(*) Ucho Haddad
Cresci
ouvindo, nas inúmeras viradas de ano, “adeus ano velho, feliz ano
novo”. Não gosto de despedida, pois sempre fica um risco de tristeza no
coração. Isso me incomoda até mesmo quando me despeço de alguém que não
merece a minha preocupação. Assim, mais uma vez deixarei de dizer “adeus
ano velho” na estreia de 2013, pois aprendi a ser resiliente. Direi,
sim, feliz ano novo!
Há quem queira esquecer rapidamente 2012, mas quero guardá-lo em
lugar visível para que possa consultar, vez por outra, tudo o que me
chateou, incomodou, atrapalhou, me entristeceu. Quem sabe consigo
driblar os tropeços e não repetir os mesmos erros. Se em 2012 não
tivesse acontecido tudo o que aconteceu, por certo não teria crescido
mais um pouco. Aprende-se nos erros, nos equívocos, nos enganos, nas
apostas erradas, nos negócios mal feitos, nos projetos inacabados, nos
amores que falham.
Aquele que erra ao menos uma vez na vida aumenta a chance de acertar.
É o que busco todos os dias, acertar, mas isso às vezes escapa do
desejo. Errar, afinal, é humano. Como sempre digo e repito, sou o melhor
produto dos meus próprios erros. Erra quem tenta acertar. Errei por
este motivo: acertar. O acerto ocorre quando as chances de erro dão uma
trégua, uma volta no quarteirão, quando tiram um cochilo inesperado,
quando saem de cena, quando se cansam de atentar.
Também não direi “que tudo se realize no ano que vai nascer”.
Primeiro porque, homem de fé que sou, continuo acreditando que o Senhor
sempre me coloca sempre no melhor caminho, por mais incômoda que seja a
paisagem. Conformismo? Não, pois se assim fosse não teria escolhido o
ofício de jornalista. Conformismo não encontra espaço no meu pensamento,
no meu dicionário.
Assim, tudo o que tiver de acontecer “no ano que vai nascer”
acontecerá. Prefiro apostar na sequência da vida e fazer a minha parte,
como faço todos os dias, todos os instantes.
Muito dinheiro no bolso muitas vezes nos leva a errar. Quero dinheiro
suficiente para acertar, o maior número de vezes possível. Sem ser para
dar e vender, saúde quero, sim, para continuar na luta diária que
abracei desde cedo. Defender o Brasil e os brasileiros. E para isso é
preciso saúde, até mesmo, fosse possível, recebida e comprada.
Aos solteiros, aos casados, aos indecisos, aos que ainda não sabem,
aos que têm certeza, aos enrolados, aos enamorados, aos apaixonados…
Sorte no amor, muita sorte no amor. É no amor que teimosamente acredito.
Que no ano novo você acerte errando o menos possível. Se errar,
paciência, não desista de acertar. Que queira o possível, por mais
impossível que possa parecer, pois assim tudo há de se realizar no ano
que vai nascer.
Que no ano novo você tenha dinheiro para acertar, não para errar. Que
lute por seus ideais, esforce-se para fazer dos sonhos realidades
viáveis. Que você tenha saúde para acertar, que acerte ao máximo para
ter saúde.
Solteiro, casado, indeciso, sem saber, com certeza, enrolado, enamorado, apaixonado… Ame, ame sempre!
Ame para acelerar sua existência, para sentir sem sentido. Ame para
levar o perfume que se foi, para conhecer o lado possível do impossível.
Ame para descobrir a ilógica da razão, para querer sem querer. Ame
para ter a visão múltipla de um ponto único, para fazer a leitura
dinâmica de uma só palavra.
Ame para radiografar o abstrato, para ouvir o ruído do silêncio. Ame porque amar é deixar a realidade invadir o sonho.
Ame para acertar, mesmo que você erre. Ame para não errar. Ame, porque amar é o tudo que se realiza, agora e sempre.
Ame com ou sem dinheiro no bolso, porque amar não tem preço. Ame, porque amar é fazer o coração ter saúde pra dar e vender.
Ame por amar. Ame para ser feliz em 2013, ame para ser feliz sempre, em dois mil e sempre.
Ame, simplesmente ame, pois amar é a melhor receita de vida.
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* Jornalista.
Fonte: http://ucho.info/o-que-espero-e-o-que-desejo-a-cada-um-no-ano-que-vai-nascer
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