Depois de ter obtido a maioria dos votos populares nas eleições para a
Presidência dos Estados Unidos em 2000 - mas ter perdido, já que George
W. Bush obteve mais delegados no colégio eleitoral -, Al Gore tem sido
econômico nos comentários sobre o futuro de sua vida na política: "Estou
em convalescença da política, sendo que as chances de recaída
diminuíram bastante, a ponto de aumentar a minha confiança na minha
capacidade de resistir a eventuais tentações". Seu entusiasmo, no
entanto, parece inversamente proporcional quando a questão é deslocada
para o futuro da vida política. No lugar das 28 palavras usadas para
comentar sobre suas chances de concorrer a novas eleições, ele se
estende confortavelmente na conversa. "Tanto a democracia quanto o
capitalismo foram hackeados", alerta Gore em entrevista ao Valor, por telefone.
Como já se tornou hábito, seu tom é contundente e polêmico. Gore toma
emprestado um termo tecnológico para argumentar que o sistema político
no século XXI foi violado pelo dinheiro das grandes corporações, um
fenômeno que não é particularidade do Partido Republicano que o derrotou
há 13 anos. Para ele, o condomínio ideológico formado pela aliança do
capitalismo com a democracia representativa foi dilacerado por uma
concentração da riqueza, extrapolando a esfera do mercado para invadir a
esfera da democracia. Esse ambiente seria um dos principais
responsáveis pelo enfraquecimento do interesse público e pela
disfuncionalidade da governança em muitos países.
"Os resultados são óbvios no sufocante controle das elites sobre as
decisões políticas, nas crescentes desigualdades sociais e concentrações
de riqueza, na paralisia de qualquer esforço por reformas."
Desta vez, a verdade inconveniente que o ex-vice-presidente pretende
dizer a seus ex-colegas da política americana é que hoje, embora eles
ainda sejam chamados de "representantes", a maioria "representa apenas
as pessoas e empresas que fazem doações de campanha, e não os
eleitores". Em média, calcula Gore, os congressistas americanos gastam
cinco horas por dia fazendo ligações e indo a festas para pedir doações
para campanhas políticas a pessoas ricas - e com interesses específicos.
A justificativa para tamanho empenho é que em torno de 80% dos recursos
gastos, tanto pelo seu Partido Democrata quanto pelo Republicano, são
para pagar 30 segundos de comerciais na TV, diz.
"O futuro que começa a surgir será bem diferente
de tudo o que vimos no passado", diz o
ex-vice-presidente dos Estados Unidos
Outra verdade inconveniente: na década de 1970, apenas 3% dos
congressistas que se aposentavam iniciavam uma nova carreira no mundo do
lobby. Hoje, 50% dos senadores e 40% dos deputados que deixam seus
mandatos nas casas legislativas dos EUA começam uma atividade como
lobista, defendendo interesses de corporações ou de setores
empresariais. Para salvar o futuro, advoga Gore, é necessário corrigir
distorções como essas e apostar na união de um capitalismo sustentável
com uma tomada democrática de decisões.
Presidente do Generation Investment Management e do Climate Reality
Project, Albert Arnold Gore Junior, de 65 anos, tem dedicado boa parte
de seu tempo a pensar o futuro. Durante dois anos, os móveis da sala de
estar de sua casa em Nashville, no Tennessee, foram retirados e o espaço
ficou ocupado com lousas brancas repletas de dados de toda sorte.
Tentava alinhavar as hipermudanças que transformam assustadoramente a
sociedade contemporânea. O resultado está no épico "O Futuro: Seis
Desafios para Mudar o Mundo", livro com quase 600 páginas recém-lançado
no Brasil pela HSM Editora.
O universo de suas análises ultrapassa a fronteira do aquecimento
global, tema caro a Gore e que lhe rendeu um Oscar por "Uma Verdade
Inconveniente", um Prêmio Nobel da Paz e muita controvérsia em círculos
mais conservadores. Nunca antes na história do homem, garante o
ex-vice-presidente, tantas revoluções ocorreram simultaneamente. "Já
passamos por períodos revolucionários de transformações, mas nenhum tão
poderoso e fértil de 'fatores gêmeos' (no caso, risco e oportunidade)
como o momento que começamos a vivenciar."
