O escritor de "Os pilares da Terra" lança no Brasil "Inverno do mundo", o segundo volume de uma trilogia sobre o século XX
Idade Média, século XX, hoje em dia como em qualquer outro dia, não há
limites para a imaginação do escritor galês Ken Follett. Ele é um dos
autores mais vendidos do mundo. Em 27 anos de carreira, lançou 21
romances e já vendeu mais de 500 milhões de exemplares em 35 idiomas.
Aos 63 anos, ele acaba de lançar simultaneamente em 18 países o romance Inverno do mundo (editora Arqueiro, 880 páginas, R$ 59,90, tradução de Fernanda Abreu). É o segundo volume da trilogia O século, iniciada há dois anos com Queda de gigantes.
Trata-se de uma saga em construção sobre as conturbações do século XX,
entre guerras, revoluções, transformações sociais e culturais. O
narrador em terceira pessoa acompanha simultaneamente o destino de cinco
famílias - americana, alemã, russa, inglesa e galesa –, que se altera e
se entrelaça diante das transformações por que passa o mundo. Se o
primeiro volume narra a imigração e a Primeira Guerra Mundial, o segundo
aborda a ascensão do nazismo. O livro é ambientado no ano de 1933. Em
Berlim, a jovem Carla Von Ulrich testemunha a ascensão de Hitler e o
envolvimento de sua família com o Nacional Socialismo. É o momento do
exílio, que leva Carla a conhecer os personagens que desfilam pelo livro
em blocos narrativos paralelos.
Follett já abordou a Idade Média na série Os pilares da Terra –
que foi adaptada com sucesso para a televisão. Ficou famoso com
romances policiais, gênero no qual desenvolveu uma narrativa que hoje é
seguida por diversos aspirantes a escritores de sucesso. Em entrevista a
ÉPOCA, dada por e-mail, Ken Follett afirma que o ser humano é
fundamentalmente o mesmo, não importando a época e as condições
políticas e econômicas em que viveu ou viverá.
ÉPOCA - Por que o senhor escolheu enfrentar um assunto tão
complexo e grandioso como o século XX, após ter abordado a construção
das catedrais na Idade Média em Os pilares da Terra?
Ken Follett - O século XX é o mais dramático da história da humanidade, com duas grandes guerras e a crise da bomba atômica. Também é o século em que a maior parte dos meus leitores nasceu. É a história de todos nós: quem somos e de onde viemos.
Ken Follett - O século XX é o mais dramático da história da humanidade, com duas grandes guerras e a crise da bomba atômica. Também é o século em que a maior parte dos meus leitores nasceu. É a história de todos nós: quem somos e de onde viemos.
ÉPOCA - Qual foi o maior desafio para abordar as turbulências
do século XX e, ao mesmo tempo, fazer um retrato da vida íntima de uma
galeria de dezenas de personagens que desfilam pela trilogia O século?Follett - Como sempre, o desafio é mostrar a história como parte da vida diária de homens e mulheres.
ÉPOCA - É mais difícil criar personagens e cenários na Idade Média ou no século XX?
Follett - Não é muito diferente. O mundo mudou bastante desde a Idade Média, mas as pessoas são fundamentalmente as mesmas. As pessoas da Idade Média e as de hoje possuem as mesmas paixões e medos.
Follett - Não é muito diferente. O mundo mudou bastante desde a Idade Média, mas as pessoas são fundamentalmente as mesmas. As pessoas da Idade Média e as de hoje possuem as mesmas paixões e medos.
ÉPOCA - Como o senhor descreve o método de narrar e criar personagens que o senhor desenvolveu ao longo da sua carreira?
Follett - Meu método é planejar o livro nos mínimos detalhes antes de escrevê-lo. Isso me ajuda a garantir que haverá sempre um motivo para virar a página e continuar a ler a histórias. Desenvolvi minha maneira de narrar, baseando-me em autores de todos os tempos. Às vezes eles têm ideias e técnicas que eu posso adaptar facilmente. Mas há ocasiões em que só me espanto, sem conseguir adaptar coisa alguma.
Follett - Meu método é planejar o livro nos mínimos detalhes antes de escrevê-lo. Isso me ajuda a garantir que haverá sempre um motivo para virar a página e continuar a ler a histórias. Desenvolvi minha maneira de narrar, baseando-me em autores de todos os tempos. Às vezes eles têm ideias e técnicas que eu posso adaptar facilmente. Mas há ocasiões em que só me espanto, sem conseguir adaptar coisa alguma.
ÉPOCA - Qual o segredo para contar uma história que provoque entusiasmo e criar um romance de sucesso nos dias de hoje?
Follett - A única coisa que importa é que o leitor se envolva emocionalmente com o enredo. Ele ou ela precisa sentir a ansiedade, o medo, a raiva e outras emoções. Se a história consegue fazer isso, será um sucesso popular.
Follett - A única coisa que importa é que o leitor se envolva emocionalmente com o enredo. Ele ou ela precisa sentir a ansiedade, o medo, a raiva e outras emoções. Se a história consegue fazer isso, será um sucesso popular.
ÉPOCA – O senhor acha que as novas possibilidades tecnológicas,
como e-books, tablets e leitores digitais, estão pondo em risco a vida
literária tal como a conhecemos?
Follett - Acredito que a tecnologia oferece uma oportunidade para nós no mundo dos livros. Ela vai levar nosso trabalho a mais pessoas. Não temos nada a temer com a tecnologia.
Follett - Acredito que a tecnologia oferece uma oportunidade para nós no mundo dos livros. Ela vai levar nosso trabalho a mais pessoas. Não temos nada a temer com a tecnologia.
ÉPOCA - Escrever para o senhor é uma busca ou é pura diversão? Qual o seu objetivo quando o senhor escreve?
Follett - Meu objetivo é deixar o leitor tão interessado na história que ele vai acabar preferindo o mundo imaginário ao real, e ficar desapontado quando chegar o momento de fechar o livro e ir dormir.
Follett - Meu objetivo é deixar o leitor tão interessado na história que ele vai acabar preferindo o mundo imaginário ao real, e ficar desapontado quando chegar o momento de fechar o livro e ir dormir.
ÉPOCA - O senhor já cogitou em escrever uma narrativa “intelectual” e experimental? E em voltar aos livros de suspense?
Follett - Nunca pensei em ser experimental. Voltar ao suspense, talvez, um dia.
ÉPOCA - Que tipo de interação e relacionamento o senhor mantém com seus leitores?
Follett - Eu recebo cartas, e-mails e tweets dos meus leitores, e respondo a todos eles.
Follett - Eu recebo cartas, e-mails e tweets dos meus leitores, e respondo a todos eles.
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Reportagem por LUÍS ANTÔNIO GIRON
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/cultura/noticia/2012/12/ken-follett-se-o-leitor-se-envolve-emocionalmente-o-livro-vira-sucesso.html
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