Heraldo Muñoz*
Na América Latina e Caribe, moram aproximadamente 156 milhões de
jovens entre 15 a 29 anos, aproximadamente de 26% da população.
Entretanto, somente 1,63% dos deputados e senadores em 25 parlamentos
analisados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
tem menos de 30 anos. Mais preocupante ainda é que as mulheres
continuam preteridas: entre os poucos jovens políticos apenas 32% são
mulheres.
Ter uma região com tantos jovens representa
uma oportunidade. Mas uma vantagem geográfica convive com notórias
condições de iniquidade e desigualdade juvenil, refletidas na baixa
participação eleitoral dos jovens e uma crise representativa que
alimenta as recentes mobilizações sociais. Isso reafirma a necessidade
de redobrar esforços para atender as demandas e necessidades dos jovens,
assim como a obrigação de conhecer a capacidade e papeis representados
por eles na promoção da mudança democrática.
Ter uma região com tantos
jovens representa uma oportunidade. Mas uma vantagem geográfica convive
com notórias condições de iniquidade e desigualdade juvenil, refletidas
na baixa participação eleitoral dos jovens e uma crise representativa
que alimenta as recentes mobilizações sociais.
Isso é fundamental para a região,
particularmente neste momento em que vários países experimentam aumento
nos protestos de rua. Tais mobilizações nos dizem que os jovens, além de
serem escutados, querem participar ativamente do desenvolvimento de
suas sociedades. E, se as instituições não lhes abrem espaços formais,
os protestos poderiam se transformar num maio mais efetivo para ser
escutados. Além disso, a região desperdiçaria uma oportunidade de
capitalizar a participação cidadã e ampliar a qualidade de sua
governabilidade democrática.
Nesse contexto, mais de 22 políticos de 13
países da América Latina e Caribe assinaram um pacto para ampliar a
partição política das juventudes na região durante o encontro recente em
Brasília, organizado pelo PNUD, a Secretaria Nacional da Juventude do
Brasil e a Organização Ibero-americana da Juventude, com o apoio
Cooperação Espanhola. Jovens, homens e mulheres, líderes políticos de
diversas tendências da Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Guatemala,
México, Peru e Uruguai se comprometeram trabalhar para produzir leis que
promovam a participação política de jovens na região.
Esses líderes criarão uma rede regional de
políticos, inclusive com cotas para jovens, bancadas juvenis, inclusão
de jovens na elaboração de políticas públicas, entre outras medidas.
O fórum “Juventude e participação política na
tomada de decisões públicas” de Brasília, juntamente com outros eventos
que ocorreram neste ano fazem parte do processo de construção de uma
“Agenda de Desenvolvimento e Investimento Social na Juventude para a
América Latina” que se consolidará como “documento base”, orientador e
não vinculante, que se apresentará na XXIII Cúpula Ibero-americana de
Chefes de Estado e de Governo que acontecerá nesta semana na Cidade do
Panamá nos dias 18 e 19 de Outubro de 2013.
Tendo isso em consideração, a plataforma online Juventude com Voz,
também apoiada pelo PNUD e a OIJ e patrocinada pela Cooperação
Espanhola, tem realizado permanentes debates virtuais, dirigidos para
estimular a participação de jovens de toda a região e dar ampla
cobertura informativa sobre cada evento.
São passos importantes para avançar na
construção de uma convergência de critérios sobre as urgentes
transformações sociais e políticas de hoje, que não se conseguirão sem a
participação dinâmica e decidida dos jovens na via democrática.
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*Heraldo Muñoz é subsecretário geral da ONU e diretor para América Latina
e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Fonte: http://americaeconomiabrasil.com.br/23/10/2013
Imagem Internet
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