Professor Agemir Bavaresco revisita obra de Hegel para pensar as categorias que formaram os heróis da História
Em seu livro Filosofia do Direito, Hegel, em pelo menos sete
ocasiões, utiliza o termo “herói” para se referir à figura dos grandes
homens da História. O pensador fundamenta seu argumento no agir dos
sujeitos inseridos nas mediações históricas correspondentes aos períodos
históricos de que fazem parte. “A essência do homem não está apenas no
seu interior, mas se exterioriza. A história não é um processo anônimo
que sucede sem os indivíduos acima deles ou reduzindo-os a meros
instrumentos da astúcia da razão. O processo da história existe apenas
através da mediação das ações dos indivíduos. São esses os fundadores do
Estado, isto é, os heróis que fundam os Estados na história. Ora, são
os indivíduos ou os heróis que podem instituir, mediante seu agir, um
Estado ou mudar a Constituição de um Estado em direção à liberdade”,
esclarece o professor Agemir Bavaresco, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.
O professor apresenta as ideias de Hegel contrapondo-se à história
positivista. “A filosofia da história positivista afirma que há uma
linearidade na evolução da humanidade em três estágios: o teológico, o
metafísico e o positivo. Essa evolução está vinculada à figura do herói,
do grande homem que conduz a sociedade e a própria história de um modo
absoluto”, explica. “Não é assim que Hegel pensa a história, pois, para
ele, há o princípio da liberdade que funciona como critério evolutivo da
humanidade, ou seja, os povos que concebem a liberdade em grau mais
elevado é que evoluem na história. O herói ou o grande homem estão
inseridos dentro deste princípio da liberdade, agindo para implementar o
espírito de seu tempo e o Espírito do mundo”, complementa.
Agemir Bavaresco possui graduação em Filosofia pela
Universidade Católica de Pelotas (1978), graduação em Teologia pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS (2010) e
bacharelado em Direito pela Universidade Católica de Pelotas (2007).
Realizou mestrado em Filosofia pela PUCRS (1993) e doutorou-se em
Filosofia na Université Paris I (Pantheon-Sorbonne) (1997); seu
pós-doutorado foi na Fordham University (2009). Foi professor visitante
na University of Pittsburgh (2011 e 2012) e realizou pesquisa
pós-doutoral na University of Sydney (2013). Atualmente é professor do
Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCRS.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Quem eram os heróis na História segundo Hegel?
Agemir Bavaresco - A figura do herói aparece ao
longo de toda a trajetória intelectual de Hegel. Ele apresenta muitas
figuras de heróis que atravessam a história, desde a antiga Grécia
(heróis na cultura) até a modernidade (heróis na moral e na política).
Para compreender quem são os heróis, é preciso levar em conta a teoria
da ação que justifica o agir do herói na história. Na Fenomenologia do
Espírito (Petropólis: Editora Vozes, 1992), Hegel usa, ao menos 12
vezes, explicitamente, a palavra herói vinculada a figuras da
consciência, agindo na cultura e na política. Aqui, nós encontramos uma
das chaves da teoria da ação, pois se trata de um silogismo formado pelo
fim, meio e objeto, expressando-se como interesse, meio e
circunstâncias. Ele descreve a consciência ativa, por exemplo, na figura
do herói moderno, que se especializa em atividades como comércio,
artesanato, etc., constituindo a esfera da sociedade civil em formação.
Os indivíduos como heróis modernos tendem a se fixar em sua tarefa
privada, trabalhando de forma isolada. Porém, o conceito de
individualidade contém a reflexividade relacional, tornando a ação
universal. Ou seja, o indivíduo descobre o público no seu agir privado,
isto é, ele, pouco a pouco, universaliza-se na ação pública. O sujeito
burguês é reconhecido como singular na esfera da sociedade e na
intimidade familiar e, ao mesmo tempo, é reconhecido como universal na
esfera pública. Este duplo reconhecimento é a identidade entre o Eu e o
Nós que é realizado no sujeito burguês. Então, os heróis, para Hegel,
são aquelas figuras históricas, tanto individuais como coletivas, que
são capazes de articular a dimensão privada com a pública, ou seja, a
ação que realiza os interesses privados conduz a ampliar a participação
nos interesses sociais e públicos.
