Para
os apaixonados por doces, um alerta: “açúcar é a droga mais perigosa do
nosso tempo”, de acordo com Paul van der Velpen, chefe do serviço de
saúde de Amsterdã, na Holanda. Ele explica que o seu uso deve ser
desencorajado porque é viciante e que os produtos açucarados deveriam
vir com alertas de saúde, assim como os maços de cigarro.
Os dados são
do jornal Daily Mail.
Velpen afirmou que é “tão difícil de largar [o açúcar] quando o
cigarro”. Segundo ele, quando as pessoas comem gorduras e proteínas,
param quando se sentem satisfeitas, mas, no caso do açúcar, ingerem por
mais tempo, até que o estômago comece a doer.
A solução, na opinião do especialista, é tributar o açúcar da mesma
forma que o álcool e o cigarro. Também sugeriu que a quantidade de
açúcar que pode ser adicionada aos alimentos processados deve ser
regulamentada.
Há duas coisas que as pessoas que sofrem de doenças do coração e dos
vasos sanguíneos ou que correm risco de desenvolvê-las devem controlar
em especial: a gordura, que caracteriza os alimentos que contêm
abundante colesterol e outros lipídios que se acumulam nas artérias; e
os salgados, aqueles produtos ricos em sódio, um mineral que eleva a
pressão sanguínea.
Menos conhecidos, no entanto, são os efeitos nocivos de um terceiro
“saboroso inimigo” da saúde cardiovascular: o doce. Disso não só se
deduz que é preciso fechar a boca para batatas fritas, manteiga, carnes e
produtos pré-cozidos, mas também para aqueles abundantes em açúcares.
Uma dieta saudável para a circulação não só deve ser moderada em
sódio, o que eleva a pressão sanguínea, mas também em doces, de acordo
com as últimas recomendações da Associação do Coração dos Estados
Unidos, que aconselha reduzir o consumo de açúcar porque muita gente
supera os 25 gramas diários aconselhados para a mulher e os 37,5
recomendados ao homem.
Os pesquisadores da American Heart Association (AHA, na sigla em
inglês) apontam especialmente para as bebidas gasosas e refrescos: A
fonte número um de açúcar acrescentado na dieta, nos EUA e também uma
das principais fontes de açúcares adicionais em muitos outros países
onde estes refrescos são amplamente consumidos.
“Pela primeira vez fazemos recomendações específicas sobre a
quantidade desta substância que pode ser consumida, porque não só torna
as pessoas mais obesas, mas é culpado de diabetes, tensão arterial
elevada, doenças coronárias e ataques cardíacos”, assinalou a médica
Rachel Jonsson, autora da pesquisa em que se baseiam as novas
recomendações da AHA.
Segundo Rachel, os rótulos na comida empacotada nos EUA não
distinguem entre os açúcares naturais e os acrescentados, embora
qualquer produto etiquetado como “xarope” na lista de ingredientes
provavelmente tenha açúcar acrescentado.
O excesso de açúcar não só influi na obesidade, mas também tem parte
de responsabilidade no diabetes, na pressão arterial elevada, nas
doenças coronárias e nos ataques cardíacos, de acordo com relatório
publicado na revista Circulation.
Açúcar com moderação desde a juventude
Segundo outra pesquisa da Universidade de Emory (EUA) também
publicada em Circulation, um consumo elevado na adolescência de açúcares
acrescentados (qualquer adoçante calórico que se acrescenta a alimentos
ou bebidas durante sua produção ou pelo próprio consumidor) poderia
elevar o risco cardíaco quando se chega à vida adulta.
Os adolescentes que consomem quantidades altas de açúcares
acrescentados nas bebidas e nos alimentos são mais propensos a ter
perfis de colesterol e triglicerídeos que podem levar a uma doença
cardíaca em anos posteriores da vida, de acordo com o trabalho de Emory.
O trabalho americano também mostrou que os adolescentes com sobrepeso
ou obesidade e que consomem abundante açúcar acrescentado têm maiores
sinais de resistência à insulina, uma situação metabólica que costuma
preceder ao diabetes.
“O açúcar às vezes está presente nos lugares mais surpreendentes e em
alimentos que aparentemente não o contêm”, explicou Adoración Rodríguez
García, especialista em gastronomia e nutrição e diretora de conteúdos
do portal especializado Nutriguía, em referência ao chamado “açúcar
oculto”.
“Por exemplo, é pouco conhecido que, grama a grama, os molhos para
churrasco e o ketchup, podem ser mais doces que um sorvete de creme e
que cada colherada de qualquer destes dois condimentos contém o
equivalente a pelo menos uma colher de chá acumulada de açúcar”,
prosseguiu Adoración.
“Um iogurte de baunilha com framboesas com baixa gordura pode conter
mais de dez colherinhas de açúcar, um suco engarrafado pode conter a
mesma quantidade de açúcar que uma barrinha de cereal. Se consumimos
estes e outros produtos similares com açúcar oculto podemos receber
dezenas de calorias extras em nossa dieta diária de forma despercebida”,
segundo a especialista.
“E isso, levando em conta só o açúcar acrescentado, sem considerar
outros alimentos como os sucos de frutas exprimidos, que possuem açúcar
de forma natural. Se lhes acrescentar açúcar refinado, ou adoçar com
frutose, mel ou açúcar mascavo, muitos produtos escondem uma boa
quantidade de calorias vazias”, acrescentou a especialista da Nutriguía.
Por isso, Adoración aconselhou ler os rótulos dos produtos com
atenção, inclusive daqueles alimentos que não são doces, para comprovar
seu conteúdo em açúcar, levando em conta que “as palavras terminadas em
‘ose’ indicam a presença de açúcares, os quais estão presentes com
outros nomes em uma centena de substâncias para adoçar”.
“Não se trata de desenvolver uma fobia ao açúcar nem eliminá-lo de
nossa vida, porque ele não é um monstro nutricional, mas de consumi-lo
com moderação”, finalizou a especialista.
Autor: Fernando Carvalho
Páginas: 352
Editora Alaúde
Produzido desde a Antiguidade por indianos e persas, o açúcar chegou
ao Ocidente por volta do século X como especiaria exótica e caríssima.
De lá para cá, popularizou-se, passou a ser fabricado em grande escala e
desempenhou um papel central na história recente da humanidade. Seus
dias de glória, porém, parecem estar contados. Os especialistas em saúde
começam a tratar o açúcar como um veneno digno de ser banido do nosso
convívio.
E é justamente isso o que defende Fernando Carvalho neste livro: se
quisermos nos livrar das epidemias de cárie dentária, obesidade,
diabetes, doenças cardiovasculares e de dezenas de outras enfermidades
crônico-degenerativas às quais estamos vulneráveis nos dias de hoje,
devemos expulsar da mesa esse corpo estranho, de aparência alva e
inocente, que apesar de doce é altamente nocivo.
“Se eu tivesse de escolher um único fator causador – o maior
responsável – pela epidemia de obesidade que se espalhou pelos países
ocidentalizados, este seria o consumo excessivo de açúcar refinado.” Dr.
Robert Atkins
“Depois de 20 anos de pesquisas, concluí que o envelhecimento se deve
a inflamações causadas por substâncias tóxicas. O açúcar é um dos
grandes vilões nesse processo.” Dr. Nicholas Perricone, dermatologista
que criou o DMAE, substância que revolucionou os cremes de beleza.
-------------------------
Fonte: http://www.nossofuturoroubado.com.br/12/12/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário