãos uma nova edição da
L&PM de "A Arte da Guerra". O general chinês escreveu certamente o
mais importante manual de autoajuda bélica da história da humanidade.
Serve para empresários, treinadores de futebol, chefes de todo tipo e
até para quem luta no pavoroso campo de batalha do mundo literário, onde
todos os golpes baixos são normalmente permitidos. Sun Tzu sabe que sem
punição não se incute disciplina. Por isso, corta a cabeça das
preferidas do soberano quando elas começam a rir das suas instruções
militares. Celso Roth, antes do mundial em que o Internacional foi
humilhado pelo Mazembe, e Paulo Porto, técnico do Caxias que venceu o
primeiro turno do Gauchão de 2012, poderiam ter chegado a resultados
melhores se tivessem lido Tzu: "Depois de uma primeira vantagem, não
esmoreças nem dês às tuas tropas um repouso precipitado".
O estrategista competente deve evitar a precipitação, a hesitação, a irascibilidade, a preocupação com as aparências e a excessiva complacência. São todos os meus defeitos. Segundo o mestre, "a primeira batalha que devemos travar é contra nós mesmos". Aí é que mora o perigo. Ao menos, sigo alguns dos seus ensinamentos em relação ao inimigo: "Não percas nenhuma ocasião de importuná-lo. Faz com que ele pereça à míngua. Encontra meios para irritá-lo". Em certos casos, o silêncio é a arma mais eficaz. Em outros, o ataque frontal. Nossos ditadores mais recentes ignoraram uma lição do mestre: "Trata bem os prisioneiros, alimenta-os como se fossem teus próprios soldados. Na medida do possível, faz com que se sintam melhor sob tua égide do que em seu próprio campo". Ninguém se sente melhor sendo torturado ou executado. Humilhar não significa carnear.
Sun Tzu poderia ganhar muito dinheiro, se vivesse hoje, como guru de treinador de futebol ou comentarista de resultados. Enfrentaria, porém, o ódio dos retranqueiros que se percebem como estrategos: "A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque". O defensivismo é sinal de fraqueza: "Quem se defende mostra que a sua força é insuficiente; quem ataca mostra que é abundante". O resto é explicação para derrota: "A arte de manter-se na defensiva não iguala a de combater com sucesso". Uau! Em bom português, quem tem bala na agulha vai para cima. Quem tem pouca farinha no saco, ataca pelos flancos, guerra de guerrilha, e bate em retirada. O contra-ataque é sempre uma declaração de fraqueza, salvo se for dissimulação.
A sabedoria de Sun Tzu é tanta que engloba a de Paulo Coelho e a das colunistas que aconselham a mulher moderna - amante, empresária, amiga e dona de casa: "Ao percorrer as fileiras do teu exército, se notares algum vazio, preenche-o. Se encontrares superabundância, reduz. Se perceberes algo alto demais, abaixa. Se houver algo excessivamente baixo, eleva". Quem lê Sun Tzu todo dia fica imbatível ou vira consultor de empresa tipo Google.
O estrategista competente deve evitar a precipitação, a hesitação, a irascibilidade, a preocupação com as aparências e a excessiva complacência. São todos os meus defeitos. Segundo o mestre, "a primeira batalha que devemos travar é contra nós mesmos". Aí é que mora o perigo. Ao menos, sigo alguns dos seus ensinamentos em relação ao inimigo: "Não percas nenhuma ocasião de importuná-lo. Faz com que ele pereça à míngua. Encontra meios para irritá-lo". Em certos casos, o silêncio é a arma mais eficaz. Em outros, o ataque frontal. Nossos ditadores mais recentes ignoraram uma lição do mestre: "Trata bem os prisioneiros, alimenta-os como se fossem teus próprios soldados. Na medida do possível, faz com que se sintam melhor sob tua égide do que em seu próprio campo". Ninguém se sente melhor sendo torturado ou executado. Humilhar não significa carnear.
Sun Tzu poderia ganhar muito dinheiro, se vivesse hoje, como guru de treinador de futebol ou comentarista de resultados. Enfrentaria, porém, o ódio dos retranqueiros que se percebem como estrategos: "A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque". O defensivismo é sinal de fraqueza: "Quem se defende mostra que a sua força é insuficiente; quem ataca mostra que é abundante". O resto é explicação para derrota: "A arte de manter-se na defensiva não iguala a de combater com sucesso". Uau! Em bom português, quem tem bala na agulha vai para cima. Quem tem pouca farinha no saco, ataca pelos flancos, guerra de guerrilha, e bate em retirada. O contra-ataque é sempre uma declaração de fraqueza, salvo se for dissimulação.
A sabedoria de Sun Tzu é tanta que engloba a de Paulo Coelho e a das colunistas que aconselham a mulher moderna - amante, empresária, amiga e dona de casa: "Ao percorrer as fileiras do teu exército, se notares algum vazio, preenche-o. Se encontrares superabundância, reduz. Se perceberes algo alto demais, abaixa. Se houver algo excessivamente baixo, eleva". Quem lê Sun Tzu todo dia fica imbatível ou vira consultor de empresa tipo Google.
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* Sociólogo. Prof. Universitário. Escritor. Tradutor. Cronista do Correio do Povo
juremir@correiodopovo.com.br
Fonte: Correio do Povo on line, 07/06/2012
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