Themis Groisman Lopes*
O caderno Donna de Zero Hora do dia 20 de outubro trouxe uma
reportagem sobre a decisão de mulheres e casais de não terem filhos.
Também na Coluna do Leitor foram publicados comentários a respeito do
assunto.
Como foi comemorado no último mês o centenário de nascimento de Vinícius de Moraes, lembramos um poema dele, intitulado “Enjoadinho”, que tem muito a ver com o tema e que se inicia assim:
“Filhos... Filhos? / Melhor não tê-los! / Mas se não os temos / Como sabê-lo?”.
A questão de ter ou não filhos é muito individual e trata-se de uma escolha que deve ser respeitada. Segundo alguns, a decisão está relacionada ao comodismo de pessoas que não querem ter mais preocupações. As mulheres desejando manter o corpo sem as deformações pontuais que a gravidez provoca; os homens vendo os filhos como rivais. Segundo outros, é uma forma egoísta de pensar, que implica dividir sua vida com alguém que vai depender de seus cuidados.
Existem mulheres e casais que só se sentem realizados se tiverem filhos. Outros desejam filhos, mas não conseguem tê-los. Muitos resolvem o problema através do sublime ato de adotar uma criança órfã ou rejeitada.
Podemos aventar uma hipótese de que, em alguns, o desejo de ter filhos passa pela vaidade e orgulho de serem capazes de gerar uma vida. Ter filhos implica uma mudança significativa na vida de um casal. É uma terceira pessoa, que desequilibra a vida a dois. São cuidados especiais, noites maldormidas com as cólicas dos bebês, choros, banhos, fraldas, amamentação. Trata-se de um ser totalmente dependente e que exige muita paciência, tolerância e dedicação. Torna-se necessário abrir mão de si mesmo em troca das necessidades do pequeno. Aqui cabe outro trecho do poema de Vinícius:
“Noites de insônia / Cãs prematuras / Prantos convulsos”.
Quem foi fadado a ser mãe ou pai elabora com satisfação e prazer, apesar da estafa, todas as mudanças, sendo capaz de dedicar-se de corpo e alma ao recém-nascido para proporcionar-lhe o melhor. Sabendo que, pela vida afora, terá sempre alguém muito especial para educar, dar limites, proteger e amar.
Aqueles que optam pela não maternidade e paternidade pensam em todas as responsabilidades e obrigações que um filho acarreta, além do fato de colocá-lo num mundo com tanta violência, drogas que correm soltas, educação com sérias falhas e saúde deixando tanto a desejar. Não é uma tarefa fácil. E quem sente não ter condições para enfrentar tudo isso faz uma justa escolha.
Ninguém pode condenar uma pessoa por suas decisões. Vivemos numa democracia, onde predomina o livre-arbítrio, e o respeito é o elemento fundamental em toda sociedade.
Numa homenagem a Vinícius, ficam aqui os últimos versos de seu poema:
“Porém, que coisa / Que coisa louca / Que coisa linda / Que os filhos são!”.
Como foi comemorado no último mês o centenário de nascimento de Vinícius de Moraes, lembramos um poema dele, intitulado “Enjoadinho”, que tem muito a ver com o tema e que se inicia assim:
“Filhos... Filhos? / Melhor não tê-los! / Mas se não os temos / Como sabê-lo?”.
A questão de ter ou não filhos é muito individual e trata-se de uma escolha que deve ser respeitada. Segundo alguns, a decisão está relacionada ao comodismo de pessoas que não querem ter mais preocupações. As mulheres desejando manter o corpo sem as deformações pontuais que a gravidez provoca; os homens vendo os filhos como rivais. Segundo outros, é uma forma egoísta de pensar, que implica dividir sua vida com alguém que vai depender de seus cuidados.
Existem mulheres e casais que só se sentem realizados se tiverem filhos. Outros desejam filhos, mas não conseguem tê-los. Muitos resolvem o problema através do sublime ato de adotar uma criança órfã ou rejeitada.
Podemos aventar uma hipótese de que, em alguns, o desejo de ter filhos passa pela vaidade e orgulho de serem capazes de gerar uma vida. Ter filhos implica uma mudança significativa na vida de um casal. É uma terceira pessoa, que desequilibra a vida a dois. São cuidados especiais, noites maldormidas com as cólicas dos bebês, choros, banhos, fraldas, amamentação. Trata-se de um ser totalmente dependente e que exige muita paciência, tolerância e dedicação. Torna-se necessário abrir mão de si mesmo em troca das necessidades do pequeno. Aqui cabe outro trecho do poema de Vinícius:
“Noites de insônia / Cãs prematuras / Prantos convulsos”.
Quem foi fadado a ser mãe ou pai elabora com satisfação e prazer, apesar da estafa, todas as mudanças, sendo capaz de dedicar-se de corpo e alma ao recém-nascido para proporcionar-lhe o melhor. Sabendo que, pela vida afora, terá sempre alguém muito especial para educar, dar limites, proteger e amar.
Aqueles que optam pela não maternidade e paternidade pensam em todas as responsabilidades e obrigações que um filho acarreta, além do fato de colocá-lo num mundo com tanta violência, drogas que correm soltas, educação com sérias falhas e saúde deixando tanto a desejar. Não é uma tarefa fácil. E quem sente não ter condições para enfrentar tudo isso faz uma justa escolha.
Ninguém pode condenar uma pessoa por suas decisões. Vivemos numa democracia, onde predomina o livre-arbítrio, e o respeito é o elemento fundamental em toda sociedade.
Numa homenagem a Vinícius, ficam aqui os últimos versos de seu poema:
“Porém, que coisa / Que coisa louca / Que coisa linda / Que os filhos são!”.
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*PsiquiatraFonte: ZH on line, 05/11/2013
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