Montserrat Martins*
2014 vai ser regido por Iansã e Xangô, um ano de lutas por causas
justas. Iansã é guerreira e Xangô é o orixá que luta por justiça. Não
sei o que diz o I-Ching ou algum outro tipo de oráculo chinês que
exista, o que seria recomendável para saber os rumos da economia
mundial, ditada pela China. Já os orixás tem tudo a ver com a
brasilidade e é interessante saber o que eles dizem sobre esse ano.
“A cobra vai fumar” em 2014, ano de eleições presidenciais, quando
prevalece o espírito do “quem não está comigo está contra mim”. O dito
“espírito republicano”de governantes estaduais e federal agindo juntos
para o bem comum fica guardado para depois das eleições. Se as
candidaturas presidenciais vão estar em guerra, os ânimos populares não
vão estar menos acirrados. Para isso serviu 2013, mostrando que a
população não vai ficar passiva em frente à TV assistindo a debates, vai
participar do seu jeito e com seus próprios embates.
Dilma não vai poder administrar confortavelmente seu favoritismo,
mesmo com chances de vencer ainda no primeiro turno, pois 2014 não é um
ano fácil para ninguém. Ela sonha com a polarização com os tucanos,
aparentemente mais fácil de vencer, já que os tucanos insistem nas teses
neoliberais de diminuição da participação do Estado na economia,
impopulares e já vencidas antes. Aécio deve sonhar com a reprise da
minissérie “Brado Retumbante” na Rede Globo, uma história que parece
feita de encomenda para ele, em que um personagem com algumas
características pessoais dele é o herói nacional.
Já Eduardo Campos tem uma “escolha de Sofia” a fazer, se vai pagar o
mico de perder sem chegar sequer ao segundo turno, ou terá o gesto de
estadista de ceder o posto a uma candidata bem mais popular, Marina.
Quem deve surpreender mesmo nos debates é Randolfe Rodrigues, um jovem
senador ainda desconhecido que concorre à presidência pelo PSol mas com
uma postura mais moderada que seu partido no sul do país. É um
desconhecido da população sulista, vindo do longínquo Amapá, mas tem
muito conhecimento dos problemas do país e é considerado uma liderança
inovadora para os que acompanham a política nacional.
Previsões envelhecem muito rapidamente, hoje em dia. Felizmente,
porque há tantas coisas a mudar na busca de um mundo mais justo, que
vale aquela frase atribuída ao Chico Buarque de que “não tenho medo de
mudanças, tenho medo é que as coisas não mudem”. Eu sempre resisti a
reproduzir frases que não tenho certeza da autoria, mas todo mundo
repete por aí, considerando que o que vale é o conteúdo, mais que a
veracidade da autoria.
Começo minhas mudanças para 2014 por aí, então, seja do Chico ou não,
é uma frase que tem tudo a ver com 2014. Iansã e Xangô que o digam.
----------------------------------------------
* Colunista do Portal EcoDebate, é Psiquiatra.
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2014/01/09/2014-iansa-e-xango-artigo-de-montserrat-martins/
Nenhum comentário:
Postar um comentário