A festa foi movimentada no castelo da Princesinha: todos os
seus convidados viveram uma grande Noite de Natal, o encontro de fim de
ano mais esperado no reino. Os lustres do salão principal brilhavam como
nunca, viam-se alegorias festivas por todos os cantos e um pinheiro
envolto em cordões de bolas coloridas quase tocava o teto. Na sala de
jantar, a mesa, arrumada com a prataria mais fina da casa, oferecia uma
rica ceia, com quitutes variados, frutas da estação e vinhos da melhor
qualidade.
Os convidados iam chegando, eram recebidos na varanda real, entravam alegres, felizes, certos de que aqueles momentos tão esperados seriam cheios de surpresas. É claro, isso tudo descontando os medos e dilemas da Princesinha, uma menina tão só naquele castelo, como era sua vida por ali.
Logo no começo da noite, apareceu o Mister Maker com novidades, inventando brincadeiras para todos... em um minuto! Não foi fácil contê-lo, pois, a Princesinha precisava dar atenção, não só para ele, mas aos outros convidados que, como a formiguinha das histórias, “não paravam de subir” pelas escadarias de mármore do castelo.
O Barney, por exemplo, a todo custo — e com aquele barrigão — queria dançar com um grupo de amiguinhos, ensinar as letras, os números, como era o círculo, o quadrado, o triângulo, o retângulo. Não se cansava de cantar em altas vozes seu refrão “Somos uma família feliz”. E o interessante é que todos iam atrás dele, sorrindo e cruzando pelo salão, pelos cômodos do andar de cima, pelo jardim, até pelas casas da criadagem.
Quem marcou presença na festa foi a turma do Balão Mágico, um pessoalzinho antigo, mas que sempre anima qualquer reunião. A Simoni ia cantando com eles, seguida pelo afinado Djavan. Por assim dizer, voaram pelo grande salão em um balãozinho, que impressionava por onde ia.
Por falar em voar, de repente, desceu do espaço o Peixonauta, naquela sua estranha nave transparente, cheia de anteninhas, fones e controles especiais. Antes de estacionar num dos cantos, mandou que se abrisse uma grande concha e, de dentro dela, saiu a bola colorida Pope. Anunciou solenemente que, naquela noite, seria contado “O caso do castelo encantado”.
Cocoricó, o cachorrinho Doki e o Cid Construtor pareciam meio frustrados: acho que não foram notados com a distinção esperada. Passaram a noite, juntos, trocando ideias sobre seus programas na televisão: como as outras personagens dessa história, faziam o encantamento e fantasia de milhares de crianças do mundo inteiro, inclusive do meu neto de quatro anos.
De repente, uma agitação no castelo: o que seria? Ah! Entrava Xuxa, de negro e lantejoulas, cantando “Tá na hora, tá na hora... tá na hora de brincar”. Mas a rainha dos baixinhos demonstrava alguma preocupação: — Imaginem o que aconteceu: dona pata não sabe por que seus cinco patinhos, que foram passear além da montanha para brincar, não voltaram, “quá!, quá!, quá!” — a mamãe chorava, dava dó. Depois, Xuxa mudou para um ar de felicidade, e disse, sorrindo, que aquela história não ia terminar assim tão triste. Acabava de saber que os patinhos estavam de volta, pois, na verdade, tinham ido era para a beira do mar.
À meia noite, ao redor de um grande presépio, todos se deram as mãos e rezaram, agradecendo a Deus pela paz naqueles extensos domínios reais. Depois, tomaram seus lugares à mesa, a Princesinha na cabeceira, é claro.
Altas horas da noite, com os convidados já indo para suas casas, a festa parecia que estava para terminar. Mas, eis que um pajem veio ao pé do trono informar, baixinho, que acabara de chegar alguém muito especial: era o Galo Carijó usando paletó, elegantíssimo, com sua crista altiva, penteada com muito gelol. Quem estremeceu foi a Galinha Pintadinha, de saia, que já chorava pelos cantos do palácio, certa que fora esquecida pelo galinho amado, “pó-pó, pó-pó-pó-pó!”. Ele entrou pelo corredor central que se formou entre os convidados, passos medidos sob o tapete vermelho, um sorrido encantador. Foi direto até a galinha de penas azuis e pintinhas brancas e lhe fez uma mesura romântica. Dois corações se formaram no ar, ela encostou-se meiga sob suas asas protetoras. Dançaram até a madrugada ao som de um piano onde Sam tocava “As Time Goes By”. Foram os últimos a deixarem a festa, quando os serviçais já recolhiam a prataria.
