A busca pela certeza é uma tradição americana
(Reprodução/Economist)
Aquela antiga religião é forte nos EUA. Para tomar apenas uma medida,
por década mais de 40% dos americanos afirmam consistentemente aos
pesquisadores da Gallup que Deus criou os humanos mais ou menos como
esses são hoje há menos de 10.000 anos. Eles estão adotando um relato
das origens do homem promovido por criacionistas da Terra jovem que
recorrem a uma leitura dolorosamente literal das Escrituras, deixando de
lado os contra-argumentos da ciência (os fósseis são uma relíquia do
dilúvio de Noé, argumentam, e a evolução é um mito avançado por ateus).
Em uma pesquisa recente 58% dos republicanos e 41% dos democratas
afirmaram crer no criacionismo. Os alicerces dessas fés são o princípio
da infalibilidade bíblica, isto é, uma certeza de que as Escrituras são
necessariamente verdadeiras.
A busca pela certeza é uma tradição americana. Os crentes do Velho
Mundo em geral herdam a religião de forma passiva, como um artefato
cultural. Os americanos, um povo individualista, tem uma propensão maior
a trocar de igrejas ou pastores até encontrar um credo que faça sentido
para eles. Eles admiram textos seminais (como por exemplo a
constituição), os quais cidadãos prosaicos podem tomar por verdades
imutáveis.
Ao mesmo tempo, a fé literal está em crise. Americanos jovens estão se
distanciando das denominações rígidas, as quais detêm bastante
influência sobre a vida americana no pós-guerra. Ao atingirem os 18 anos
de idade, a metade dos evangélicos abandona suas fés, e entrar em uma
universidade pública é especialmente perigoso. O aparente paradoxo de
uma forte crise na fé é explicado pela rigidez: aquilo que não dobra
pode vir a quebrar. O perigo é sentido de forma aguda em círculos
cristãos conservadores, nos quais foi iniciado um debate sobre as
perspectivas de longo prazo do movimento.
-------------------------
Fontes:
The Economist-All about Adam
http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/o-aumento-da-crenca-no-criacionismo-nos-estados-unidos/ 28/11/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário