ORLEANS, SC. Um estudo publicado pela
Universidade Federal de Orleans, em Santa Catarina, concluiu que pessoas
não são aplicativos da internet, e não precisam estar disponíveis cem
por cento do tempo para produzir satisfação no seu público consumidor de
amigos e conhecidos.
Durante três semanas o estudo acompanhou os hábitos de 12 pessoas e
sua interação com familiares e amigos. Hugo Parbá, professor de
Antropologia e Webcinese, autor de Vida além da net, afirma ter encontrado indícios de vida offline em pelo menos 20% dos integrantes do grupo teste.
"Aparentemente não é preciso estar conectado 100% do tempo e passar o
dia promovendo as suas próprias atividades na net para que as pessoas
se lembrem de você", afirma Parbá. "Encontramos indicações de que as
pessoas talvez continuem a gostar de você mesmo sem que as duas
partes tenham acesso à rede em um dado momento. Pelo que sabemos essa
afeição offline pode durar meses, quem sabe anos, mas testes adicionais
serão necessários."
Estudos que buscam indícios de vida offline enfrentam oposição e
ridículo em diversos círculos acadêmicos. "Isso é pseudociência", opinou
o filósofo e ensaísta Luiz Felipe Pondé quando tomou conhecimento da
pesquisa. "A internet é tudo que existe, existiu ou existirá", completou
o escritor, citando o subtítulo de seu novo livro, A rede é o peixe.
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Paulo Brabo, 4 de agosto de 2013
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