IHU On-Line - Qual é a fundamentação filosófica e quais as influências da ideia de herói nesse autor?
Agemir Bavaresco - Na Filosofia do Direito, Hegel
usa sete vezes, explicitamente, o termo herói, que está vinculado à
figura dos grandes homens ou indivíduos. O herói e o grande homem, em
sentido amplo, têm sua fundamentação no agir inserido em mediações
históricas constituídas pelas estruturas da liberdade, ou seja, a pessoa
de direito, o sujeito moral e o cidadão membro da sociedade civil e do
Estado. Os direitos do indivíduo são afirmados no interior de uma
comunidade ética em que a liberdade pessoal e pública é garantida num
sentido político-pedagógico: "Faze-o cidadão de um Estado no qual as
leis são boas", afirma Hegel em Princípios da Filosofia do Direito (São
Paulo: Martins Fontes, 2000). Esta é a resposta de um pitagórico a um
pai que lhe pergunta qual é a melhor maneira de educar seu filho. Esta
resposta mostra que o indivíduo é mediatizado pelo Estado, num processo
pedagógico em que ele se torna um cidadão.
Para que ocorra uma mudança essencial na história não é suficiente
apenas a boa vontade ou as boas ideias, mas a ação. “O que o sujeito é, é
a série de suas ações”, afirma Hegel na Filosofia do Direito. A
essência do homem não está apenas no seu interior, mas se exterioriza. A
história não é um processo anônimo que sucede sem os indivíduos acima
deles ou reduzindo-os a meros instrumentos da astúcia da razão. O
processo da história existe apenas através da mediação das ações dos
indivíduos. São esses os fundadores do Estado, isto é, os heróis que
fundam os Estados na história. Ora, são os indivíduos ou os heróis que
podem instituir, mediante seu agir, um Estado ou mudar a Constituição de
um Estado em direção à liberdade. Por isso, Hegel coloca a
fundamentação da ideia de herói na ação, tanto no começo do Estado como
nas permanentes mediações dos grandes homens individuais ou coletivos em
nível do direito, da moralidade e da eticidade.
IHU On-Line - Como pode ser compreendida a ideia de herói em
Hegel a partir do autodesenvolvimento do Espírito e a situação
histórica?
Agemir Bavaresco - Cabe afirmar, inicialmente, que,
para Hegel, o critério determinante para avaliar o progresso ou a
evolução da história é o grau de consciência da liberdade que os povos
alcançam em seu desenvolvimento. Trata-se de uma concepção teleológica
da história que encontramos também em Kant , isto é, há um fio condutor
nas ações humanas que conduz a um progresso contínuo da humanidade a fim
de realizar suas disposições naturais racionais, como se a espécie
seguisse um propósito da natureza.
Para Hegel, esse propósito da natureza implica a ideia da astúcia da
razão, pois é a razão que governa a história. Os indivíduos realizam
seus interesses movidos por paixões particulares, porém, eles são
aliados do universal, pois o resultado da atividade particular efetiva o
universal. Ou seja, na ação de um indivíduo, o interesse particular e
universal é inseparável do histórico universal. O indivíduo que se expõe
aos perigos gerados por sua ação e se desgasta nos conflitos de
oposição, enquanto agente privado, nele, a astúcia da razão está
realizando a ideia universal de liberdade. Então, a astúcia da razão
permite que as paixões individuais atuem por si mesmas, experimentando
perdas e danos, avanços e recuos; porém, nessa luta e nessas perdas,
tem-se como resultado algo positivo, isto é, a razão afirmativa. Este é o
fenômeno da progressiva consciência da liberdade e que justifica as
ações dos grandes homens não só de imediato, mas em toda a história da
humanidade. Por isso, o progresso na consciência da liberdade torna-se o
critério e o tribunal da história para avaliar quem é, ou não é, um
“grande homem”. Pois um herói permite o progresso na consciência da
liberdade, enquanto o anti-herói permite a recaída na barbárie. Então, o
herói é aquele que, em seu tempo, participa do desenvolvimento do
Espírito, ou seja, da consciência histórica como realização da
liberdade.