A rede digital planetária aliada a uma economia mundial integrada faz
que essa geração testemunhe o nascimento da primeira civilização
verdadeiramente global, escreve. "O futuro que começa a surgir será bem
diferente de tudo o que vimos no passado." A questão essencial é que a
estrutura do cérebro do homem não está muito diferente da de seus
ancestrais que viveram há 200 mil anos. A conformação atual do mundo,
portanto, exigirá que sejam feitas adaptações no projeto de civilização
com mais urgência do que parece razoável, defende o autor. Para isso,
Gore estabelece os seis principais desafios para mudar o mundo e evitar
que a humanidade cave sua destruição.
- A comunicação digital globalizada, que reúne os pensamentos e as
emoções de bilhões de pessoas e conecta equipamentos, robôs, sensores
onipresentes e bases de dados;
- A crescente globalização econômica, que gerou uma entidade
integrada e holística que se relaciona de forma totalmente nova com o
capital, o mercado de trabalho, os mercados consumidores e os governos;
- A alteração do equilíbrio do poder político, econômico e militar do
mundo - transferido dos Estados Unidos para um conjunto de centros do
poder emergentes;
- Um sistema de avaliação econômica impreciso, que nos conduz ao crescimento insustentável do consumo;
- A revolução nos estudos dos genomas e nas ciências da vida, que está transferindo o controle da evolução para as mãos humanas;
-A ruptura radical nas relações entre os seres humanos e os ecossistemas da Terra.
Todas essas revoluções se interconectam, de alguma forma, umas com as
outras nessa era digital. Além de ativista ambiental, Gore também se
notabilizou por ser um defensor do potencial político da internet. Até
2015, projeta, haverá um aparelho móvel para cada habitante do planeta. E
o número de pessoas que acessam a rede mundial de computadores a partir
de aparelhos móveis deverá aumentar 56 vezes nos próximos cinco anos.
Para ele, a internet e a revolução na forma como nos comunicamos podem
oferecer os meios para reacender a democracia - que se encontraria em
recessão - e purgar a grande influência das corporações.
"A recente 'economia do perseguidor', baseada na compilação de arquivos digitais sobre as pessoas, é inaceitável"
Por motivos variados, Gore avalia que a democracia não floresceu no
período em que a sociedade viveu na era da televisão, um veículo de "mão
única". O cenário pode mudar agora com a internet, quando se consolida o
que qualifica de uma mente global. Tudo é uma questão de risco e
oportunidade. A rede seria um campo fértil para reverter "esse
enfraquecimento da democracia e restabelecer a base para uma governança
saudável". Gore vê grandes oportunidades, por exemplo, para que os
indivíduos readquiram o poder para fazer parte de um mundo de trocas, o
que melhoraria a capacidade das pessoas de analisar a lógica dos fatos e
facilitaria a abertura de espaço para novos centros emergentes de
influência e construção de "praças públicas" - na internet - para
discutir as melhores estratégias de aproveitamento das oportunidades.
Algumas manifestações políticas recentes foram predominantemente
viabilizadas pela internet. Do Brasil à Turquia, dos Estados Unidos à
Espanha, da Rússia ao Egito, foram vários os países que tiveram as ruas
ocupadas por protestos. A Primavera Árabe é o caso mais emblemático
dessa força. Não se sabe, porém, qual é o fôlego desses manifestos. "Os
movimentos reformistas e revolucionários que nasceram pela internet em
geral exibiram o mesmo roteiro: entusiasmo e mobilização seguidos de
decepção e resultados tímidos", observa.
Algumas nuvens negras, porém, pairam sobre a fartura de
possibilidades da era digital: a falta de segurança e a de privacidade
são as mais evidentes. Na semana passada, uma campanha encabeçada por
gigantes da tecnologia como a Apple, que tem Gore em seu conselho de
administração, pediu o fim do vigilância na internet. A ideia das
companhias é pressionar o governo americano a diminuir o poder dado a
entidades como a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em
inglês), que espionou a Petrobras e a presidente Dilma Rousseff, os dois
casos brasileiros mais expressivos. "Isso mostra como o meu livro,
concluído há quase um ano, está mais atual do que nunca", diz Gore. A
edição americana de " O Futuro" foi lançada no início do ano e já
chamava a atenção sobre problemas que dominariam as manchetes do mundo
todo ao longo de 2013.
