Juremir Machado da Silva*
Hélio Bicudo, 93 anos, quer derrubar Dilma.
O senador Jarbas Vasconcelos, 73 anos, PMDB, acha que será uma “bonita cena” ver Lula preso.
A oposição vê na proposta de Bicudo um importante fato “jurídico” contra Dilma.
Em 2001, há apenas 14 anos, o agora impoluto e combativo Jarbas
Vasconcelos foi “contrário à criação da CPI da Corrupção que propunha a
investigação de 16 irregularidades no âmbito da administração federal no
governo de Fernando Henrique Cardoso”.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, entende que impeachment
“por uma razão frágil” compromete a democracia, cria insegurança
jurídica e detona a regra do jogo. Para ele, as pedaladas fiscais não
são razão suficiente para apear Dilma do Poder. Alckmin prefere esperar
2018. O interesse pessoal o torna razoável e capaz de compreender o que a
pressa não permite a Aécio Neves.
O ex-presidente do STF, Ayres Britto, 72 anos, afirma que não existe,
até agora, fundamento jurídico para um impeachment de Dilma. Segundo
ele, ela não é investigada criminalmente e não praticou, que se saiba,
crime de responsabilidade. As pedaladas fiscais, mesmo que condenadas
pelo TCU, não podem tirá-la do poder. Só podem impedir que seja
candidata em outra eleição. Ayres sustenta que só o crime eleitoral,
abuso de poder econômico na campanha, pode afastar Dilma, e Temer junto,
do poder.
Para a oposição, serve. Qualquer motivo serve.
O governo vai mal. A oposição quer derrubá-lo.
Se não há motivo concreto, que se invente um.
Pode ser o ódio de classe.
Ou um sintoma da passagem do tempo.
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* Sociólogo. Escritor. Tradutor.
Fonte: Correio do Povo online: http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/ 22/09/2015.
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