O
temor de que postos de trabalho serão engolidos pela eficiência da
automação não é infundado – pesquisa realizada pela Universidade de
Oxford,no Reino Unido, concluiu que quase metade dos empregos pode
desaparecer devido à substituição por robôs e computadores nos Estados
Unidos. Há atividades que terão de ser remodeladas, enquanto outras já
estão fadadas ao sumiço.
O aperfeiçoamento da coleta de lixo tende a eliminar as vagas ocupadas por coletores, por exemplo. Cidades do Brasil e do Exterior – incluindo Caxias do Sul, na Serra – implantaram sistemas de recolhimento mecanizado operados por uma única pessoa. O motorista do caminhão aciona um braço robótico que se movimenta para pegar a lata ou o contêiner, despeja os detritos na caçamba e devolve o recipiente vazio à calçada.
À medida que esse modo de operação se difundir, coletores de lixo “à moda antiga” não serão mais necessários. Mas essa transformação no setor também tem vantagens: o novo profissional será mais qualificado, pois terá de operar um manipulador robótico. Antes em contato direto com o entulho, esse funcionário passará a trabalhar com mais conforto, resguardado do perigo de sofrer ferimentos e contaminação, e com a chance de ser melhor remunerado. A diminuição do número de empregos, aspecto negativo imediato, deverá ser amenizada por vantagens mais adiante.
– A médio e longo prazo, isso forçará que uma parcela maior da população se qualifique e se credencie para assumir postos menos insalubres e arriscados e, ao mesmo tempo, mais rentáveis e prazerosos. Essas mudanças contribuem positivamente para o desenvolvimento e a evolução da sociedade – ressalta Guilherme Pereira, da UFMG.
Expoente mundial da pesquisa científica, o físico britânico Stephen Hawking manifestou uma visão pessimista, no ano passado quanto às implicações de uma eventual superevolução no campo da inteligência artificial – e se as máquinas atingirem um nível equivalente ou superior ao do homem? “O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana”, sentenciou Hawking em entrevista à BBC. “Os humanos, limitados pela lenta evolução biológica, não conseguiriam competir e seriam suplantados.”
Referência mundial na área de robótica, o engenheiro elétrico chinês Howard Li, professor da Universidade de New Brunswick, em Fredericton, no Canadá, dedica-se ao desenvolvimento de veículos inteligentes e acredita em um futuro repleto de oportunidades de emprego surgindo a partir das novas descobertas tecnológicas.
Qual a opinião do senhor sobre o futuro do mercado de trabalho?
A invenção dos computadores modernos criou milhões de empregos com alta remuneração e algumas das melhores empresas do mundo, como Apple, Google e Intel. O desenvolvimento da tecnologia não vai substituir os trabalhadores. Em vez disso, novas tecnologias vão não apenas tornar nossa vida melhor, mas também criar oportunidades para que as pessoas sejam mais bem pagas.
Há muitas profissões ameaçadas pela robótica?
Em 2015, entre as 10 profissões com os mais altos salários nos EUA, seis estavam relacionadas a computadores. Quando todos precisam de um computador, não perdemos empregos. Novos empregos serão criados para satisfazer as exigências dos consumidores. De modo semelhante, a invenção de robôs criará novos empregos muito bem remunerados. O desenvolvimento de tecnologias robóticas trará benefícios significativos e duradouros à economia, à sociedade e ao ambiente. Os robôs vão ajudar as pessoas com tarefas já existentes e com novas tarefas, de uma maneira mais inovadora e eficiente, minimizando os riscos.
Quando os robôs e a inteligência artificial ocuparão um espaço maior no cotidiano?
Os robôs já são amplamente utilizados na indústria de manufatura. Para cada 10 mil trabalhadores, existem 295 robôs no Japão, 169 em Cingapura, 163 na Alemanha, 86 nos EUA, 50 na Europa e 32 em outras partes do mundo. Graças ao uso de robôs, fabricar um carro leva apenas de 16 a 20 horas. Nas atividades domésticas, usamos robôs para as tarefas chatas que envolvem sujeira, como aspirar o pó, limpar o chão, podar, limpar a piscina e os vidros. Na assistência a deficientes, há cadeiras de rodas robóticas. Na logística, sistemas de entrega e manejo de cargas. No transporte, carros autônomos. E há também a exploração da Lua e de Marte com robôs.
Os robôs estarão sempre submetidos a seus operadores? Há limites para a inteligência artificial?
Pesquisadores da academia ainda têm visões diferentes sobre a inteligência artificial. A definição está em evolução. As pessoas achavam que um computador que joga xadrez deveria ser considerado inteligente, mas, desde que os algoritmos e programas de xadrez foram desenvolvidos, não achamos que um computador que joga xadrez é inteligente. Costumávamos pensar que carros autônomos eram robôs inteligentes. Hoje em dia, carros autônomos são apenas mais uma ferramenta que podemos utilizar.
O aperfeiçoamento da coleta de lixo tende a eliminar as vagas ocupadas por coletores, por exemplo. Cidades do Brasil e do Exterior – incluindo Caxias do Sul, na Serra – implantaram sistemas de recolhimento mecanizado operados por uma única pessoa. O motorista do caminhão aciona um braço robótico que se movimenta para pegar a lata ou o contêiner, despeja os detritos na caçamba e devolve o recipiente vazio à calçada.
