segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Quem são os metodistas?

Quem são os metodistas, e por que se chamam assim? É o que nos pergunta um leitor da província de Foggia. "Pode-se intuir – escreve ele em sua carta – que os luteranos derivam da figura de Martinho Lutero; os calvinistas, de Calvino; mas por que os pertencentes à Igreja Metodista se chamam assim, 
por que levam esse nome?".


A reportagem é de Luca Baratto, publicada na revista Riforma, publicação semanal das Igrejas Evangélicas Batista, Metodista e Valdense italianas, 07-12-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Os metodistas – aqueles que hoje fazem parte de uma grande família de Igrejas protestantes nascidas na Inglaterra em 1700, mas presente em todo o mundo, a ponto de contar com cerca de 70 milhões de membros – devem o seu nome a um pequeno grupo de pessoas que se reuniram em torno da figura do teólogo John Wesley.

Essas pessoas se reuniam todas as noites para ler a Bíblia, dedicar-se com fervor às visitas aos encarcerados, a ajudar os pobres, à luta contra o analfabetismo. Eram tão constantes, tão metódicos na sua piedade pessoal que, no fim, alguns começaram a chamá-los, com um pouco de polêmica, de "os metodistas".

Na realidade, John Wesley e os seus amigos, ao longo do tempo, realmente inventaram um novo método, um novo modo de ser Igreja. A Inglaterra do século XVIII estava em plena Primeira Revolução Industrial. Milhares de pessoas se deslocavam do campo para as cidades, passando a viver em bairros degradados, em casas sujas, onde toda relação social se perdia. Alcoolismo, trabalho infantil, condições de trabalho humilhantes para homens e mulheres eram os males comuns daquela sociedade.

Wesley entendeu que a sua Igreja, a Anglicana, não sabia ir ao encontro dessas pessoas. Ele pensava que não eram as pessoas que deviam se aproximar da Igreja, mas sim que era a Igreja que devia ir ao encontro delas. "O mundo é a minha paróquia", foi logo o seu lema que o levou a pregar nas praças e nos locais públicos de todos os tipos e a fazer das casas das pessoas, e não das igrejas, os lugares de uma fé cristã renovada.

Uma espiritualidade quente e envolvente, uma pregação que não só pedia que as pessoas mudassem, mas anunciava a pessoas brutalizadas que mudar de vida realmente era possível. Uma grande atenção e sensibilidade social, tanto que justamente dentro do metodismo nasceram os primeiros sindicatos britânicos. Todas essas foram as chaves para o sucesso desse movimento que se espalhou por todo o mundo.

Na Itália, os metodistas chegaram há 151 anos: a sua história é tão longa quanto a da Itália unida. No país, eles trouxeram a mesma mistura de espiritualidade autêntica e de compromisso com a justiça social. Viver a própria fé na cidade e buscar o bem comum: essa continua sendo a espiritualidade metodista.
-----------------------
Fonte: IHU on line,
Imagem da Internet

Nenhum comentário:

Postar um comentário