quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mais juventude na política para transformar a sociedade

 Heraldo Muñoz*
 
Na América Latina e Caribe, moram aproximadamente 156 milhões de jovens entre 15 a 29 anos, aproximadamente de 26% da população. Entretanto, somente 1,63% dos deputados e senadores em 25 parlamentos analisados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) tem menos de 30 anos. Mais preocupante ainda é que as mulheres continuam preteridas: entre os poucos jovens políticos apenas 32% são mulheres.

Ter uma região com tantos jovens representa uma oportunidade. Mas uma vantagem geográfica convive com notórias condições de iniquidade e desigualdade juvenil, refletidas na baixa participação eleitoral dos jovens e uma crise representativa que alimenta as recentes mobilizações sociais. Isso reafirma a necessidade de redobrar esforços para atender as demandas e necessidades dos jovens, assim como a obrigação de conhecer a capacidade e papeis representados por eles na promoção da mudança democrática.

Ter uma região com tantos jovens representa uma oportunidade. Mas uma vantagem geográfica convive com notórias condições de iniquidade e desigualdade juvenil, refletidas na baixa participação eleitoral dos jovens e uma crise representativa que alimenta as recentes mobilizações sociais. 
 
Isso é fundamental para a região, particularmente neste momento em que vários países experimentam aumento nos protestos de rua. Tais mobilizações nos dizem que os jovens, além de serem escutados, querem participar ativamente do desenvolvimento de suas sociedades. E, se as instituições não lhes abrem espaços formais, os protestos poderiam se transformar num maio mais efetivo para ser escutados. Além disso, a região desperdiçaria uma oportunidade de capitalizar a participação cidadã e ampliar a qualidade de sua governabilidade democrática.

Nesse contexto, mais de 22 políticos de 13 países da América Latina e Caribe assinaram um pacto para ampliar a partição política das juventudes na região durante o encontro recente em Brasília, organizado pelo PNUD, a Secretaria Nacional da Juventude do Brasil e a Organização Ibero-americana da Juventude, com o apoio Cooperação Espanhola. Jovens, homens e mulheres, líderes políticos de diversas tendências da Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Guatemala, México, Peru e Uruguai se comprometeram trabalhar para produzir leis que promovam a participação política de jovens na região.

Esses líderes criarão uma rede regional de políticos, inclusive com cotas para jovens, bancadas juvenis, inclusão de jovens na elaboração de políticas públicas, entre outras medidas.

O fórum “Juventude e participação política na tomada de decisões públicas” de Brasília, juntamente com outros eventos que ocorreram neste ano fazem parte do processo de construção de uma “Agenda de Desenvolvimento e Investimento Social na Juventude para a América Latina” que se consolidará como “documento base”, orientador e não vinculante, que se apresentará na  XXIII Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo que acontecerá nesta semana na Cidade do Panamá nos dias 18 e 19 de Outubro de 2013.

Tendo isso em consideração, a plataforma online Juventude com Voz, também apoiada pelo PNUD e a OIJ e patrocinada pela Cooperação Espanhola, tem realizado permanentes debates virtuais, dirigidos para estimular a participação de jovens de toda a região e dar ampla cobertura informativa sobre cada evento.
São passos importantes para avançar na construção de uma convergência de critérios sobre as urgentes transformações sociais e políticas de hoje, que não se conseguirão sem a participação dinâmica e decidida dos jovens na via democrática.
------------------
*Heraldo Muñoz é subsecretário geral da ONU e diretor para América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Fonte:  http://americaeconomiabrasil.com.br/23/10/2013
Imagem Internet

Nenhum comentário:

Postar um comentário