George Traki*
Oh, a loucura da cidade grande, quando ao entardecer
Árvores atrofiadas fitam inertes ao longo do muro negro
Que o espírito do mal observa com máscara prateada;
A luz, com açoite magnético, expulsa a noite pétrea.
Oh, o repicar perdido dos sinos da tarde.
A puta, em gélidos calafrios, pare uma criança morta.
A cólera de Deus chicoteia enfurecida a fronte do possesso,
Epidemia purpúrea, fome que despedaça olhos verdes.
Oh, o terrífico riso do ouro.
Mas quieta em caverna escura sangra muda a humanidade,
Constrói de duros metais a cabeça redentora.
_________________________________________________*O AUTOR: Austríaco (1887/1914), nascido em Salzburgo, escreveu poemas que expressavam seu descontentamento com a burguesia do período entre guerras. De temperamento introspectivo, não se adaptava aos valores burgueses. Morreu de overdose de cocaína.
Por Conceição Freitas
Tradução: Cláudia Cavalcante
Fonte: Correio Braziliense online, 18/02/2010
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