Disputado até hoje por esquerda e direita, legado do filósofo que recusou todo tipo de totalitarismo sobrevive em movimentos populares de contestação de injustiças
Por Fernando Eichenberg, correspondente em Paris. Ilustração de Loredano
O centenário de nascimento, na maioria das vezes, serve como data comemorativa para relembrar os feitos de um personagem mais ou menos ausente do cotidiano. No caso de Albert Camus, nascido em 7 de novembro de 1913, a efeméride apenas concentra uma presença que tem se mantido constante ao longo de décadas. O autor de “O estrangeiro” e “A peste”, ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1957, é um dos campeões de vendas de livros na França e tema onipresente nos programas escolares do país. Celebrado também no exterior, o Camus que rejeitava o rótulo de moderno e o status de filósofo é hoje definido como um pensador “contemporâneo” e “universal”, constantemente solicitado como fonte na busca de sentido para um mundo em crise de ideologias. Neste início de século XXI, seu conceito de revolta, considerado por muitos como a chave de seu pensamento, conecta-se com ideias dos movimentos dos Indignados e Ocupem Wall Street (deflagrados na Espanha e nos Estados Unidos, respectivamente), de manifestantes nas praças do Egito ou da Turquia e de jovens que têm saído às ruas em protesto no Brasil.
As ideias de Camus têm sido recuperadas politicamente pelos campos da direita e da esquerda, citadas na França tanto pelo ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy, que sugeriu a transferência de seus restos mortais para o Panteão, como pelo socialista François Hollande, atual mandatário do país. Apontado como um incompreendido em sua época, marcado por suas polêmicas opiniões sobre a guerra de independência da Argélia, sua terra natal, e pelas divergências com o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980), o romancista, dramaturgo e ensaísta Albert Camus, morto prematuramente aos 46 anos em um acidente de carro, em 4 de janeiro de 1960, não cessa de ser lido, debatido e redescoberto.
Crítico do capitalismo ocidental e do comunismo do bloco soviético, Camus sofreu ataques intelectuais de ambos os lados, sem jamais deixar-se influenciar. Essa seria uma das razões de seu sucesso hoje, defende Agnès Spiquel, presidente da Sociedade de Estudos Camusianos e colaboradora da edição das obras completas do pensador na célebre coleção Pléiade, da editora Gallimard.
— Descobrimos nele um espírito livre, que não se deixou aprisionar pelo debate ideológico. Um debate que hoje, com suas etiquetas prontas, não responde mais às exigências de nossa época. Na condenação de todos os totalitarismos, de Leste a Oeste, ele se recusou a ser reduzido a estereótipos. Por renegar a lógica de clãs, ele fala bastante ao mundo de hoje e atrai as pessoas. O reverso da moeda é que todo mundo pensa que pode utilizá-lo a seu favor — diz Spiquel.
A
pesquisadora destaca a “sensibilidade libertária” de Camus na abordagem
política. Ela atribui a boa receptividade de suas ideias entre
manifestantes contra o poder instituído ao descrédito na política
tradicional e à falência dos atuais sistemas ideológicos, incapazes de
apresentar propostas para solucionar os problemas contemporâneos. Mas
ressalta que Camus diferenciava a “indignação” da “revolta”:
— Para Camus, indignar-se não basta, é algo que pode permanecer apenas no nível emocional. Em “A peste” (1947) e “O homem revoltado” (1951), há a ideia de que a revolta deve criar uma comunidade ativa, uma ação coletiva precisa. Sei que no Brasil os jovens estão também bastante ativos. Em alguns países, passou-se da indignação à revolta camusiana.
Spiquel cita artigos recentes de pesquisadores americanos indicando que as ideias de Camus fundamentam hoje a recusa do terrorismo e também o que o governo dos EUA faz em nome da luta contra o terrorismo. Da mesma forma que refutava o colonialismo francês na guerra da Argélia (1954-1962), Camus também via práticas terroristas na resposta da Frente de Libertação Nacional (FLN, partido que lutava pela independência do país magrebino), diz Spiquel.
