Triste ou feliz: pesquisadores perceberam que a maioria de nós
não sabe interpretar as próprias emoções
A má interpretação e gestão de sentimentos é epidêmica, diz especialista. Conheça algumas técnicas para lidar melhor consigo mesmo e com os outros no trabalho
Não sabe por que ficou tão chateado depois da última conversa com o seu chefe?
Ficou perplexo com o mau humor do seu colega durante o almoço? Talvez a
sua rotina seja marcada por menos “mistérios” se você desenvolver sua inteligência emocional.
Mas, se você fica confuso com os altos e baixos emocionais do seu ambiente de trabalho, não se preocupe: você não está sozinho.
Segundo João Marcelo Furlan, diretor executivo da Enora Leaders, a
deficiência na interpretação e na gestão de sentimentos é epidêmica.
Apenas 36% das pessoas conseguem identificar suas próprias emoções,
segundo um estudo feito por Travis Bradberry e Jean Greaves, autores do
livro “Emotional Intelligence 2.0” (Inteligência emocional 2.0), da
TalentSmart.
Feita com mais de 500 mil pessoas ao longo de uma década, a pesquisa
demonstra que essa competência, além de rara, é muito valiosa. O chamado
QE, ou quoeficiente emocional, está ligado a 58% do sucesso
profissional em qualquer carreira.
A boa notícia, segundo Furlan, é que esse tipo de inteligência pode ser
treinado. “É possível trabalhá-la em quatro eixos: autopercepção,
percepção social, autogestão e gestão de relacionamentos”, afirma.
Com a ajuda de Furlan, EXAME.com listou algumas estratégias para se desenvolver em cada um desses âmbitos:
Autopercepção
1. Identifique os “gatilhos” das suas emoções. Se você
tem alguma reação a um evento, pare e procure descobrir por que você
está se sentindo tão nervoso ou tão aliviado, por exemplo.
2. Visite os seus valores. Saber o que é importante
para você contribui para o seu autoconhecimento e ajuda a prever as suas
próprias reações.
3. Procure feedback dos outros. Saber o que as pessoas
pensam das suas atitudes - e estar aberto a essas opiniões - ajuda a
conhecer melhor o seu próprio modo de ser.
Autogestão
4. Conte até dez. Para “esfriar o sistema” e elevar o
nível das suas respostas, a dica é esperar um tempo antes de agir.
Atrasar a sua reação emocional pode evitar desgastes desnecessários
causados por uma “explosão”.
5. "Durma sobre o problema". Deixar uma decisão
difícil para o dia seguinte, após uma noite de sono restauradora, pode
arejar as ideias e garantir um comportamento mais tranquilo.
6. Saiba que as mudanças estão “na esquina”. A
consciência de que os vínculos e os conflitos são passageiros aumenta a
sua resiliência. Você aguenta melhor o impacto dos problemas se sabe que
eles vão ter fim.
Percepção social
7. Chame as pessoas pelo nome. O hábito desarma e faz o
outro “baixar a guarda”. Com esse vínculo criado, você terá um acesso
mais fácil às emoções alheias.
8. Limpe a mente de distrações ao interagir
socialmente. Esqueça o resto das suas preocupações e fixe a sua atenção
na outra pessoa. Isso porque é impossível perceber as emoções do outro
se você não é capaz de ouvi-lo.
9. Observe as pessoas. Quando você não estiver
participando de uma cena, assista a ela. Estudar o modo como os outros
falam, riem e interagem pode dar dicas valiosíssimas sobre como se
relacionar com eles.
Gestão de relacionamentos
10. Seja curioso a respeito dos outros. Se você
demonstra interesse em conhecer uma pessoa, cresce exponencialmente a
sua capacidade de influenciá-la no ambiente de trabalho.
11. Explique as suas decisões, não apenas tome-as.
Comunicar frequentemente os motivos das suas atitudes contribui para que
os outros compreendam você e se tornem seus aliados.
12. Use expressões para a correção de conflitos. Pedir
desculpas nunca é demais. Outra dica é trazer para si o motivo da briga
no discurso. É melhor dizer uma frase como “eu fiz algo que afetou
você” do que “você fez algo que me afetou”. Se o outro entende que você
não o culpa pelo problema, aumentam as chances de reconciliação.
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Reportagem por
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