Martha Medeiros*
“De todas as pessoas que eu conhecia, ela era a
candidata menos provável de eu vir a ter uma história. Extremamente
carola, cheia de nove horas, o oposto do meu estilo. Sou um cara
moderno, livre, desimpedido em todos os sentidos. Sempre gostei de
mulheres bem resolvidas, e ela me parecia uma menininha à espera de um
anjo salvador. No entanto, quando dei por mim, ela estava sob as minhas
asas. Não era o que eu buscava na vida, não era mesmo. Não sei como
chamar isso”.
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“Se cruzassem nossos perfis em qualquer rede social, daria um curto-circuito. Ele não gosta de nada do que eu gosto, e eu tenho aversão ao jeito que ele se comporta. Mas, desavisados, numa festa trocamos um beijo que fez alguma coisa acender, e desde então é briga atrás de briga. Ambos se perguntam: o que justifica essa nossa insistência?”
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“O Caetano tem uma música que diz: mexe qualquer coisa dentro doida. É bem assim que me sinto. É do departamento das loucuras inexplicáveis. Sou bonita, inteligente, bem educada. Sei que agrado, não ficaria sozinha jamais, a não ser que quisesse. No entanto, estou há dois anos namorando um colega de faculdade que me esnoba, mas não me deixa, e eu vou arrastando esse relacionamento na esperança de que ele amadureça. Tem nome um troço desses? Carência, doença, masoquismo?”
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“Namoro uma mulher bem mais velha que eu. Minha mãe torce o nariz. Meus amigos me chamam para a balada a fim de que eu conheça umas garotas da minha idade. Ela própria acredita estar empatando a minha vida. Meu terapeuta acha que está tudo bem do jeito que está, e eu também acho, mas ninguém a minha volta parece compreender. Às vezes nem eu compreendo”.
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“Meu casamento durou apenas quatro anos. Não conseguíamos viver bem, era um desgaste emocional que fazia ambos sofrerem. Decidimos terminar de comum acordo e nós dois estamos agora respirando melhor, com a vida mais destravada. Até já estou saindo com outro cara, mas quando toca o celular, fico torcendo para que seja meu ex. Queria entender o que se passa comigo”.
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“Já fui casado e sei bem o que é uma relação saudável, bacana, estruturada. Estaria com ela até hoje se não tivesse enviuvado. Achei que nunca iria me recuperar do baque, mas anos depois comecei outra relação séria, só que era o oposto do primeiro casamento: um tumulto, parecia que falávamos idiomas diferentes, ninguém se entendia, mas a atração era incontrolável e estamos juntos até hoje, nem eu nem ela temos coragem de sair fora, mesmo sem entender o que nos faz ficar”.
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“Sabe relação ioiô? Vai e volta, vai e volta? Nenhum dos dois têm mais paciência pra isso, é ridículo. Se não conseguimos nos acertar até aqui, qual a esperança de um milagre acontecer? Teimosia, é o nome disso. Se não é teimosia, não sei o que é”.
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Quando a gente não sabe o que é, é amor.
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“Se cruzassem nossos perfis em qualquer rede social, daria um curto-circuito. Ele não gosta de nada do que eu gosto, e eu tenho aversão ao jeito que ele se comporta. Mas, desavisados, numa festa trocamos um beijo que fez alguma coisa acender, e desde então é briga atrás de briga. Ambos se perguntam: o que justifica essa nossa insistência?”
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“O Caetano tem uma música que diz: mexe qualquer coisa dentro doida. É bem assim que me sinto. É do departamento das loucuras inexplicáveis. Sou bonita, inteligente, bem educada. Sei que agrado, não ficaria sozinha jamais, a não ser que quisesse. No entanto, estou há dois anos namorando um colega de faculdade que me esnoba, mas não me deixa, e eu vou arrastando esse relacionamento na esperança de que ele amadureça. Tem nome um troço desses? Carência, doença, masoquismo?”
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“Namoro uma mulher bem mais velha que eu. Minha mãe torce o nariz. Meus amigos me chamam para a balada a fim de que eu conheça umas garotas da minha idade. Ela própria acredita estar empatando a minha vida. Meu terapeuta acha que está tudo bem do jeito que está, e eu também acho, mas ninguém a minha volta parece compreender. Às vezes nem eu compreendo”.
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“Meu casamento durou apenas quatro anos. Não conseguíamos viver bem, era um desgaste emocional que fazia ambos sofrerem. Decidimos terminar de comum acordo e nós dois estamos agora respirando melhor, com a vida mais destravada. Até já estou saindo com outro cara, mas quando toca o celular, fico torcendo para que seja meu ex. Queria entender o que se passa comigo”.
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“Já fui casado e sei bem o que é uma relação saudável, bacana, estruturada. Estaria com ela até hoje se não tivesse enviuvado. Achei que nunca iria me recuperar do baque, mas anos depois comecei outra relação séria, só que era o oposto do primeiro casamento: um tumulto, parecia que falávamos idiomas diferentes, ninguém se entendia, mas a atração era incontrolável e estamos juntos até hoje, nem eu nem ela temos coragem de sair fora, mesmo sem entender o que nos faz ficar”.
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“Sabe relação ioiô? Vai e volta, vai e volta? Nenhum dos dois têm mais paciência pra isso, é ridículo. Se não conseguimos nos acertar até aqui, qual a esperança de um milagre acontecer? Teimosia, é o nome disso. Se não é teimosia, não sei o que é”.
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Quando a gente não sabe o que é, é amor.
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* Escritora. Colunista da ZH
Fonte: ZH online, 03/03/2013
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