quarta-feira, 24 de abril de 2013

Igreja de pedra de 715 a.C. que abrigou agricultores, peregrinos e padres vira residência na Toscana

Igreja de pedra de 715 a.C. que abrigou agricultores, peregrinos e padres vira residência na Toscana Andrea Wyner//The New York Times

Hoje, o exterior da casa mantém aquela pátina de "velho mundo". Mas dentro, a casa é um casamento entre acabamentos modernos e as estruturas originais Foto: Andrea Wyner/ / The New York Times 

Para reformar a morada de 465 metros quadrados, que foi adquirida por US$ 1 milhão, os donos gastaram quase US$ 2,6 milhões, numa obra que durou quase quatro anos

Sandy Keenan
Elisabetta Bruscolini e Giancarlo Astrólogo são verdadeiros colecionadores de amigos, objetos e casas. Ela é gerente de uma escola de cinema na Itália. Ele, um ex-estilista de alta costura que agora coleciona obras de arte. Contudo, embora estejam juntos há 16 anos, nunca sentiram a necessidade de se casarem. 

 
– Casamento? Não acho importante. Um relacionamento é algo que escolhemos a cada dia. Divertimos um ao outro e não nos entediamos pois gostamos das mesmas coisas: amigos, arte, cinema, viagens – diz Elisabetta. 
 
E a grande comunidade de amigos que cultivaram se junta a suas famílias estendidas (três filhos adultos e muitos netos), não apenas em Roma, onde vivem, mas também na Toscana, onde passam parte do tempo livre. 

No começo do relacionamento, reformaram uma casa na cidade toscana de Castelmuzio, preservando meticulosamente o exterior medieval e transformando o interior em um espaço moderno, arrojado e limpo. Porém, em 2007, quando caminhavam pelo interior, descobriram que uma propriedade que namoravam há tempos, uma grande paróquia ligada a uma velha igreja, estava à venda. 

– Nós a compramos em dois dias. Fica em meio a um olival, um lugar mágico – diz ela. 

A igreja de Pieve di Santo Stefano a Cennano foi consagrada católica em 1285, mas data de cerca de 715 a.C. Durante séculos, a residência de pedra adjacente abrigou padres, peregrinos, cavaleiros e agricultores. 

– Nos primeiros cinco meses, desfizemos tudo que havia sido feito nos últimos cem anos e a estrutura original começou a aparecer. Seguimos a mesma ideia da velha casa: quartos abertos e grandes – revela Elisabetta sobre a morada que acomoda até 12 pessoas. 

Acabar com odores antigos e desagradáveis não é um desafio que os arquitetos geralmente enfrentam, mas o mau cheiro era onipresente no andar de baixo, recorda Ilene Steingut, arquiteta americana que trabalhou na equipe. 

Durante séculos, as paredes de pedra do andar inferior criaram o local ideal para os animais fazerem as necessidades. 

– Para garantir que o cheiro não ressurgisse, fizemos um sistema de paredes com espaço entre as estruturas existentes. As novas são de tijolos de alvenaria ocos – detalha Steingut.
Recentemente, Elisabetta especulou sobre por que a relação com Giancarlo funcionava e sobre sua próxima parceria. Ela imagina uma casa em alguma ilha grega perto do mar.
-----------------------
THE NEW YORK TIMES
Fonte:  http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/casa-e-cia/noticia/2013/04/

Nenhum comentário:

Postar um comentário