Ricardo Orlandini*
Superstição
é a crença baseada na ideia de que determinadas atitudes, números ou
palavras trazem sorte ou azar. Estas crenças irracionais sobre a relação
causal entre certas ações ou comportamentos e ocorrências posteriores,
sobrevivem em pleno século XXI ao lado de uma sociedade que já foi à Lua
e explora os confins de nosso sistema solar. Das culturas de
“primeiríssimo” mundo, teoricamente as mais esclarecidas, até entre
povos que ainda vivem primitivamente.
Posso citar vários exemplos desta irracionalidade como a crença comum
no Brasil de que quebrar um espelho causa sete anos de azar. Ou quem
sabe a de que se a palma da mão coçar é sinal que vamos ganhar dinheiro,
ou dependendo da mão, para alguns ainda mais perfeccionistas, pode ser
ganhar ou perder dinheiro.
E se sua orelha esquentar de repente seria porque alguém está falando mal de você?
Estas crenças permanecem impregnadas em todos nós, não porque
queremos, mas porque deixamos nos envolver por algo que não conseguimos
explicar racionalmente, transferindo ao sobrenatural e para a
superstição estas nossas incertezas.
Na sociedade cristã ocidental está arraigada a questão relacionada ao número 13, e à sexta-feira 13.
O absurdo do número 13 é tanto que nos Estados Unidos e no Canadá,
por exemplo, muitos prédios não possuem o 13º andar, não existe a
poltrona de número 13, a mesa 13, e por aí segue um festival de
baboseiras quase interminável. Chegaram a criar a poltrona 12-a, mesa ou
o andar de mesmo número, como se isso fosse mudar alguma coisa.
Outro exemplo interessante vem da Fórmula 1. Nessa modalidade, não
correm carros com o número 13. A razão de ninguém usar esta numeração
foi que o 13 estampava o carro de Giulio Masetti no acidente fatal que o piloto teve em 26 de abril de 1926. Desde então, só dois pilotos arriscaram correr com o número.
Ora gente, depois do número 12 vem o 13 e não o 12-a ou o 14.
Já a crença de que o dia 13, quando cai numa sexta-feira, é dia de azar, é a mais popular superstição entre os cristãos.
Há muitas explicações para isso, sendo a mais forte delas, o fato de
que Jesus Cristo foi crucificado em uma sexta-feira e, na sua última
ceia, estarem presentes 13 pessoas à mesa: ele e seus 12 apóstolos.
Mas tudo isso que envolve superstição é tão absurdo que, se por um
lado muitas culturas temem o número 13, outras tantas o consideram um
número de boa sorte.
É mais ou menos como o Dia de Finados, que algumas culturas choram e outros, como no Dia dos Mortos no México, é uma grande festa popular.
E aí, como ficamos com mais uma sexta-feira 13?
Nessa sexta-feira dia 13/12/2013 (olha só
quanto 13), quem sabe, para garantir, vamos bater três vezes numa mesa,
mas com um detalhe, de baixo para cima que é para dar sorte.
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* Jornalista.
Fonte: http://www.ricardoorlandini.net/13/12/2013
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