Para o ex-vice-presidente, é preciso abordar com urgência a falta de
privacidade e de segurança de dados na internet. "A recente 'economia do
perseguidor', baseada na compilação de grandes arquivos digitais sobre
as pessoas que utilizam o e-commerce, é absurda e inaceitável", escreve.
O uso potencial que os governos podem fazer dos arquivos digitais sobre
a vida dos cidadãos, incluindo a escuta de conversas, "representa uma
grave ameaça à liberdade e deve ser contido". Na segunda-feira, um passo
foi dado nessa direção. O programa do governo americano de coleta de
dados dos registros telefônicos, feito pela NSA e denunciado por Edward
Snowden, foi considerado inconstitucional por um tribunal federal nos
Estados Unidos.
Menos caloroso, mas também importante, o debate do controle da
internet também está longe de um consenso. No livro, Gore lamenta o fato
de o Brasil, a Índia e a África do Sul apoiarem a China, a Rússia e o
Irã no processo de criação de um organismo de governança mundial para a
rede, navegando na contramão do status quo. Hoje são os EUA que governam
"sem perder de vista regras e valores que refletem nossa tradição de
liberdade de expressão de livre-comércio". O ex-vice-presidente, no
entanto, comenta que ainda não conversou com a presidente Dilma sobre o
assunto.
A perda de confiança na liderança dos EUA, para além da rede mundial
de computadores, acelerou a mudança no equilíbrio do poder mundial,
acredita. Esse processo pode ter sido mais intenso depois da crise de
2008, mas é fruto também de "castastróficos erros políticos, militares e
econômicos" cometidos no início do século XXI. "Ainda não se conhece
totalmente a gravidade do perigo representado por essa humilhação da
democracia norte-americana", escreve Gore.
Mas o ex-vice-presidente sugere que não há um declínio americano,
pode ser apenas uma perda relativa do poder de seu país. O aumento da
presença chinesa no PIB mundial e de outras nações emergentes seria mais
um efeito colateral dos problemas da Europa do que propriamente dos
Estados Unidos. Para ele, a histórica diminuição da influência e das
perspectivas dos membros da zona do euro é decorrência da falha na
tomada de decisão desses países. Em nome da moeda única, adiaram uma
maior integração de suas políticas fiscais. "A incapacidade dos líderes
europeus em promover a integração fiscal e em movimentar-se com mais
velocidade rumo a uma Europa unificada gerou uma grave crise política e
econômica, que ameaça desfazer um dos mais importantes êxitos
geopolíticos obtidos pelos Estados Unidos no rescaldo da Segunda Guerra
Mundial."
Gore defende a tese de que o Estado-nação, apesar de ainda ser a
forma política dominante, está perdendo autoridade e poder para as
corporações multinacionais. O Estado-nação emergiu na onda da imprensa,
mas a mente global altera as bases que fundamentaram o Estado-nação,
avalia. "Nenhuma nação pode escapar dessas poderosas ondas de mudanças e
impor seu ponto de vista de forma unilateral. As decisões de maior
importância para o nosso futuro, agora, são aquelas que envolvem o mundo
como um todo."
Diferentemente de Bill Clinton, que em visita ao Brasil declarou seu
apoio para que o país tenha participação fixa no Conselho de Segurança
das Nações Unidas, Gore prefere não tomar uma posição sobre o tema. Ele
admite que décadas depois da criação de instituições multilaterais, elas
enfrentam a desconfiança tanto de países em desenvolvimento como de
ambientalistas e dos defensores de justiça social. A alegação geral é
déficit democrático. "Na ausência de uma liderança forte exercida pelos
Estados Unidos, a comunidade das nações aparentemente não consegue
entender quanto à coordenação dos interesses internacionais e ao
estabelecimento de mecanismos de governança cooperativa necessários para
a solução dos grandes problemas de nosso tempo."
Muitos nos EUA veem no discurso de Gore uma voz socialista,
especialmente por seu ataque aos "fundamentalistas do mercado". No
entanto, ele tem destacado que sua agenda é que tanto a democracia
representativa quanto o capitalismo de mercado devam ser questões
essenciais para moldar o futuro da humanidade. Só que com reformas. E vê
os Estados Unidos ainda como a única nação capaz de "fornecer o tipo de
liderança necessária ao planeta".