A Princesinha mandou que se fechassem todas as portas e janelas para ter certeza que estava segura naquele fim de madrugada. Que medrosa! Acabou sozinha mesmo na sua festa maravilhosa, e que deixara tantas lembranças entre os que estiveram no castelo naquela noite encantada de Natal.
Os convidados iam chegando, eram recebidos na varanda real, entravam alegres, felizes, certos de que aqueles momentos tão esperados seriam cheios de surpresas. É claro, isso tudo descontando os medos e dilemas da Princesinha, uma menina tão só naquele castelo, como era sua vida por ali.
Logo no começo da noite, apareceu o Mister Maker com novidades, inventando brincadeiras para todos... em um minuto! Não foi fácil contê-lo, pois, a Princesinha precisava dar atenção, não só para ele, mas aos outros convidados que, como a formiguinha das histórias, “não paravam de subir” pelas escadarias de mármore do castelo.
O Barney, por exemplo, a todo custo — e com aquele barrigão — queria dançar com um grupo de amiguinhos, ensinar as letras, os números, como era o círculo, o quadrado, o triângulo, o retângulo. Não se cansava de cantar em altas vozes seu refrão “Somos uma família feliz”. E o interessante é que todos iam atrás dele, sorrindo e cruzando pelo salão, pelos cômodos do andar de cima, pelo jardim, até pelas casas da criadagem.
Quem marcou presença na festa foi a turma do Balão Mágico, um pessoalzinho antigo, mas que sempre anima qualquer reunião. A Simoni ia cantando com eles, seguida pelo afinado Djavan. Por assim dizer, voaram pelo grande salão em um balãozinho, que impressionava por onde ia.
Por falar em voar, de repente, desceu do espaço o Peixonauta, naquela sua estranha nave transparente, cheia de anteninhas, fones e controles especiais. Antes de estacionar num dos cantos, mandou que se abrisse uma grande concha e, de dentro dela, saiu a bola colorida Pope. Anunciou solenemente que, naquela noite, seria contado “O caso do castelo encantado”.
Cocoricó, o cachorrinho Doki e o Cid Construtor pareciam meio frustrados: acho que não foram notados com a distinção esperada. Passaram a noite, juntos, trocando ideias sobre seus programas na televisão: como as outras personagens dessa história, faziam o encantamento e fantasia de milhares de crianças do mundo inteiro, inclusive do meu neto de quatro anos.
De repente, uma agitação no castelo: o que seria? Ah! Entrava Xuxa, de negro e lantejoulas, cantando “Tá na hora, tá na hora... tá na hora de brincar”. Mas a rainha dos baixinhos demonstrava alguma preocupação: — Imaginem o que aconteceu: dona pata não sabe por que seus cinco patinhos, que foram passear além da montanha para brincar, não voltaram, “quá!, quá!, quá!” — a mamãe chorava, dava dó. Depois, Xuxa mudou para um ar de felicidade, e disse, sorrindo, que aquela história não ia terminar assim tão triste. Acabava de saber que os patinhos estavam de volta, pois, na verdade, tinham ido era para a beira do mar.
À meia noite, ao redor de um grande presépio, todos se deram as mãos e rezaram, agradecendo a Deus pela paz naqueles extensos domínios reais. Depois, tomaram seus lugares à mesa, a Princesinha na cabeceira, é claro.
Altas horas da noite, com os convidados já indo para suas casas, a festa parecia que estava para terminar. Mas, eis que um pajem veio ao pé do trono informar, baixinho, que acabara de chegar alguém muito especial: era o Galo Carijó usando paletó, elegantíssimo, com sua crista altiva, penteada com muito gelol. Quem estremeceu foi a Galinha Pintadinha, de saia, que já chorava pelos cantos do palácio, certa que fora esquecida pelo galinho amado, “pó-pó, pó-pó-pó-pó!”. Ele entrou pelo corredor central que se formou entre os convidados, passos medidos sob o tapete vermelho, um sorrido encantador. Foi direto até a galinha de penas azuis e pintinhas brancas e lhe fez uma mesura romântica. Dois corações se formaram no ar, ela encostou-se meiga sob suas asas protetoras. Dançaram até a madrugada ao som de um piano onde Sam tocava “As Time Goes By”. Foram os últimos a deixarem a festa, quando os serviçais já recolhiam a prataria.
A Princesinha mandou que se fechassem todas as portas e janelas para ter certeza que estava segura naquele fim de madrugada. Que medrosa! Acabou sozinha mesmo na sua festa maravilhosa, e que deixara tantas lembranças entre os que estiveram no castelo naquela noite encantada de Natal.
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* Cronista do Correio Popular
Fonte: Correio Popular, 19/12/2012
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