sábado, 17 de julho de 2010

Caroline Celico - Entrevista

Revista Joyce Pascowitch


Ela conheceu Kaká quando tinha 14 anos. A partir daí, o começo do namoro, o casamento e o nascimento do pequeno Luca. Hoje, com 22 anos Caroline Celico é pastora da Igreja Renascer em Cristo – fundada por Estevam e Sônia Hernandes – e esta prestes a lançar o seu primeiro CD, com a participação de Claúdia Leitte.

Do time das poucas mulheres de jogadores que não gostam de aparecer ou se expor, conseguir esta entrevista com Caroline Celico – que mandamos, ela não respondeu. Mas falou o que pensa sobre religião, virgindade, família, hábitos cotidianos, Copa do Mundo e até porque não deixou Kaká posar de cueca para a revista Vanity Fair.

J.P – Como foi a sua infância?
Caroline Celico – Muito feliz. Sempre quis um irmão e quanto tinha 6 anos ganhei um, o Enrico. Era como se fosse meu bonequinho. Mas, quando meu boneco chorava, eu pedia para devolvê-lo! Minha mãe foi sempre muito presente, nos levava na escola. Também íamos a teatrinhos e fazíamos outros programas gostosos de criança. Lembro-me também que meu pai – Celso Celico – deitava comigo na cama até que eu dormisse. Foi uma infância muito amada.

J.P – E a adolescência, antes de conhecer Kaká?
CC - Passei por situações difíceis como qualquer adolescente. Mas cresci e amadureci. Viajava bastante, principalmente com minha mãe. Quando ela ia trabalhar para Paris ou Nova York, eu geralmente a acompanhava. Ela sempre me ensinou a conhecer culturas e lugares e ter o costume de ir a museu e pontos turísticos.

J.P – Que tipo de situações difíceis?
CC – A adolescência é um tempo de descobrir quem a gente realmente é. Passei pelo que todos passam, desde enfrentar fofocas mentirosas, amizades traídas e divergências bobas com quem a gente ama.

J.P – Como você e Kaká se conheceram?
CC – Quando eu tinha 14 anos, minha mãe conheceu o pai de Kaká, no Centro de Treinamento do time de São Paulo, e ficaram amigos. E o Kaká passou a frequentar a nossa casa.

J.P – E o começo do namoro, como aconteceu?
CC – Uma vez ele e ligou para assistirmos a um filme na minha casa. Alugamos, assistimos e começamos a namorar a partir daquele dia.

J.P Que filme vocês assistiram?
CC – Onze Homens em um Segredo.

J.P – No início, o fato de Kaká ser evangélico assustou você ou causou algum tipo de estranhamento?
CC- Eu nunca tinha ouvido falar de evangélicos. Nem o Kaká comentava sobre o assunto. Mas comecei a pesquisar na internet e vi que ele frequentava uma igreja. Fiquei curiosa e me convidei para ir, mesmo sem ele nunca ter tocada no assunto. Fui e não achei estranho. Achei diferente e verdadeiro. O que ouvi mexeu comigo. Parecia que sabiam de tudo que eu pensava e sentia, falavam como se fosse para mim.

J.P – Como foi que se tornou evangélica?
CC – Não gosto de dizer que sou evangélica. Sou cristã. O que entendo é que existem religiões, igrejas, milhares de grupos de ideologias diferentes. O que sou, o que sinto e o que vivo não pertence a nenhuma religião. Rotular a minha fé em Jesus Cristo vai contra o que Ele nos ensinou. Por isso, eu não me tornei evangélica, mas passei a pertencer a Deus e levar a vida de acordo com o que diz a Bíblia. Isso significa que passei a entender melhor e ter mais interesse em sempre aprender as coisas novas que Ele tem para a minha vida.

