José Eustáquio Diniz Alves*
O mundo pode resolver o problema da fome e da insegurança alimentar se
parar de gastar em armas de destruição em massa e em guerras que causam
mortes de pessoas e de seres de outras espécies vivas da Terra. Reduzir e
eliminar os gastos militares pode ser uma solução para evitar a
disparada do aquecimento global antrópico, com todas as suas
consequências negativas, como o furacão Sandy que devastou partes do
Caribe e da Costa Leste dos Estados Unidos.
Em setembro de 2012, segundo reportagem da Rádio ONU, a presidente do
Brasil, Dilma Rousseff, na abertura da Assembleia Geral das Nações
Unidas, pediu à comunidade internacional que as armas de destruição em
massa sejam transformadas em recursos para beneficiar as vítimas da fome
no mundo. No discurso da UNGA, em Nova York, a presidente disse que, a
nível regional, o Brasil está envolvido em ações para deter os
armamentos:
“Quero lembrar a existência de imensos de arsenais que além de
ameaçar toda a humanidade, agravam tensões e prejudicam os esforços de
paz. O mundo pede, em lugar de armas, alimentos para bilhões de homens
que padecem do mais cruel castigo que se abate sobre a humanidade, a
fome”.
Mas o governo brasileiro precisa prestar mais atenção às mais de 120
mil mortes por causas externas (homicídios e acidentes de trânsito) que
ocorrem todos os anos no Brasil. Isto representa mais do que duas
Guerras do Vietnã (quando morreram 46 mil soldados americanos em 15
anos) que ocorre anualmente no Brasil. A violência que tem aumentado em
São Paulo nos últimos meses é mais um capítulo nesta triste novela.
Todavia, não basta falar do fim das guerras, dos gastos militares e
reduzir a violência interna. É preciso também eliminar as armas da
cultura consumista. Especialmente na época do Natal há um frenesi de
compras de bens e comida. Há uma torrente de dinheiro (e dívidas no
cartão de crédito) fluindo para gastos em listas intermináveis de
presentes. O consumo doentio envolve uma grande quantidade de recursos –
com enorme quantidade de embalagens e papeis de embrulho – gerando lixo
com enorme impacto sobre o meio ambiente.
Mas o Natal pode, além de ser uma festa de paz e amor, ser um momento
de confraternização e de solidariedade entre as pessoas e as
comunidades. Uma festa que pode ser menos materializada e mais
espiritualizada e idealizada. Um momento de integração entre as pessoas,
as demais espécies e o meio ambiente.
As pessoas e as famílias poderiam se reunir visando a integração
social em nome da solidariedade local, nacional e internacional. O Natal
pode ser uma festa para desarmar as mentes, com todas as pessoas sendo
menos destrutivas e mais criativas.
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* Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor
titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da
Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus
pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.brFonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/12/21/natal-de-paz-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
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