A questão argelina foi um dos pontos de discórdia entre Camus e Sartre. Na década de 1950, os dois eram vistos como símbolos de uma intelectualidade francesa que resistiu à ocupação alemã. Mas adotaram posturas distintas em meio à influência crescente do stalinismo na Europa e ao recrudescimento das lutas anticoloniais na África. Sartre alinhava-se aos comunistas e denunciava o imperialismo francês em países como a Argélia. Camus criticava o totalitarismo do regime russo e alertava que um movimento de independência argelina liderado pela Frente de Libertação Nacional poderia substituir a tirania francesa por outra forma de opressão.
Nesse contexto, Camus viu seu livro “O homem revoltado” (1951), que trazia críticas ao stalinismo, ser duramente criticado em um artigo no jornal “Les temps modernes”, dirigido por Sartre. Os dois trocaram farpas em artigos no periódico e romperam a amizade em público. Em seu último texto na polêmica, Sartre escreveu: “Você se tornou vítima de um ressentimento excessivo que mascara seus problemas internos”.
A postura de Camus sobre a independência da Argélia ainda provoca acaloradas discussões. Intelectuais argelinos trataram o escritor por muito tempo como um inimigo ideológico, e hoje há ainda muitos blogs que criticam suas posições na época. Mas, diz Spiquel, há também uma abertura a novas leituras, e hoje compreende-se melhor a célebre declaração de Camus de que, antes da justiça, defenderia sua mãe, mulher de origem espanhola que nunca viu a França e vivia num bairro pobre de pieds-noirs (a população francesa das colônias) em Argel, a capital da Argélia.
— Camus esperava por uma terceira via, sonhava com uma Argélia plural, não monolítica, sem o êxodo dos brancos. As pessoas diziam que era impossível essa coabitação no contexto em que se chegou, mas a experiência da África do Sul nos mostra que coisas assim talvez sejam possíveis — diz Spiquel.
— Para Camus, indignar-se não basta, é algo que pode permanecer apenas no nível emocional. Em “A peste” (1947) e “O homem revoltado” (1951), há a ideia de que a revolta deve criar uma comunidade ativa, uma ação coletiva precisa. Sei que no Brasil os jovens estão também bastante ativos. Em alguns países, passou-se da indignação à revolta camusiana.
Spiquel cita artigos recentes de pesquisadores americanos indicando que as ideias de Camus fundamentam hoje a recusa do terrorismo e também o que o governo dos EUA faz em nome da luta contra o terrorismo. Da mesma forma que refutava o colonialismo francês na guerra da Argélia (1954-1962), Camus também via práticas terroristas na resposta da Frente de Libertação Nacional (FLN, partido que lutava pela independência do país magrebino), diz Spiquel.
A questão argelina foi um dos pontos de discórdia entre Camus e Sartre. Na década de 1950, os dois eram vistos como símbolos de uma intelectualidade francesa que resistiu à ocupação alemã. Mas adotaram posturas distintas em meio à influência crescente do stalinismo na Europa e ao recrudescimento das lutas anticoloniais na África. Sartre alinhava-se aos comunistas e denunciava o imperialismo francês em países como a Argélia. Camus criticava o totalitarismo do regime russo e alertava que um movimento de independência argelina liderado pela Frente de Libertação Nacional poderia substituir a tirania francesa por outra forma de opressão.
Nesse contexto, Camus viu seu livro “O homem revoltado” (1951), que trazia críticas ao stalinismo, ser duramente criticado em um artigo no jornal “Les temps modernes”, dirigido por Sartre. Os dois trocaram farpas em artigos no periódico e romperam a amizade em público. Em seu último texto na polêmica, Sartre escreveu: “Você se tornou vítima de um ressentimento excessivo que mascara seus problemas internos”.
