quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

'É hora de implantar as políticas pró-ODM'

da PrimaPagina
Faltando cinco anos para 2015 e, portando, para a data limite de cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), é importante concentrar-se na implementação - mais que na elaboração - de políticas públicas para alcançar as metas. É o que defende o economista Selim Jahan, do PNUD, em artigo para o mais recente número da revista Poverty in Focus, uma publicação do CIP-IG(Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro.

“Será imensamente importante [saber] se os ODM foram adequadamente dimensionados para o contexto de cada país”, escreve o economista. Também será crucial verificar se os Objetivos do Milênio fazem parte de um plano nacional de desenvolvimento ou de combate à pobreza, se os recursos e capacidades para alcançá-los foram assegurados.

A experiência até agora mostra, avalia Jahan, que é necessário adaptar os programas aos contextos locais. “O mesmo tanto de recursos produziu resultados expressivos em um contexto, mas não em outros. As mesmas políticas funcionaram em alguns países, mas não em outros”, observa. Assim, será necessário descobrir o que funcionou e por quê, e o que não funcionou e por quê.

Além disso, o grande número de crises pelos quais o mundo passou (de alimentos, energética, financeira) desde a assinatura do acordo, em 2000, deixou o cenário um pouco mais “opaco”, avalia o economista.

Muitos países estão com dificuldades em cumprir as metas, enquanto outros que estavam a caminho parecem ter saído dos trilhos. Nações mais desenvolvidas estão dando cada vez menos ajuda financeira para os mais pobres, e os mercados desenvolvidos não aumentaram a abertura aos produtos desses países.

Para readequar as estratégias para o período pós-2015, a principal meta será descobrir se os planos estão adequados para a realidade de cada país, bem como criar e manter programas de monitoramento e avaliação.

Para Jahan, também devem ser discutidas novas maneiras de incentivar uma maior participação da sociedade civil, da iniciativa privada e de parceiros internacionais no processo de perseguição das metas. “É imperativo assegurar a formação de alianças em diferentes contextos, assim como identificar gargalos e fazer sugestões concretas sobre otimizar essa relação”, afirma.

Será também necessário pensar em formas para fazer com que esses programas continuem nos trilhos mesmo sobre a pressão de crises internacionais, bem como a discutir um mapa para o cumprimento dos ODM depois de 2015. Além disso, será preciso uma maior colaboração junto com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.
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(PNUD Brasil)
Postado por Mercado ético - blog arquivo, 03/02/2010

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