IHU On-Line - De que forma pode-se compreender o Espírito do
mundo como a moral do herói, e a situação privada como a moral da
vítima?
Agemir Bavaresco - A famosa frase “ninguém é herói
para seu criado-de-quarto”, que, segundo os intérpretes, é atribuída a
Napoleão , mostra o homem privado na sua singularidade da necessidade
imediata — representada pelo criado-de-quarto — ainda amarrado ao
domínio privado da subjetividade familiar ou da sociedade civil,
enquanto domínio da troca de mercadorias e do trabalho. No domínio da
família e da sociedade civil, o indivíduo permanece preso pelo imediato
do homem privado e de suas necessidades — o comer, o beber, o vestir.
Enquanto o herói, que já representa a esfera pública ou o lado universal
do sujeito burguês, é o sujeito que se opõe à singularidade da
individualidade e, pela ação pública, afirma sua universalidade. O herói
é a encarnação reconciliada da ação privada e pública. O agir moral da
sociedade burguesa do século XVIII vive esta contradição: o domínio
privado do criado-de-quarto ou o espaço público da sociedade civil
emergente. Hegel encontra a reconciliação no herói, que se pode, aqui,
interpretar como sendo o sujeito burguês e, ao mesmo tempo, o cidadão,
enquanto ele é membro do Estado. O “burguês-cidadão” age ao mesmo tempo
como criado-de-quarto no domínio privado da intimidade de sua família ou
da sociedade civil e como cidadão na esfera pública cultural e
política. O sujeito burguês sabe que ele realiza, através de sua ação
moral, a reconciliação de sua essência universal e de sua essência
singular. Por isso, o agir moral do herói moderno efetiva a
reconciliação da ação privada e pública para além de dualismos
excludentes que não encontram justificação lógica nem sustentação
filosófica no pensamento hegeliano.
IHU On-Line - Quais são as implicações de que o herói
hegeliano é completamente orientado pelo Espírito do mundo e o Espírito
do mundo o utiliza para seus próprios fins?
Agemir Bavaresco - No Prefácio da Fenomenologia do
Espírito (Petropólis: Editora Vozes, 1992), Hegel entende o conceito de
Espírito como a consciência capaz de expressar a verdade não apenas como
uma substância estática, mas como sujeito, isto é, como movimento
dialético em permanente mediação na história. Assim, o Espírito do mundo
se exterioriza na objetividade das culturas, da arte, da religião e da
filosofia dos povos, na objetividade das ações dos indivíduos. O
Espírito do mundo ocupa-se dos Estados, dos povos e dos indivíduos,
enquanto estes desenvolvem seu princípio particular em suas
constituições políticas, conscientes e imersos em seus interesses; ao
mesmo tempo, são meios e figuras que passam para um grau superior da
humanidade. A história do espírito é um apreender de sua exteriorização e
passagem, isto é, um apreender de novo esse apreender, indo dentro de
si a partir da exteriorização. Nesse processo de aprendizagem, o herói é
capaz de apreender a contradição do fim sempre aberto no finito, ou
seja, reinventando novos conteúdos para a liberdade ao infinito.
A filosofia da história positivista afirma que há uma linearidade na
evolução da humanidade em três estágios: o teológico, o metafísico e o
positivo. Essa evolução está vinculada à figura do herói, do grande
homem que conduz a sociedade e a própria história de um modo absoluto.
Não é assim que Hegel pensa a história, pois, para ele, há o princípio
da liberdade que funciona como critério evolutivo da humanidade, ou
seja, os povos que concebem a liberdade em grau mais elevado é que
evoluem na história. O herói ou o grande homem estão inseridos dentro
deste princípio da liberdade, agindo para implementar o espírito de seu
tempo e o Espírito do mundo.
