Thomas Reese*
O Papa Francisco leva o celibato muito a sério. Se ele é a regra, deve ser observado. Mas será que a regra poderia mudar?
A reflexão é do jesuíta norte-americano Thomas J. Reese, ex-editor-chefe da revista America, dos jesuítas dos EUA, de 1998 a 2005, e autor de O Vaticano por dentro (Ed. Edusc, 1998). O artigo foi publicado no sítio National Catholic Reporter, 19-03-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Em uma entrevista de 2012 sobre o celibato, o então cardeal Jorge Bergoglio observou que nas Igrejas orientais os padres podem se casar e "eles são padres muito bons". Ele disse: "É uma questão de disciplina, não de fé. Ela pode mudar".
Ele declarou o seu apoio ao celibato nessa entrevista: "Eu sou a favor de manter o celibato, com todos os seus prós e contras, porque nós temos 10 séculos de boas experiências, em vez de fracassos", disse ele. "A tradição tem seu peso e validade".
Mas o que é notável é a forma pela qual ele qualifica suas declarações: "Neste momento, eu sou a favor de manter o celibato". Da mesma forma, ao observar que algumas organizações estão pressionando por uma maior discussão sobre o assunto, ele disse: "Por enquanto, a disciplina do celibato permanece firme".
"Neste momento" e "por enquanto" não são o tipo de qualificações que normalmente ouvimos quando bispos e cardeais discutem o celibato.
Ele chegou a propor uma hipótese: "Se, hipoteticamente, o catolicismo ocidental tivesse que rever a questão do celibato, eu acho que ele o faria por razões culturais (assim como no Oriente), não tanto como uma opção universal".
O que é totalmente inaceitável para o Papa Francisco é um padre que não observa a sua promessa ao celibato. Se um padre falha, disse ele, "eu o ajudo a entrar nos trilhos de novo". Ao dizer isso, ele se referia a fazer penitência e praticar o celibato.
"A vida dupla não é boa para nós", disse ele. "Eu não gosto disso porque ela significa construir sobre a falsidade".
Além disso, se um padre engravida uma mulher, "ele tem que deixar o ministério e deve cuidar dessa criança, mesmo que ele opte por não se casar com essa mulher. Pois assim como a criança tem o direito de ter uma mãe, ela tem o direito de ter o rosto de um pai".
O Papa Francisco leva o celibato muito a sério. Se ele é a regra, deve ser observado. Mas será que a regra poderia mudar?
A reflexão é do jesuíta norte-americano Thomas J. Reese, ex-editor-chefe da revista America, dos jesuítas dos EUA, de 1998 a 2005, e autor de O Vaticano por dentro (Ed. Edusc, 1998). O artigo foi publicado no sítio National Catholic Reporter, 19-03-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Em uma entrevista de 2012 sobre o celibato, o então cardeal Jorge Bergoglio observou que nas Igrejas orientais os padres podem se casar e "eles são padres muito bons". Ele disse: "É uma questão de disciplina, não de fé. Ela pode mudar".
Ele declarou o seu apoio ao celibato nessa entrevista: "Eu sou a favor de manter o celibato, com todos os seus prós e contras, porque nós temos 10 séculos de boas experiências, em vez de fracassos", disse ele. "A tradição tem seu peso e validade".
Mas o que é notável é a forma pela qual ele qualifica suas declarações: "Neste momento, eu sou a favor de manter o celibato". Da mesma forma, ao observar que algumas organizações estão pressionando por uma maior discussão sobre o assunto, ele disse: "Por enquanto, a disciplina do celibato permanece firme".
"Neste momento" e "por enquanto" não são o tipo de qualificações que normalmente ouvimos quando bispos e cardeais discutem o celibato.
Ele chegou a propor uma hipótese: "Se, hipoteticamente, o catolicismo ocidental tivesse que rever a questão do celibato, eu acho que ele o faria por razões culturais (assim como no Oriente), não tanto como uma opção universal".
O que é totalmente inaceitável para o Papa Francisco é um padre que não observa a sua promessa ao celibato. Se um padre falha, disse ele, "eu o ajudo a entrar nos trilhos de novo". Ao dizer isso, ele se referia a fazer penitência e praticar o celibato.
"A vida dupla não é boa para nós", disse ele. "Eu não gosto disso porque ela significa construir sobre a falsidade".
Além disso, se um padre engravida uma mulher, "ele tem que deixar o ministério e deve cuidar dessa criança, mesmo que ele opte por não se casar com essa mulher. Pois assim como a criança tem o direito de ter uma mãe, ela tem o direito de ter o rosto de um pai".
O Papa Francisco leva o celibato muito a sério. Se ele é a regra, deve ser observado. Mas será que a regra poderia mudar?
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* Jesuíta norte-americano.
Imagem da Internet
Fonte: IHU on line, 23/03/2013
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