A postura de Camus sobre a independência da Argélia ainda provoca acaloradas discussões. Intelectuais argelinos trataram o escritor por muito tempo como um inimigo ideológico, e hoje há ainda muitos blogs que criticam suas posições na época. Mas, diz Spiquel, há também uma abertura a novas leituras, e hoje compreende-se melhor a célebre declaração de Camus de que, antes da justiça, defenderia sua mãe, mulher de origem espanhola que nunca viu a França e vivia num bairro pobre de pieds-noirs (a população francesa das colônias) em Argel, a capital da Argélia.
— Camus esperava por uma terceira via, sonhava com uma Argélia plural, não monolítica, sem o êxodo dos brancos. As pessoas diziam que era impossível essa coabitação no contexto em que se chegou, mas a experiência da África do Sul nos mostra que coisas assim talvez sejam possíveis — diz Spiquel.
Para ela, o fato de Camus não defender a independência num primeiro momento não significava que era a favor do colonialismo:
— Esta é a armadilha em que as pessoas caem: se você não está ao meu lado, está contra mim. Ele não era a favor do sistema colonial, mas não queria a independência sob a égide da Frente de Libertação Nacional. Ele não se enganou sob o aspecto totalitário da FLN. Historiadores dos dois países têm avançado nesta questão, mas ainda será preciso tempo para que se possa olhar para isto de outra maneira.
Para a organizadora da obra “Albert Camus contemporain” (“Albert Camus contemporâneo”), Dolorès Lyotard, Camus talvez não tenha compreendido na época a necessidade de a Argélia “possuir um nome próprio”. No entanto, ela defende, hoje, a sua atitude:
— Ele colocou uma questão que todas as revoluções devem se fazer. Ao dizer que escolheria sua mãe antes da resistência, em oposição à FLN, perguntava: “É justo que se massacre crianças e se mate a mais miserável das mulheres em nome de um argumento político?” Isto era algo que não podia ser ouvido na época. Hoje, se aceita mais facilmente, embora o dogmatismo persista. O meio intelectual de esquerda na França me parece ainda bastante anticamusiano nesta questão.
Lyotard critica a biografia lançada no ano passado pelo filósofo Michel Onfray, “L’Ordre Libertaire — La vie philosophique de Albert Camus” (“A ordem libertária — a vida filosófica de Albert Camus”), por fazer do escritor um “libertário e rebelde absoluto” e um “herói de uma nova moral política”. Ela destaca a importância da noção de limite no conceito camusiano de revolta.
— Ele diz que é preciso ser rebelde, estar na sedição, mas que há uma “intransigência extenuante da medida”. Revolução, não, mas a revolta, que deve encontrar sua própria limitação. Ele coloca a tensão entre a revolta e a medida, que é o mais difícil. Penso que é também uma das razões pelas quais Camus é redescoberto hoje.
Para Lou Marin, ensaísta e integrante do Centro Internacional de Pesquisa Anarquista (CIRA), Camus não é contrário à revolução, mas a considera como um desenvolvimento da revolta.
— É uma falsa interpretação pensar que ele substituiu a revolução pela revolta. Mas exige que a revolução permaneça fiel à revolta que a precedeu. São questões muito discutidas hoje pelos mais diversos grupos de militância social. Neste aspecto, Camus é bastante atual — diz, ao afirmar que o movimento ecologista antinuclear da Alemanha, do qual fez parte, recorreu às ideias de Camus como referência intelectual para justificar sua revolta.
Na obra “Albert Camus — Écrits libertaires” (“Albert Camus — Escritos libertários”), Marin reuniu textos do autor em publicações de correntes libertárias e anarquistas entre 1948 e 1960.
— Ele se aproximou do meio libertário no pós-guerra. Mas foram necessários cinco ou seis anos até que se reivindicasse como alguém ligado a este movimento. Somente em 1952, em artigos para revistas libertárias, escreveu “nós”. Ele mesmo disse que escreveu “O homem revoltado” para fazer avançar o pensamento libertário. Era um anarquista ético — define.