IHU On-Line - Que implicações éticas surgem da compreensão de
que o herói histórico, através de sua percepção e energia, é o sujeito
da história e que o indivíduo humano sem tal percepção e energia é o
objeto da história, sua vítima?
Agemir Bavaresco - Hegel usou, inicialmente, a
figura do herói para designar o fundador do Estado. Nesse caso, o herói
aparece apenas na fundação dos Estados, isto é, antes do início da
história? A rigor, o herói tem a função de fundar o Estado, depois, uma
vez que continua a marcha da história, cabe, daí em diante, aos grandes
homens levar o estandarte do Espírito para desenvolver os princípios
éticos dos povos. O grande homem é, portanto, aquele que explicita o que
seu tempo quer e realiza-o. Ele é grande, porque ele realiza o que é,
objetivamente, segundo o conceito racional da liberdade. O grande homem
torna efetivos os princípios substanciais e desenvolve as exigências do
espírito do tempo. Hegel afirma, no parágrafo 348 da Filosofia do
Direito, que “no ápice de todas as ações, portanto também das ações
histórico-mundiais, situam-se indivíduos, enquanto subjetividades que
efetivam o substancial”.
Basta olhar a história mundial para constatar que ela tem sido sempre
atravessada por mudanças mais ou menos profundas. Hegel é muito atento
às transformações que têm permitido a fundação dos Estados nos
diferentes momentos de sua evolução. Ele exprime isso pelo direito do
herói a fundar ou a transformar os Estados. Hegel reserva esse direito a
um momento histórico, em que não se alcançou ainda a maturidade do
conceito. Mas isso é apenas uma das possibilidades, pois, se o conceito
tende à reforma, ele não é, necessariamente, submetido a ela. Aqui,
intervém de novo o conceito de insurgência, ou melhor ainda, o direito
do herói a transformar uma situação dada. As causas que podem levar a
uma insurreição são múltiplas, como a reificação de uma sociedade ou a
passividade de seus cidadãos que torna necessária a transformação
social. O conceito de seu lado pode encontrar-se no máximo de sua
paciência. É neste cenário que se justifica a intervenção dos heróis. O
direito dos heróis torna-se, então, essencialmente um direito de
revolta. Ele é um recurso constante dos indivíduos, dos grupos sociais,
que se revoltam contra uma situação de injustiça insuportável e buscam
por lá fazer valer seus direitos. O conceito tem o direito de
impacientar-se. Reforma sim, se for possível. Direito dos heróis ou
insurgência se isso for necessário.
O grande homem é capaz de descobrir a parte de verdade que contém a
opinião pública. Hegel, na Filosofia do Direito, quando aborda a questão
da opinião pública, afirma, no adendo ao parágrafo 319, que o grande
homem de sua época é aquele que expressa o que quer seu tempo e
realiza-o. Aquele que não é capaz de desprezar a opinião pública, tal
qual se ouve aqui e acolá, não realizará jamais nada de grande. Ele
afirma que, em política, é preciso não se deixar, imediatamente,
influenciar pela opinião pública, caso contrário não se criaria nada de
verdadeiramente grande, permanecendo cativo de prejuízos ou de
proposições gerais, o que não atende à condição formal do racional. A
opinião pública imediata caracteriza-se pela impaciência, pois quer a
realização do próprio direito. A este nível do direito abstrato, cabe
lembrar que a impaciência da opinião busca realizar seu direito privado e
defender seus interesses particulares. Porém, em nível da liberdade
pública, a impaciência do opinar torna-se também portadora dos
interesses universais. A opinião não suporta a lentidão da paciência do
conceito e o longo processo de efetivação de suas determinações
históricas. Isso porque a opinião tem um papel importante no cenário
sociopolítico, pois ela contém em si a força da contradição e a reserva
da indignação moral e ética, que faz mudar toda situação que não
corresponde à ideia de liberdade. Então, as implicações éticas do herói e
de todo o indivíduo humano precisam ser compreendidas que, em todas as
ações, quer sejam em nível privado ou público, quer sejam as ações
histórico-mundiais, situam-se indivíduos, enquanto subjetividades que
efetivam o substancial, isto é, a mediação da opinião pública em suas
diversas esferas culturais e políticas.
