sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Lula projeta PT na Presidência até 2022

Cristiano Novais/Sigmapress/Folhapress / Cristiano Novais/Sigmapress/Folhapress
Lula recebe o 26º título honoris causa: "Já estou pensando no Brasil de 2022"

Em um discurso com críticas aos adversários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o PT deve permanecer à frente do país até 2022, quando o país completará 200 anos de independência. Por este cálculo, o petista projeta mais duas vitórias consecutivas do partido em eleições presidenciais. A declaração foi feita durante a entrega do título de doutor honoris causa para Lula em cerimônia realizada na Universidade Federal do ABC (UFABC), instituição criada quando o ex-presidente ocupava o Palácio do Planalto.

"Eu já estou pensando no Brasil de 2022, quando a gente completar 200 anos de independência e a gente fizer uma comparação do que era esse Brasil. Aí vai ser duro, Dilminha, vai ser duro quando a gente falar do Brasil que nós deixamos em 2022 e o que pegamos em 2002", disse Lula. A presidente Dilma Rousseff acompanhou a cerimônia, mas não discursou.

A declaração do petista foi feita em contexto de críticas indiretas aos governos do PSDB, sobretudo pela falta de investimentos em educação e pela lei de 1998, depois revogada, que retirou do governo federal a responsabilidade pelo ensino técnico. "Era o tempo em que governos tratavam a universidade como se fosse um estorvo, um gasto incoveniente em um contexto de redução do Estado", afirmou o ex-presidente ao recordar a dificuldade para criar a UFABC na gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). A ideia de construir uma universidade pública no ABC paulista, explicou ele, foi apresentada e descartada pelo governo federal em 2000 depois de ser ignorada por três administrações estaduais. O PSDB governo o Estado desde 1995. O projeto só foi sancionado, em 2005, na primeira gestão Lula.

"Não houve interesse em criar a universidade. Diziam que não tinha dinheiro. Até que um dia demos um basta e proibimos discutir educação como gasto", acrescentou o petista, ressaltando que desde do período colonial até o governo do PT, em 2003, as "elites" no país nunca quiseram que "negros, índios e pobres" tivessem acesso ao conhecimento.

Lula fez questão de citar alguns números para justificar os avanços na gestão petista. Ressaltou, por exemplo, que o orçamento do Ministério da Educação saltou em dez anos de R$ 33 bilhões para R$ 100 bilhões. Além disso, enfatizou que entre 2003 e 2013 foram criadas 18 universidades federais, sendo que estão 15 em funcionamento, e 290 escolas técnicas. Em um século, afirmou ele, foram criadas 140 escolas técnicas.

"A transformação que sonhamos para o Brasil não é superficial. Exige vigorosos investimentos em educação, com esforço do governo e da sociedade, como nunca se fez antes de nós. Não sei por quê meus adversários ficam tão incomodados quando falo pela 'primeira vez'. Era só eles provarem que não é verdade", afirmou. O ex-presidente recebeu 26º título de doutor honoris causa.
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Reportagem  Por Fernando Taquari | De São Bernardo do Campo (SP)
Fonte: Valor Econômico online, 06/12/2013

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