— Esta é a armadilha em que as pessoas caem: se você não está ao meu lado, está contra mim. Ele não era a favor do sistema colonial, mas não queria a independência sob a égide da Frente de Libertação Nacional. Ele não se enganou sob o aspecto totalitário da FLN. Historiadores dos dois países têm avançado nesta questão, mas ainda será preciso tempo para que se possa olhar para isto de outra maneira.
Para a organizadora da obra “Albert Camus contemporain” (“Albert Camus contemporâneo”), Dolorès Lyotard, Camus talvez não tenha compreendido na época a necessidade de a Argélia “possuir um nome próprio”. No entanto, ela defende, hoje, a sua atitude:
— Ele colocou uma questão que todas as revoluções devem se fazer. Ao dizer que escolheria sua mãe antes da resistência, em oposição à FLN, perguntava: “É justo que se massacre crianças e se mate a mais miserável das mulheres em nome de um argumento político?” Isto era algo que não podia ser ouvido na época. Hoje, se aceita mais facilmente, embora o dogmatismo persista. O meio intelectual de esquerda na França me parece ainda bastante anticamusiano nesta questão.
Lyotard critica a biografia lançada no ano passado pelo filósofo Michel Onfray, “L’Ordre Libertaire — La vie philosophique de Albert Camus” (“A ordem libertária — a vida filosófica de Albert Camus”), por fazer do escritor um “libertário e rebelde absoluto” e um “herói de uma nova moral política”. Ela destaca a importância da noção de limite no conceito camusiano de revolta.
— Ele diz que é preciso ser rebelde, estar na sedição, mas que há uma “intransigência extenuante da medida”. Revolução, não, mas a revolta, que deve encontrar sua própria limitação. Ele coloca a tensão entre a revolta e a medida, que é o mais difícil. Penso que é também uma das razões pelas quais Camus é redescoberto hoje.
Para Lou Marin, ensaísta e integrante do Centro Internacional de Pesquisa Anarquista (CIRA), Camus não é contrário à revolução, mas a considera como um desenvolvimento da revolta.
— É uma falsa interpretação pensar que ele substituiu a revolução pela revolta. Mas exige que a revolução permaneça fiel à revolta que a precedeu. São questões muito discutidas hoje pelos mais diversos grupos de militância social. Neste aspecto, Camus é bastante atual — diz, ao afirmar que o movimento ecologista antinuclear da Alemanha, do qual fez parte, recorreu às ideias de Camus como referência intelectual para justificar sua revolta.
Na obra “Albert Camus — Écrits libertaires” (“Albert Camus — Escritos libertários”), Marin reuniu textos do autor em publicações de correntes libertárias e anarquistas entre 1948 e 1960.
— Ele se aproximou do meio libertário no pós-guerra. Mas foram necessários cinco ou seis anos até que se reivindicasse como alguém ligado a este movimento. Somente em 1952, em artigos para revistas libertárias, escreveu “nós”. Ele mesmo disse que escreveu “O homem revoltado” para fazer avançar o pensamento libertário. Era um anarquista ético — define.
Jean-Pierre
Barou conviveu com Jean-Paul Sartre, participou da fundação do jornal
“Libération” e escreveu mais tarde “Sartre, le temps des revoltés”
(“Sartre, o tempo dos revoltados”). Para ele, a atualidade de Camus está
em seu pensamento político libertário, na defesa de ações diretas não
violentas e do retorno da consciência do indivíduo. Ao mesmo tempo em
que se diz espantado por Camus ser reivindicado por todos hoje na
França, alerta que é preciso saber de qual Camus se está falando. Não
ser de esquerda ou de direita não significa que ele negava a política,
alega Barou.