J.P. Sua mãe, supercatólica que é, aceitou sua decisão numa boa? Como é a relação de vocês?
CC – Só quando fui mãe entendi que queremos proteger nosso filhos contra tudo o que podemos. Minha mãe diz que quando nasci pediu que tudo o que poderia acontecer de mau para mim fosse dirigido a ela. Achei lindo isso, todo esse amor... Mas sempre acreditei que tenho de passar por todas as situações, aprender o caminho que devo andar e, com meus próprios erros, me tornar uma pessoa melhor. Minha mãe teve medo de que eu estivesse no caminho errado e me decepcionasse. Queria me proteger daquilo que ela também não conhecia. Mas quando comecei a me aproximar de Deus, ela também começou a buscá-lo muito mais. Hoje nos respeitamos, nos alegramos uma com a outra e amamos juntas a Cristo.

J.P. Em que momento percebeu que gostaria de se tornar pastora? Como isso aconteceu?
CC – Pastor é uma pessoa que conduz um rebanho. Muita gente acha absurdo existirem tantos pastores, mas não sabe o que eles fazem, seus projetos. Ser pastor é ter responsabilidade com as pessoas que precisam de uma direção para caminhar. Sempre que me apaixono por algo, procuro aprender e me aperfeiçoar. Quando senti a presença de Deus foi assim. Comecei a fazer cursos e participar de estudos para entender melhor a Bíblia. Aos poucos passei a acompanhar o dia a dia da igreja e, quando me casei e mudei para Milão, passei a ajudar a minha sogra, Simone, a abrir uma igreja lá. Com os frutos e o compromisso que tive, acabei por me tornar pastora.

J.P – Foi noticiado o seu interesse em abrir uma Igreja Renascer em Cristo na Espanha. É verdade?
CC - A igreja não é um local, mas pessoas. Onde estiverem pessoas que amam a Deus ali existe a igreja. Posso dizer que a igreja não é aberta, ela é descoberta.

J.P – Você chegou a declarar sobre a importância da virgindade até o casamento. Pode falar um pouco sobre isso?
CC – Desde pequena sonhei em casar virgem. Era como se isso me fizesse ser uma princesa! Quando começamos a namorar – eu tinha 15 anos – falei para o Kaká sobre o meu sonho, pois tive medo que ele não ficasse comigo. Mas, sem saber, esse era o sinal que ele tanto esperava para saber quem seria a sua esposa. Acho que nossa primeira vez é um pacto, uma aliança que fizemos com aquele que amamos. E também abrir mão de algo para viver mais profundamente a experiência do casamento.



“DESDE PEQUENA SONHEI EM CASAR VIRGEM.
ERA COMO SE ISSO ME FIZESSE SER UMA PRINCESA!”

 

J.P. Falando ainda sobre virgindade, você acha que está na contramão do mundo ou o mundo que está indo para uma direção errada?
CC – Acho que estou na contramão do mundo, mas não estou sozinha. Todos os dias conheço muitos outros malucos que também estão na contramão comigo – e se dando muito bem.

J.P – Qual a coisa mais difícil no casamento com um jogador de futebol famoso?
CC – Acho que o tempo que podemos estar juntos. O tempo do Kaká em casa comigo e com o Luca é bem pequeno. Os jogadores costumam ter dois jogos por semana e sempre vão para a concentração, junto com o time, um dia antes. Ou seja, quatro dias por semana não estão em casa.

J.P – Como lida com o assédio feminino presente no mundo do futebol? O que acha desses escândalos envolvendo mulheres em que alguns jogadores se metem?
CC – Não sou ciumenta e acho que as fãs são um incentivo fundamental. As que passam dos limites são uma minoria muito insignificante. Há pessoas de todos os tipos que estão envolvidas em escândalos. Mas acredito que muitas vezes o que ouvimos falar não é 100% do que as coisas realmente são.

J.P Para você, qual o sentido da fidelidade?
CC – É ter a certeza de que apesar da mudança dos tempos ou situações a aliança que temos nunca mudará. E é essa aliança que tenho com o Kaká.

J.P. O que mudou na sua vida com a maternidade? Pretende ter mais filhos?
CC – Aprendi a entender melhor as pessoas, ter mais tolerância e paciência. Sim, pretendo ter pelo menos mais dois. Mas ainda estamos planejando.

