CARLOS DI FRANCO*
Uma nova droga destruidora ameaça a
juventude: a cápsula do vento. Trata-se de um pó branco, de aparência
comum, mas devastadora. É um derivado da anfetamina e tem propriedades
alucinógenas. Seus efeitos podem durar horas. Existem relatos de pessoas
que ficaram até uma semana sob efeito alucinógeno dessa substância. O
usuário pode ter alterações cardíacas, convulsões, fortes alucinações e
chegar à morte.
O uso de drogas ilícitas no mundo vem crescendo, apesar dos esforços
mundiais de controle. O aumento no consumo das drogas sintéticas é
considerado pelo Escritório da ONU de Combate ao Crime e às Drogas
(Unodc), como "o inimigo público número um". Ao contrário das drogas
tradicionais, feitas à base de plantas, as drogas sintéticas são feitas
com produtos químicos facilmente obtidos em laboratórios improvisados. O
combate é, por isso, muito mais difícil.
O uso das drogas sintéticas hoje é uma questão de moda. Assim como
vimos, nos 60, o crescimento do uso de LSD e heroína ligado ao movimento
hippie, hoje há a cultura da música tecno, que incentiva o uso de
drogas como o ecstasy. Essa situação preocupa, porque vai mudar o
paradigma do combate às drogas. A prevenção vai ganhar uma importância
muito maior do que a repressão.
Nessa década, o maior problema que nós vamos vivenciar é a droga sintética. Principalmente o ecstasy. As prisões de traficantes são um forte indicador da presença das drogas sintéticas e, ao mesmo tempo, revelam um novo perfil do tráfico: jovens universitários, de classe média e alta, compõem o novo mapa do crime.
O rosto do usuário também vai sendo perfilado: boa escolaridade, inserido no mercado de trabalho e pertencente às classes sociais mais privilegiadas. O envolvimento com o tráfico de drogas bate às portas das casas dos bairros de classe media. Mostra a sua garra aos que se julgavam imunes ao seu apelo.
O cardápio macabro das baladas, infelizmente, tem sempre novidades. Duas novas drogas foram introduzidas no menu das raves: a ketamina e o GHB. A ketamina, também conhecida por cetamina, ou special K, é um anestésico usado em cirurgias e animais. É um parente químico do ácido lisérgico, o LSD. “Os principais efeitos que provoca é o desprendimento corporal, o sujeito consegue se dissociar do corpo. O uso frequente da droga pode causar danos na atenção, na memória, no estômago, coração e fígado”, alerta o psicólogo Murilo Battisti.
O GHB, também chamado de ecstasy líquido, não tem cheiro nem gosto. É perigosíssimo, principalmente quando misturado com álcool. Ambos -GHB e álcool- diminuem muito a atividade do cérebro. Associados, o efeito é ainda maior. O GHB é uma droga fortemente depressora. Pode levar ao coma e induzir ao suicídio.
Como vê, caro leitor, a escalada das drogas é um fato assustador. Enfrentá-la só é possível com informação correta, prevenção e recuperação. Meu objetivo, neste artigo, é ajudá-lo a dar os dois primeiros passos: conhecer o que se passa no ambiente rarefeito de inúmeras discotecas e raves e entender as características devastadoras das novas drogas sintéticas.
Só assim, com informação clara e sem eufemismos, você poderá captar eventuais mudanças comportamentais e dar uma orientação segura aos seus filhos.
O terceiro passo, a recuperação, é uma indeclinável responsabilidade dos governos. É preciso que os governantes ajudem para valer os serviços especializados e as instituições idôneas que, anonimamente e com grande sacrifício, investem na recuperação de dependentes químicos. Trata-se de um problema de saúde pública. Recuperar é salvar vidas e multiplicar aliados na luta contra as drogas. Um dependente recuperado é o melhor prosélito das campanhas preventivas.
Espero que o governo faça a sua parte. Segundo me consta, o Congresso Nacional está decidido a arregaçar as mangas e entrar num autêntico mutirão em prol dos que lutam pela recuperação. A iniciativa, se confirmada, merece os aplausos da sociedade. A dependência química não admite politicagem. Reclama, sim, seriedade e realismo.
Nessa década, o maior problema que nós vamos vivenciar é a droga sintética. Principalmente o ecstasy. As prisões de traficantes são um forte indicador da presença das drogas sintéticas e, ao mesmo tempo, revelam um novo perfil do tráfico: jovens universitários, de classe média e alta, compõem o novo mapa do crime.
O rosto do usuário também vai sendo perfilado: boa escolaridade, inserido no mercado de trabalho e pertencente às classes sociais mais privilegiadas. O envolvimento com o tráfico de drogas bate às portas das casas dos bairros de classe media. Mostra a sua garra aos que se julgavam imunes ao seu apelo.
O cardápio macabro das baladas, infelizmente, tem sempre novidades. Duas novas drogas foram introduzidas no menu das raves: a ketamina e o GHB. A ketamina, também conhecida por cetamina, ou special K, é um anestésico usado em cirurgias e animais. É um parente químico do ácido lisérgico, o LSD. “Os principais efeitos que provoca é o desprendimento corporal, o sujeito consegue se dissociar do corpo. O uso frequente da droga pode causar danos na atenção, na memória, no estômago, coração e fígado”, alerta o psicólogo Murilo Battisti.
O GHB, também chamado de ecstasy líquido, não tem cheiro nem gosto. É perigosíssimo, principalmente quando misturado com álcool. Ambos -GHB e álcool- diminuem muito a atividade do cérebro. Associados, o efeito é ainda maior. O GHB é uma droga fortemente depressora. Pode levar ao coma e induzir ao suicídio.
Como vê, caro leitor, a escalada das drogas é um fato assustador. Enfrentá-la só é possível com informação correta, prevenção e recuperação. Meu objetivo, neste artigo, é ajudá-lo a dar os dois primeiros passos: conhecer o que se passa no ambiente rarefeito de inúmeras discotecas e raves e entender as características devastadoras das novas drogas sintéticas.
Só assim, com informação clara e sem eufemismos, você poderá captar eventuais mudanças comportamentais e dar uma orientação segura aos seus filhos.
O terceiro passo, a recuperação, é uma indeclinável responsabilidade dos governos. É preciso que os governantes ajudem para valer os serviços especializados e as instituições idôneas que, anonimamente e com grande sacrifício, investem na recuperação de dependentes químicos. Trata-se de um problema de saúde pública. Recuperar é salvar vidas e multiplicar aliados na luta contra as drogas. Um dependente recuperado é o melhor prosélito das campanhas preventivas.
Espero que o governo faça a sua parte. Segundo me consta, o Congresso Nacional está decidido a arregaçar as mangas e entrar num autêntico mutirão em prol dos que lutam pela recuperação. A iniciativa, se confirmada, merece os aplausos da sociedade. A dependência química não admite politicagem. Reclama, sim, seriedade e realismo.
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*Jornalista especializado em Ética para Imprensa e Qualidade
Editorial. É diretor do máster em Jornalismo do IICS, professor do curso
de Jornalismo Aplicado do Grupo Estado, diretor da consultora Di
Franco, articulista do jornal O Estado de S.Paulo, de O Globo e
colunista de mais de quarenta veículos, além de atuar como membro do
Conar, da ANJ e da Academia Cristã de Letras
Fonte: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/02/colunistas/di_franco/33968-a-devastacao-das-drogas-sinteticas.html
Imagem da Internet
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