Lino Macedo propõe, em seu livro "Ensaios pedagógicos: como construir uma escola para todos", que pensemos em um labirinto como metáfora para as diferentes etapas da aprendizagem. Pense em uma pessoa que deseja, ou precisa, aprender como se estivesse na entrada de um labirinto. Esse labirinto pode ter várias entradas porque o sujeito pode aprender uma mesma coisa de diferentes maneiras, por diferentes razões, diferentes sentidos e diferentes culturas. Como percorrer esse labirinto, que conselhos dar a esse sujeito viajante? Leia os conselhos dados por Jaques Atalli:
"Nada entrada, abertura sombria, o profano, o ignorante apenas vêum túnel cheio de armadilhas, sem escapatória. Se dá meia volta, fecha a porta da vida. Se entra, se vence a vertigem, as ilusões, o medo, se não cria impasses para si mesmo, se aceita utilizar qualidades muito especiais, desvalorizadas hoje em dia, descobrirá que a ilusão inicia, que o medo fortifica, que o erra engrandece, que a vertigem transfigura. Iniciado, ele poderá mesmo ali voltar, recomeçar o seu percurso para ir mais longe ainda, e mesmo ensinar os outro a atravessarem; ele terá se tornado um mestre do labirinto. Para conseguir isso, ele terá de esquecer as quatro qualidades tão valorizadas na sociedade industrial: velocidade, razão, lógica, transparência. E reencontrar as dos exploradores de labirintos: perseverança, lentidão, malícia, curiosidade, astúcia, flexibilidade, improvisação, domínio de si; qualidades que os antigos inculcavam em suas crianças por ritos e danças para lhes lembrar que, se eles tinham sobrevivido até então, é porque não tinham esquecidos suas origens e as virtudes de um viajante."
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Fonte: http://miriamsalles.info/wp/?cat=54 A ilustração do post: Minotauro, de Rodrigo Rosa.
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