IHU On-Line - Por que Hegel tinha Napoleão em mente quando falava sobre o “grande homem”?
Agemir Bavaresco - Hegel elaborou dois conceitos
para compreender os movimentos da história: Zeitgeist (espírito do
tempo) e Volksgeist (espírito do povo). Ele pensa o seu tempo conforme a
estrutura lógico-conceitual, cuja expressão resulta na auto-organização
e na autodiferenciação da realidade histórico-cultural de seu contexto
histórico. Hegel valoriza a história, o espírito do povo e o espírito do
tempo. Aquilo que corresponde ao espírito do povo pode não coincidir
com o espírito do tempo e vice-versa, pois, em determinados períodos
históricos, sobretudo em épocas de crise, em que ocorrem as grandes
transformações, as acelerações da história, a adequação ao espírito do
tempo precede e faz avançar o espírito do povo. Ou seja, na filosofia da
história hegeliana, o espírito do povo representa o princípio da
continuidade, e o espírito do tempo encarna o princípio da mudança. A
razão hegeliana não se sobrepõe à história, mas também não se limita a
justificá-la, daí a dialética entre o espírito do povo e o espírito do
tempo. Segundo Hegel, essa dialética foi realizada pelo grande homem
Napoleão, porque foi capaz de reconciliar tanto o espírito do tempo como
o espírito do povo.
IHU On-Line - Assim como o conceito nietzschiano de
além-do-homem, o conceito hegeliano de herói foi mal entendido. A que se
deveu essa má compreensão e quais foram as principais acusações que
recebeu?
Agemir Bavaresco - Lições sobre a Filosofia da
História de Hegel, é uma das obras em que há mais prejuízos e mal
entendidos. Lições, a rigor, não é uma obra escrita pelo próprio autor,
mas foram estabelecidas pelos editores a partir de manuscritos e
cadernos de notas de ouvintes. Nem sempre elas reproduzem com precisão o
pensamento do autor. Por isso, cabe basear-se nas obras que compõem o
núcleo central de sua produção intelectual, ou seja, na Fenomenologia,
Ciência da Lógica (Buenos Aires: Librarie Hachette, 1993), na
Enciclopédia das Ciências Filosóficas (São Paulo: Editora Loyola, 1995) e
na Filosofia do Direito. Os prejuízos advêm, normalmente, da falta de
conhecimento do próprio texto hegeliano. Outras vezes, costuma-se
atribuir afirmações que o autor não disse, ou, então, retiram-se frases
isoladas do contexto da obra e do conjunto do pensamento de Hegel. Há
leituras reducionistas do pensamento hegeliano que se fixam em pontos de
vista preestabelecidos e, a partir disso, forçam leituras externas ao
texto. Enfim, ainda, temos, no Brasil, uma recepção incompleta de Hegel,
devido à falta da tradução de toda a sua obra em português. Há, porém,
um interesse crescente pela filosofia hegeliana que se espraia em todo o
país, através de novos pesquisadores vinculados tanto ao Grupo de
Trabalho Hegel da ANPOF (GT-HEGEL) como à Sociedade Hegel Brasileira
(SHB).
Para Nietzsche , o além-do-homem age para superar-se e não sucumbir
no turbilhão do niilismo passivo, ou seja, é aquele que ante o mundo em
constante devir desenvolve um niilismo ativo. Ele é, portanto, alguém
que cria, opondo-se à disposição gregária e massificadora vigente. Nesse
sentido, encontra-se, entre o além-do-homem nietzschiano e o herói
hegeliano, uma proximidade entre as figuras, pois elas afirmam-se na
ação de transformação, rompendo com situações históricas de passividade
legitimadora do comportamento de massas gregárias domesticadas.
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Reportagem Por: Márcia Junges e Ricardo Machado
Fonte: http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5234&secao=430
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