IVO LIMA*
“Pois, afinal de contas, o fundamento de toda a nossa natureza e,
portanto, de nossa felicidade é nosso físico e o fator mais essencial da felicidade é a saúde,
seguida em importância pela habilidade de nos mantermos independentes
e livres de preocupações”
(Arthur Schopenhauer, filósofo alemão, 1788-1860)
A vida é como uma planta, nasce, desenvolve-se, dá frutos e, com o tempo, definha.
Ao longo da vida, cada um se apega ao que pode para dar um sentido ao seu viver, a partir das escolhas que faz, sempre se movendo pelo desejo de ser feliz na passagem pela terra.
E, nessa trajetória do ser humano na passarela do tempo, vivem-se momentos felizes, mas há também que se conviver com reveses - as dificuldades que surgem no decorrer do caminho.
O importante é não desistir dos próprios sonhos, porque quem desiste por covardia, conveniência ou fraqueza de espírito, mais tarde se arrepende amargamente; carrega dentro si um sentimento de fracasso que se torna um pesadelo e combustível que abastece, todos os dias, o tanque da frustração.
Passar pela vida desapercebido, sem dar um sentido a ela, torna a existência um fardo pesado, que a cada dia se enche mais de nada.
Por outro lado, realizar muitas coisas, mas colocar na frente, acima de tudo, a ambição desvairada, o sucesso a qualquer preço, a fama sem escrúpulos, o dinheiro como fim em si mesmo e um deus que guia nossos passos, transforma a vida em um castelo de ilusão que, aos poucos, desmancha-se no ar e não deixa nem um cantinho para que a felicidade habite e jorre feito água cristalina que brota da fonte da vida.
Se não vale a pena trilhar o caminho da existência sem nenhum propósito, é preciso agir com sabedoria, para que nossas escolhas exaltem a vida, nos façam felizes e levem as pessoas que fazem parte de nossa trajetória, também a desfrutarem de uma existência vivida intensamente, mas sem abrir mão de fazer um bom uso de nossa capacidade reflexiva, diante das oportunidades que a vida nos dá e os abismos que, muitas vezes, abrem-se a nossa frente, quando fazemos escolhas e buscamos nossos objetivos.
Em se tratando de felicidade, arremato com as palavras do filósofo evocado acima, que diz: “A existência real e principal de cada homem está em sua própria pele e não nas opiniões dos outros e, consequentemente, as condições reais de nossa vida pessoal – saúde, temperamento, capacidade , renda, esposa, filhos, amigos, lar – são centenas de vezes mais importantes para a nossa felicidade do que o que as outras pessoas agradam em pensar de nós: de outra forma seríamos miseráveis”.
Então, cabe a cada um de nós encontrar o melhor caminho para ser feliz, evitar extravagâncias e ter em mente que não nascemos para semente.
Por isso, vive melhor quem exercita sem medo de ser feliz a arte do bem viver todos os dias, e não quem olha apenas para a quantidade de anos que se projeta para viver.
_________________________________________________Ivo Lima é escritor e professor de Filosofia.
Fonte: Correio Popular online, 10/02/2010 - http://cpopular.cosmo.uol.com.br/mostra_noticia.asp?noticia=1673805&area=2190&authent=103619CE7DAEE228A4215C453CDABA
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