— Os partidos políticos são construídos hoje como bunkers recortados do mundo. O movimento dos Indignados, por exemplo, supera as clivagens políticas, não está aliado a partidos, mas isto não quer dizer que a política acabou. Camus reclama o lugar da consciência, e seus engajamentos são os nossos de hoje, uma nova política que pense o mundo e a sociedade sem esquemas preestabelecidos.
Um dos principais líderes do movimento de Maio de 68, onda de protestos iniciada pelos estudantes que sacudiu a França, Daniel Cohn-Bendit, hoje deputado verde europeu, começou a ler Camus em sua adolescência, mas conta que só foi descobrir o lado libertário do pensador bem mais tarde, quando os ruídos da revolta de maio já haviam cessado.
— Maio de 68 foi um pouco o triunfo de Sartre. No início eu era bastante sartriano, mas depois fui muito tocado por Camus por seu aspecto mais reflexivo em relação às tomadas de posições mais peremptórias de Sartre — diz.
Cohn-Bendit, que lançou este ano o livro de provocativo título “Pour supprimer les partis politiques!?” (“Pela supressão dos partidos políticos!?”), admite que a influência de Camus foi muito forte para que ele próprio assumisse a sua via libertária.
— Ele conseguiu evitar a armadilha de ter de escolher entre os americanos e os russos, o imperialismo de um e de outro. Teve essa lucidez. Não é verdade quando se diz que era apolítico. Era, ao contrário, muito político. Hoje procuramos referências na análise política, e penso que podemos encontrar mais facilmente um quadro moral de reflexão em Camus do que em outros pensadores — defende.
Cohn-Bendit vê na vontade atual de superação das clivagens políticas tradicionais a veia libertária antitotalitária de Camus, mas aponta nuanças.
— Camus tinha uma indignação prudente, e vejo nos manifestantes de hoje uma indignação desesperada. A indignação pode ser o motor de um movimento, mas em política a prudência não é algo de todo ruim.
— Os partidos políticos são construídos hoje como bunkers recortados do mundo. O movimento dos Indignados, por exemplo, supera as clivagens políticas, não está aliado a partidos, mas isto não quer dizer que a política acabou. Camus reclama o lugar da consciência, e seus engajamentos são os nossos de hoje, uma nova política que pense o mundo e a sociedade sem esquemas preestabelecidos.
Um dos principais líderes do movimento de Maio de 68, onda de protestos iniciada pelos estudantes que sacudiu a França, Daniel Cohn-Bendit, hoje deputado verde europeu, começou a ler Camus em sua adolescência, mas conta que só foi descobrir o lado libertário do pensador bem mais tarde, quando os ruídos da revolta de maio já haviam cessado.
— Maio de 68 foi um pouco o triunfo de Sartre. No início eu era bastante sartriano, mas depois fui muito tocado por Camus por seu aspecto mais reflexivo em relação às tomadas de posições mais peremptórias de Sartre — diz.
Cohn-Bendit, que lançou este ano o livro de provocativo título “Pour supprimer les partis politiques!?” (“Pela supressão dos partidos políticos!?”), admite que a influência de Camus foi muito forte para que ele próprio assumisse a sua via libertária.
— Ele conseguiu evitar a armadilha de ter de escolher entre os americanos e os russos, o imperialismo de um e de outro. Teve essa lucidez. Não é verdade quando se diz que era apolítico. Era, ao contrário, muito político. Hoje procuramos referências na análise política, e penso que podemos encontrar mais facilmente um quadro moral de reflexão em Camus do que em outros pensadores — defende.
Cohn-Bendit vê na vontade atual de superação das clivagens políticas tradicionais a veia libertária antitotalitária de Camus, mas aponta nuanças.
— Camus tinha uma indignação prudente, e vejo nos manifestantes de hoje uma indignação desesperada. A indignação pode ser o motor de um movimento, mas em política a prudência não é algo de todo ruim.
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Fonte: Jornal o Globo on line, acesso 03/11/2013
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