Eleito para a Câmara dos Deputados americana em 1976, Gore foi
senador pelo Estado do Tennessee (1985-1993) e vice-presidente de Bill
Clinton por oito anos (1993-2001). Muitos analistas políticos avaliam
que Barack Obama não tem um desempenho na Casa Branca como teve seu
colega Clinton. Para Gore, um dos principais entraves para o atual
presidente é justamente a relevante mudança na democracia americana. Mas
nem sempre ele é condescendente. Antes de Obama iniciar seu segundo
mandato, o ex-vice-presidente chegou a criticar o democrata,
especialmente no âmbito de sua política ambiental.
"No início do governo do presidente Obama, eram grandes as esperanças
de uma virada na política norte-americana em respeito ao aquecimento
global - o que de fato aconteceu por um tempo", escreve. O problema é
que os impactos positivos das propostas sobre energia e clima foram
anulados, na visão de Gore, quando Obama, em campanha pela reeleição,
liberou mais áreas públicas para extração de carvão. Essa atitude
contribuiu para uma maior dependência de combustíveis fósseis geradores
de carbono. Ao Valor Gore diz que está mais confiante
depois do discurso de posse de Obama, em janeiro, e da nomeação de Dan
Utech, no mês passado, como principal conselheira para mudança climática
e energia na Casa Branca, substituindo Heather Zichal.
O aquecimento global, é claro, merece atenção especial de Gore, que considera a tributação de CO2
como o melhor ponto de partida para mitigar o problema: "A poluição
causadora do aquecimento global, em particular, deve ter um preço", diz.
Propõe como contrapartida a redução do imposto sobre o trabalho, como
os que incidem sobre a folha do pagamento. "É urgente reformar os
mercados e tornar o capitalismo sustentável, alinhando incentivos com
nossos interesses em longo prazo."
Autor de "A Terra em Balanço", "Uma Verdade Inconveniente" e "O
Ataque à Razão", Gore tem dois carros elétricos e uma casa com numerosas
placas de energia solar, que, na verdade, podem esconder um telhado de
vidro aos olhos da mídia americana. O ex-vice-presidente deixou uma
mancha em sua biografia, ao vender por estimados US$ 500 milhões sua
participação na Current TV para a rede Al Jazeera, que pertence ao
Estado do Qatar. No início do ano, foi bombardeado por questionamentos
sobre a hipocrisia de seu discurso, já que a principal fonte de recursos
do país são justamente as reservas de petróleo.
No programa "Andrew Marr Show", da rede BBC, alegou que,
diferentemente da maior parte das redes de notícias dos Estados Unidos, a
Al Jazeera não exibia longos comerciais de companhias de petróleo.
Jornalista antes de entrar na carreira política, Gore comentou também
que a cobertura sobre a questão do clima da rede do Qatar é de alta
qualidade, sugerindo que a emissora deveria estar em mais pacotes de
televisão a cabo.
Mas Gore chega a fazer seu mea-culpa em outros tópicos ambientais.
Diz, por exemplo, que, embora tenha apoiado no passado o sequestro de
carbono, considera hoje uma falsa solução. Para ele, o custo financeiro e
energético dessas tecnologias de sequestro de carbono são muito
elevados, o que compromete o interesse das pessoas por tais soluções.
Também avalia que, depois da tripla tragédia em Fukushima, no Japão, as
chances para a energia nuclear se tornam menos animadoras. O terremoto, o
tsunami e o acidente nuclear de março de 2011 causaram na província
japonesa mais de 1,6 mil mortes indiretas até o mês passado, segundo o
governo japonês.
Como todo ativista ambiental, a Amazônia está no topo de suas
preocupações. Acompanha de perto tudo o que ocorre na maior floresta
tropical do mundo, que sofre ataques de madeireiros e agricultores de
subsistência há décadas. "Apesar das medidas tomadas pelo governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para diminuir a destruição, sua
sucessora promoveu mudanças políticas que reverteram alguns avanços",
escreve. Mas, no ano passado, salienta Gore, a taxa de desmatamento
diminuiu. Como empreendedor, o ex-vice-presidente diz que não tem
previsão de investir na Amazônia.