J.P – Sente falta do Brasil? Tem vontade de voltar a morar aqui?
CC- Sinto falta dos pratos e ingredientes que amo! Como requeijão. E das minhas amizades. O bom é que as nossas famílias sempre nos visitam e não dá nem tempo de sentir saudade.

J.P – Prefere Itália ou Espanha para morar?
CC – Amo a Itália. Minha família por parte de pai é italiana. Acho a gastronomia simples, rápida e deliciosa. E adoro a forma como eles fazem tudo de forma artística e criativa. A Espanha é mais internacional, grande e parecida com São Paulo, onde sempre morei. Lá encontro tudo que preciso, de qualquer lugar do mundo. Menos requeijão.

J.P – Pelo jeito você gosta de cozinhar, né? Tem alguma receita especial?
CC – Amo cozinhar. Quanto tinha 8 anos aprendi a fazer um linguado com queijo que o Kaká adora.

J.P – Soube que você montou sua casa em Milão sozinha. O mesmo aconteceu agora na casa de Madri?
CC – Amo decoração! Cheguei a pensar em fazer faculdade de arquitetura. Decorei sozinha minha casa em Milão, um apartamento que não se podia mexer nas paredes, pois eram históricas. Com a ajuda do João Armentano, também decorei minha casa agora em Madri.

J.P – Como é o seu dia a dia?
CC – Organizo minha casa, faço ginástica, acompanho o Luca e trabalho em projetos pessoais, como o do meu CD.

J.P – Você se prepara para gravar um CD, né? Além de Claúdia Leitte, quem mais vai participar?
CC – Sim, estou preparando o lançamento de um CD. Convidei a Claúdia para parciticipar de uma música que escrevi sobre amizade. Tenho um carinho muito especial por ela. O André e a Ana Paula Valadão, conhecidos artistas cristãos, também participarão. E também haverá uma participação surpresa e muito especial!

J.P – Na página do seu Twitter você colocou “esposa, mãe, cristã e algumas coisinhas mais...”. O que são essas coisinhas mais?
CC – Sou uma realizadora de eventos. Sou decoradora da minha casa. Sou dona de casa. Às vezes faço o papel de secretária do meu marido e agora com o lançamento do meu CD, disseram que também sou cantora. Nem que seja no chuveiro.

J.P – O Kaká declarou em uma entrevista, em forma de brincadeira, que iria mandar você cancelar o Twitter. Na sua opinião, qual a importância das redes sociais?
CC – Acho o Twitter muito divertido por se rápido e direito. Amo ver o que as fãs falam, ter contato direto com as pessoas. Ter a possibilidade de colocar opiniões sem que ninguém as distorçam. Adoro ver o que as pessoas pensam. Isso me ajuda a entender melhor as pessoas e aperfeiçoar a minha capacidade de poder ajudá-las também.

J.P – Já vi você falar da Bia Antony (mulher do Ronaldo) no Twitter. Você são amigas? Trocam confidências que só esposa de jogadores têm?
CC – Sou amiga de Bia. Nos conhecemos em Milão. E não há nenhuma confidência trocada entre esposas de jogadores diferentes das de qualquer amizade normal.

J.P – Você acha que o Brasil vai ganhar a Copa? Onde você vai assistir aos jogos?
CC – Vou assistir a cada jogo em um local diferente. Ainda não decidi nenhuma data, mas estou planejando ir à África nas etapas finais. Acho que temos tudo para ganhar.

J.P – Você acha que a recente lesão do Kaká pode atrapalhar seu desempenho nos jogos?
CC – A lesão já está quase 100% curada. Ele está bem e feliz de mais uma vez poder participar desse momento tão importante para o Brasil.

J.P – Kaká posou ao lado de outros jogadores na capa da Vanity Fair. Ele foi o único a aparecer de calça. Você não deixou?
CC – Não deixei não! Ele já sofre exposição contínua na profissão dele. Tem de ter alguma que seja exclusiva da esposa, né? Senão perde a graça.
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Fonte: http://revistajoycepascowitch.uol.com.br/

Um comentário:

  1. Ela é uma princesa.Depois dessa entrevista passei a gostar ainda mais dela.

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