À medida que esse modo de operação se difundir, coletores de lixo “à moda antiga” não serão mais necessários. Mas essa transformação no setor também tem vantagens: o novo profissional será mais qualificado, pois terá de operar um manipulador robótico. Antes em contato direto com o entulho, esse funcionário passará a trabalhar com mais conforto, resguardado do perigo de sofrer ferimentos e contaminação, e com a chance de ser melhor remunerado. A diminuição do número de empregos, aspecto negativo imediato, deverá ser amenizada por vantagens mais adiante.
– A médio e longo prazo, isso forçará que uma parcela maior da população se qualifique e se credencie para assumir postos menos insalubres e arriscados e, ao mesmo tempo, mais rentáveis e prazerosos. Essas mudanças contribuem positivamente para o desenvolvimento e a evolução da sociedade – ressalta Guilherme Pereira, da UFMG.
Expoente mundial da pesquisa científica, o físico britânico Stephen Hawking manifestou uma visão pessimista, no ano passado quanto às implicações de uma eventual superevolução no campo da inteligência artificial – e se as máquinas atingirem um nível equivalente ou superior ao do homem? “O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana”, sentenciou Hawking em entrevista à BBC. “Os humanos, limitados pela lenta evolução biológica, não conseguiriam competir e seriam suplantados.”
“Novos empregos serão criados”
Referência mundial na área de robótica, o engenheiro elétrico chinês Howard Li, professor da Universidade de New Brunswick, em Fredericton, no Canadá, dedica-se ao desenvolvimento de veículos inteligentes e acredita em um futuro repleto de oportunidades de emprego surgindo a partir das novas descobertas tecnológicas.
Qual a opinião do senhor sobre o futuro do mercado de trabalho?
A invenção dos computadores modernos criou milhões de empregos com alta remuneração e algumas das melhores empresas do mundo, como Apple, Google e Intel. O desenvolvimento da tecnologia não vai substituir os trabalhadores. Em vez disso, novas tecnologias vão não apenas tornar nossa vida melhor, mas também criar oportunidades para que as pessoas sejam mais bem pagas.
Há muitas profissões ameaçadas pela robótica?
Em 2015, entre as 10 profissões com os mais altos salários nos EUA, seis estavam relacionadas a computadores. Quando todos precisam de um computador, não perdemos empregos. Novos empregos serão criados para satisfazer as exigências dos consumidores. De modo semelhante, a invenção de robôs criará novos empregos muito bem remunerados. O desenvolvimento de tecnologias robóticas trará benefícios significativos e duradouros à economia, à sociedade e ao ambiente. Os robôs vão ajudar as pessoas com tarefas já existentes e com novas tarefas, de uma maneira mais inovadora e eficiente, minimizando os riscos.
Quando os robôs e a inteligência artificial ocuparão um espaço maior no cotidiano?
Os robôs já são amplamente utilizados na indústria de manufatura. Para cada 10 mil trabalhadores, existem 295 robôs no Japão, 169 em Cingapura, 163 na Alemanha, 86 nos EUA, 50 na Europa e 32 em outras partes do mundo. Graças ao uso de robôs, fabricar um carro leva apenas de 16 a 20 horas. Nas atividades domésticas, usamos robôs para as tarefas chatas que envolvem sujeira, como aspirar o pó, limpar o chão, podar, limpar a piscina e os vidros. Na assistência a deficientes, há cadeiras de rodas robóticas. Na logística, sistemas de entrega e manejo de cargas. No transporte, carros autônomos. E há também a exploração da Lua e de Marte com robôs.
Os robôs estarão sempre submetidos a seus operadores? Há limites para a inteligência artificial?
Pesquisadores da academia ainda têm visões diferentes sobre a inteligência artificial. A definição está em evolução. As pessoas achavam que um computador que joga xadrez deveria ser considerado inteligente, mas, desde que os algoritmos e programas de xadrez foram desenvolvidos, não achamos que um computador que joga xadrez é inteligente. Costumávamos pensar que carros autônomos eram robôs inteligentes. Hoje em dia, carros autônomos são apenas mais uma ferramenta que podemos utilizar.
QUEM ESTÁ A PERIGO
Um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, concluiu que 47% das vagas do mercado de trabalho americano estão ameaçadas diante do avanço da tecnologia. Os autores de The Future of Employment (O Futuro do emprego) elaboraram um ranking com 702 ocupações, de acordo o maior ou menor nível de suscetibilidade. Veja as que estão nos extremos da tabela:
ALTO RISCO
- Operador de telemarketing
- Costureiro
- Bancário
- Analista de crédito
- Operador de rádio
- Telefonista
- Projecionista
- Operador de Caixa
- Corretor de imóveis
- Recepcionista
BAIXO RISCO
- Terapeuta Ocupacional
- Assistente Social
- Audiologista
- Cirurgião bucomaxilarofacial
- Nutricionista
- Coreógrafo
- Médico
- Psicológico
- Professor de Ensino Fundamental
- Gerente de RH
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Fonte: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a4850616.xml&template=3898.dwt&edition=27483§ion=4390
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