No horizonte de Gore, o crescimento populacional também é um problema
e a educação das meninas um fator para impactar o crescimento
demográfico. "Estatísticas sobre população mostram claramente que
alfabetização feminina e o acesso de boas escolas são essenciais." O
poder feminino na sociedade também deve ser maior, para que elas possam,
de fato, decidir quantos filhos querem.
Ao investigar as possibilidades do futuro, Gore identificou que a
convergência da era digital não altera apenas como nos comunicamos e o
que sabemos. Muda também o que fazemos, como fazemos e transforma quem
somos. Além da possibilidade de curas hoje improváveis de doenças, as
ferramentas digitais podem ser aproveitadas para a chamada medicina de
precisão ou personalizada, com base nos padrões digitais e moleculares
dos genes, proteínas, comunidades de micróbios e uma série de outras
fontes de informações clínicas importantes. Outro ponto bem-vindo para
muitos estudiosos é o automonitoramento, que permite atualizar as
funções vitais das pessoas, permitindo aumentar os cuidados preventivos,
melhorando a eficiência e reduzindo custos. É possível comemorar.
Mas, ao ser questionado se é otimista, Al Gore afirma que sim, mas
lembra que todos nós vivemos num cenário de risco e oportunidade que
depende das ações dos homens e mulheres do século XXI. O
ex-vice-presidente diz acreditar em um velho provérbio africano que
aconselha: "Quando rezar, mova seus pés. Oração sem ação, assim como
otimismo sem compromisso, é uma agressão passiva ao futuro".
Trechos
A nossa escolha
"Não importa o país em que vivemos, nós, como seres humanos, temos de fazer uma escolha: deixar-nos levar pelas fortes correnteza da mudança tecnológica e do determinismo econômico rumo a um futuro que pode ameaçar nossos valores mais profundos, ou construir uma capacidade de decisão coletiva e em escala global, que nos permita moldar o futuro de modo a proteger a dignidade humana e a refletir as aspirações das nações e dos povos."Decisões coletivas
"A ideia de tomar decisões coletivas realmente significativas e voltadas ao controle do maquinário global que colocamos em movimento é ingênua e até simplória, segundo aqueles que há muito tempo depositaram sua fé no futuro na mão invisível do mercado - e quanto mais as tecnologias ampliarem a força dessa "mão invisível" -, mais os músculos de nossa autogovernança vão se afrouxar."Sem opinião
"Embora os mercados não tenham rivais no que se refere à coleta, ao processamento e à utilização de imensos fluxos de informação para alocar recursos e equilibrar a demanda e a oferta, neles a informação apresenta uma singularidade. Ela não tem opinião, caráter, personalidade, emoções, amor ou fé - trata-se apenas de números."Dinheiro na política
"A predominância do dinheiro no cenário político moderno (em especial nos Estados Unidos) criou o que poderíamos descrever como uma "democracia de resultados trimestrais". A cada 90 dias, políticos, candidatos a reeleição e seus opositores se apressam em apresentar em público os valores que conseguiram angariar nos três meses anteriores."Mente Global
"A disseminação do poder da computação e a crescente adesão de pessoas à internet constituem tendências que se reforçam mutuamente. E assim como a Terra S.A. está modificando o papel dos seres humanos no processo de produção, a Mente Global altera o modo como nos relacionamos com o universo da informação."Extinção das espécies
"A destruição das florestas, em especial as tropicais, donas de uma rica biodiversidade, também constitui um dos principais causadores, ao lado do aquecimento global, daquilo que a maioria dos biólogos considera a pior consequência da crise ambiental: um processo que pode levar à extinção de 20% a 50% de todas as espécies vivas no planeta ainda neste século."Catástrofes
"Em 2011, os EUA enfrentaram oito desastres relacionados ao clima, cada um com prejuízos estimados em cerca de US$ 1 bilhão. O furacão Irene, que atingiu Nova York, no entanto, gerou mais de US$ 15 bilhões em danos."Fonte: "O Futuro: Seis Desafios para Mudar o Mundo"
“O Futuro: Seis Desafios para Mudar o Mundo”
Al Gore. HSM Editora, 569 págs., R$ 79
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Reportagem Por Robinson Borges | De São Paulo
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