O Brasil precisa desses profissionais
Imagine Bill Clinton, will.i.am (líder do Black Eyed Peas), o jogador
da NBA Chris Bosh (foto), o ator Ashton Kutcher, Dr. Mehmet Oz
(medico-celebridade-apresentador de TV), Mike Bloomberg (prefeito de
Nova Iorque), Leland Melvin (astronauta), Stephen Hawking (físico), Arne
Duncan (ministro da Educação dos EUA) se alinhando a empreendedores
como Bill Gates (Microsoft), Mark Zuckerberg (Facebook), Richard Branson
(Virgin Group), Jack Dorsey (Twitter) ou Drew Houston (Dropbox) para
pedir a mesma coisa: Que todo estudante em todas as escolas tenham a oportunidade de aprender a programar um computador. Todos estão unidos em uma única iniciativa: A Code.org (www.code.org).
De certa forma, este é o tema do post
do empreendedor Renato Steinberg da Fashion.me que escreve as terças no
Blog do Empreendedor Estadão PME. Precisamos não só ter mais
programadores, mas pessoas que gostam de programar. O escândalo desta
semana sobre a espionagem norte-americana no Brasil, não só mostra a
vulnerabilidade digital do país, mas a importância de formarmos muito
mais talentos em computação. É este tipo de profissional que tem
permitido que tenhamos mais acesso às informações e várias outras
facilidades. Os recentes protestos vistos no Brasil, só organizados
porque dois programadores talentosíssimos – Mark Zuckerberg e Jack
Dorsey –, lideraram a criação de Facebook e Twitter, respectivamente.
Imagine juntar todo esse povo por meio de cartas, murais ou mesmo pelo
telefone…
Mais do que simplesmente escrever códigos, aprender a programar nos
ensina a pensar – dizia Steve Jobs. E como precisamos de gente que pensa
neste país. E este demérito não é só nosso. É de qualquer nação que
sonha em ser uma. Daí a importância de iniciativas como o Code.org.
Americanismos a parte, os chineses formam um dos maiores grupos de
usuários desta iniciativa. Não é só interesse do governo chinês de ter
milhões de cientistas e engenheiros da computação. É interesse de cada
chinês que vê no conhecimento de programação uma chance de mudar de
vida. Faça as contas: Imagine criar um negócio em que cada chinês gaste
míseros 10 centavos! É pouco, mesmo para o baixo salário médio da China.
Por outro lado, a China tem quase 1,4 bilhão de pessoas. Seria um ótimo
negócio. E é. A Tencent Holdings, fundada pelos programadores Ma
Huateng e Zhang Zhidong, vale hoje cerca de US$ 65 bilhões. Um chinês
que pensa assim não vai ficar brigando pela reforma agrária. Uma das
frases de impacto no vídeo que divulga o Code.org é “Você não precisa ser um gênio para codificar. Precisa ser determinado.”
Portanto, qualquer pessoa determinada pode aprender a programar, ganhar
mais dinheiro e ter mais impacto na sociedade do que ficar brigando por
um pedaço de terra. As terras hoje são digitais! Foi com isto em mente
que o programador Cléber Manzoni criou a Enalta que oferece soluções de
agricultura de precisão para empresários de agribusiness (que
há muito tempo deixaram de ser meros agricultores). Em 2013, a Enalta
foi considerara uma das empresas mais inovadoras do mundo segundo o
ranking da revista FastCompany. Por esta razão, o Brasil pode sim pular
do Século XIX para o Século XXI….
Mas é preciso termos mais programadores e mais pessoas que gostam de
programar no Brasil. Isto é uma discussão de independência nacional,
empresarial e até pessoal. Saber programar não fecha nenhuma porta, mas
abre muitas e algumas que ainda nem existem.
E por isto a Code.org tem mais um mérito: incentivar crianças a programar. E crianças aprendendo inputs e outputs
tem um poder incrível. Elas aprendem não apenas lógica, mas visão
sistêmica. Lógica e visão sistêmica serão úteis durante toda a sua vida!
Fica mais fácil aprender sobre química e biologia e também sobre os
impactos da corrupção ou de um lixo descartado incorretamente. Saberão
que dar um pedaço de terra a alguém despreparado vai manter o estado que
é: um pedaço de terra. Que dar uma bolsa para quer que seja sem exigir
crescimento pessoal vai manter o estado que é: algo pendurado. Que
manter o Estado do jeito que está só beneficia quem gosta do estado do
jeito que é.
Mas seus filhos brincam de Barbie ou Galinha Pintadinha? Sem
problemas. Há histórias incríveis de empreendedores que criaram estes
personagens. Mas os incentive a programar também. Como? Conheça o
Scratch (www.scratch.mit.edu), o Light Bot (www.light-bot.com), o Kids Ruby (www.kidsruby.com), o Little Bits (www.littlebits.com) ou o Move the Turtle (www.movetheturtle.com).
Pode ser uma boa aposta. Mark Zuckerberg (Facebook) aprendeu programar
na 6ª série, Bill Gates aprendeu aos 13 anos, Jack Dorsey (Twitter) aos
8. Para eles, aprender a programar foi “como tocar um instrumento ou praticar algum esporte”- como é defendido pelo Code.org.
Quem entrar no Code.org descobrirá que programar é o novo jogo de
quebra-cabeça do Século XXI. Tem o de 10 ou 20 peças para os iniciantes,
os de mil peças para os entendidos, e até os de 1 milhão de peças para
mais determinados.
Pensando assim, quem sabe não orgulharemos um dia de termos os neymares da computação mundial.
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Por Marcelo Nakagawa, Insper
Fonte: http://blogs.pme.estadao.com.br/blog-do-empreendedor/
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