domingo, 12 de setembro de 2010

Novas plataformas eletrônicas


Nossa experiência com a leitura está em franca transformação
depois do surgimento de livros, jornais e revistas digitais criados
para as novas plataformas eletrônicas.

Antes de começar a ler o artigo, coloque um fone de ouvido, dê o play em sua música preferida e saiba que, a partir de agora, sua leitura diária será muito mais movimentada. Importante: O “clique aqui” é meramente “ilustrativo” (ou não). Capítulo 5, A ponte de Khazad-Dúm: “A Comitiva do Anel parou diante do túmulo de Balin, em silêncio. Frodo pensou em Bilbo”. Quer ver esta cena do blockbuster O senhor dos anéis – A sociedade do anel? Clique aqui.
“Mas o Led Zeppelin estava fazendo muito sucesso nos EUA e precisávamos deles...”, do livro Led Zeppelin – Quando os gigantes caminhavam sobre a terra. Quer ouvir toda a discografia enquanto lê (na ordem dos capítulos)? Quer assistir aos vídeos? Quer receber em sua casa uma camiseta oficial do tour do Canadá? Clique aqui. “Two decades after its birth, the World Wide Web is in decline, as simpler, sleeker services – think apps” [Duas décadas depois de seu nascimento, a Web está em baixa diante de serviços mais simples e mais personalizados - pense, por exemplo, nos apps ( aplicativos para telefones celulares).] – Chris Anderson na Wired de setembro. Aproveite e conheça outras teorias. Quer entrar em um fórum de discussão? Entender o que o mercado preconiza? Clique aqui.
E assim sua leitura ganha uma forma completamente nova e se torna uma experiência mais profunda e o mais completa possível. A revolução não é tecnológica, é comportamental. Queremos mais. Queremos consumir tudo o que for possível sobre nosso principal interesse durante aqueles minutos. Toda a informação gerada e arquivada pela humanidade, desde o seu primórdio, está a um toque de seu dedo. Aproveite.
A identidade e a relação emocional com um produto, tangível ou não, é o que determina o espaço que ele tem em sua vida. Se, por um lado, a facilidade do universo dos e-readers permitirá maior e melhor interatividade com as histórias e seus conteúdos complementares, até que ponto os “extras” limitarão o tão importante exercício do imaginar? Que falta fará tocar o papel? Sentir o peso, o cheiro e, por que não, viver o ritual de folhear um livro ou uma revista? “Clique aqui para ler outras opiniões”? Recente pesquisa da Magazine Publishers of America diz que 60% da população (estadunidense) pretendem ler livros e revistas em um e-reader até 2013. Qual será o limite das novas ferramentas para o mercado do entretenimento? Tudo ligado a tudo e a todos. E o mercado de mídia e comunicação? Mais uma vez tentarão de tudo, com tudo e todos?
Passamos mais tempo com nossos gadgets, ou navegando ou em aplicativos, do que queremos assumir. É só você pensar onde viu a hora quando acordou, onde leu seus e-mails e as principais notícias durante o café da manhã, se no caminho para o trabalho não respondeu a um SMS e se, no almoço, não deu aquela conferida no Twitter. Não, não é difícil acreditar que o seu próximo livro será lido em um e-reader (nem que seja por curiosidade).
Para ouvir outras opiniões, perguntei para dois updaters (profissionais que escrevem colaborativamente no Update or Die) quais eram os principais diferenciais de consumo com os e-readers. Para Jorge Carvalho, o diferencial é poder escolher, comprar e começar a ler o livro em poucos minutos. “Outra coisa boa é poder levar vários livros ao mesmo tempo e a possibilidade de checar o significado de palavras com o dicionário embutido”. Já Lorenzo Mendoza acha que o grande atrativo é o tamanho do acervo disponível e concorda que o grande diferencial para as revistas e agregadores de notícias é a capacidade multimídia. As portas e janelas para a interação entre leitores do mundo inteiro também estão abertas. “A partir de agora, você pode ver quais são os trechos mais grifados pelos leitores, iniciar uma conversa sobre o texto e ainda há a promessa de ler as anotações dos outros.”
O importante é termos a certeza de que vivemos uma era em que interesses e relacionamentos mudam as dinâmicas diariamente. Queremos o novo sem abrir mão do que realmente gostamos e acreditamos e... podemos ter isso.©

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