Indicado ao Nobel da Paz e um dos líderes espirituais mais respeitados, Thich Nhat Hanh fez um manual para conciliar autoridade com felicidade
Muito já se falou sobre o poder: é a pior das drogas, o melhor dos afrodisíacos... Você acaba sem saber se o possui ou se suas garras tomaram posse de você. O que fazer, então, uma vez que já o tenha conquistado? Reconsiderar o seu significado é o que aconselha Thich Nhat Hanh, 83 anos, monge vietnamita indicado ao Nobel da Paz por Martin Luther King, em 1967, e um dos líderes espirituais mais respeitados do mundo. Em 2001 ele fez, no Fórum Econômico Mundial (Davos), uma impactante conferência intitulada “Empenhados em Melhorar a Condição de Cada Coração”. Vale dizer: o slogan do fórum era “Empenhados em Melhorar a Condição do Mundo”.
Thich Nhat Hanh (www.plumvillage.org) tem vários livros publicados no Brasil, todos com mensagens de extrema beleza expressas com absoluta simplicidade, e entre eles está A Arte do Poder (Editora Rocco): quase um “manual” para quem quer repensar sua maneira de lidar com esse atributo para construir maior felicidade, paz e compaixão em sua vida. Três sentimentos inegociáveis pelo budismo. Por você também?
O livro mostra por que os cargos não conferem poder. Que uma certa autoridade pessoal se dá quando você irradia alegria, paz e estabilidade. Quando você é, para sua equipe, alguém revigorante, sereno e sábio. Quando lhe escutam porque você é autêntico – não em função de seu cargo, riqueza e posição na sociedade. “O bom uso do poder”, diz o monge, “não é apenas uma questão de espiritualidade e, sim, um assunto de vida e morte para as nações. Empresários e políticos precisam saber usá-lo com sabedoria.”
O livro A Arte do Poder mostra que a autoridade se
dá quando há alegria, paz e estabilidade
Thich Nhat Hanh nos fala, à sua maneira, sobre aquilo que conceituamos como “responsabilidade social empresarial”. Ele celebra o que chama de “homem de negócios por amor” e lembra que muita gente, ao iniciar um empreendimento, sonha em ajudar a família e a comunidade mas, aos poucos – com o alcance do sucesso –, a ansiedade toma o lugar do amor e tudo passa a girar em torno de poder e fama. O desejo de prosperar fica maior que o de amar.
Thich Nhat Hanh ensina também como cultivar cinco virtudes espirituais por meio de sugestões absolutamente viáveis para o dia a dia: meditações e exercícios individuais e em grupo, para você praticar com a família e com os colegas na empresa, além do que ele propõe batizar como “dia não comercial”.
Segundo ele, os cinco poderes espirituais são:
1) a fé, aqui significando uma confiança e uma convicção que conduzem à liberdade e à transformação das aflições;
2) a perseverança, no caso relacionada à disciplina em praticar as virtudes inerentes a esses poderes e às meditações;
3) a plena consciência, ou mente alerta, que é a energia ou a capacidade de estar consciente do que está acontecendo no momento presente, de reconhecer as coisas como elas são;
4) a concentração, que é a capacidade de estar no “agora”(quando beber chá, apenas beba o chá, não beba o seu sofrimento, nem o seu desespero, nem os seus projetos) e, dessa maneira, produzir 5) discernimento, o quinto, chamado também de “superpoder”, porque baseado na compreensão de duas chaves do crescimento pessoal/espiritual – a natureza transitória de todas as coisas e circunstâncias e a “ausência do eu”.
Desse modo, você nunca mais pensará sobre o poder ou o empregará como faz hoje em dia.
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Por Geraldinho Vieira
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI80759-16365,00-O+MONGE+REFLETE+SOBRE+O+PODER.html
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