Semelhança pouca é bobagem!
Completamente conectados e com grande intimidade com as novas tecnologias de diferentes áreas, os adolescentes mudaram o modo de se comunicar, mas a forma como eles enxergam e encaram o mundo é bem parecida com as de outras gerações
“Ser
adolescente é uma caixinha de surpresas. Tudo é muito intenso! No amor,
ficamos mais sensíveis; nas amizades, mais soltos. Gostamos de estar
com quem gosta da gente! Quando estamos tristes, ouvimos músicas,
comemos chocolates, ligamos para os melhores amigos, desabafamos com
alguém! Mas, quando estamos felizes, ficamos cheios de energia e
aproveitamos muito! Ser jovem é um mistério, mas, com o passar do tempo,
você vai descobrindo os segredos dele. Por isso, temos que viver essa
época ao máximo, já que é só uma vez na vida e com certeza você vai se
lembrar para sempre!”
A autora do texto acima tem 16 anos, mas ele poderia ter sido escrito por qualquer adolescente de qualquer geração. É assim que a estudante Mariana Madi Barbosa, de Curitiba, define o que é ser jovem hoje. Mas os adolescentes também são rotulados com os seguintes adjetivos: conectado, informado, precoce, mimado, mais individualista, sem foco, ansioso, viciado em tecnologia.
Rotular é fácil quando se olha de longe, mas a dúvida permanece: afinal, quem é esse jovem das chamadas gerações Y e Z? Difícil responder em uma tacada só! Primeiro, temos que entender o que são gerações e quais podemos encontrar no Brasil contemporâneo. Para Sidnei Oliveira, expert em conflitos de gerações e autor dos livros Profissões do futuro, Geração Y: Ser potencial ou ser talento e Jovens para sempre, geração é uma definição dada aos movimentos comportamentais da sociedade, baseada na data de nascimento das pessoas. “Os períodos são considerados tendo como referência a idade de 20 anos, momento da vida em que o indivíduo se torna adulto. Nesses períodos, aglomeram-se semelhanças comportamentais, culturais e sociais. Classifico uma nova geração a cada 20 anos. Hoje, no Brasil, podemos encontrar cinco gerações: os veteranos, nascidos entre 1920 e 1939; baby boomers, nascidos entre 1940 e 1959; geração X, nascidos entre 1960 e 1979; geração Y, nascidos entre 1980 e 1999; e geração Z, que são os que chegaram ao mundo a partir de 2000 até 2019.”
Com cinco gerações compartilhando o mesmo espaço físico em diferentes atividades do dia a dia, é normal e saudável que aconteçam mais conflitos geracionais do que se imagina. “Eles acontecem devido às mudanças na expectativa de vida da população e na velocidade com que cada geração reage às transformações da atualidade, principalmente as tecnológicas. São muitos os desafios para os relacionamentos, pois há diferenças de estilo, ritmo e expectativas”, enfatiza o especialista.
Há mais de 20 anos, o médico e colunista da Revista da Cultura Jairo Bouer, autor dos livros Álcool, cigarro e drogas, Primeira vez e O corpo das garotas, entre outros, trabalha com saúde e comportamento jovem. Para ele, o maior desafio de lidar com tais conflitos é refinar a comunicação e conscientizar ambos os lados de que há contribuições mútuas. “Conviver com os jovens é sempre renovador. Eles estão sempre buscando a diferença, a novidade, o inusitado, tentando achar seu lugar no mundo.”
A jornalista e política Soninha Francine, por muito tempo falou diretamente com os jovens em programas da MTV Brasil e TV Cultura durante a década de 1990 e anos 2000. Para ela, a maior diferença entre essa época e os dias de hoje, incluindo sua própria juventude, é a velocidade. “Tudo é muito mais rápido, fácil e próximo. Google, YouTube, email, MSN, Facebook, celular, TV a cabo... Esse povo não imagina o que era consultar uma enciclopédia, discar um número, usar máquina de escrever, colocar carta no correio, ter de pegar um ônibus para ver e falar com um amigo! Então, há muito mais comunicação, mais interação, mais opiniões compartilhadas. Sobre o quê? Bom, sobre tudo! Sexo, escola, drogas, mundo pop, família, notícias, amigos. Algumas coisas – como sexo – são muito mais precoces, mas, no fundo, as paixões e incertezas continuam muito parecidas.”
Jairo concorda. Para o médico, muita coisa mudou, a internet e as mídias sociais revolucionaram a forma como os jovens se conhecem e se relacionam, mas, em essência, as dúvidas, os anseios e as vontades desses adolescentes de querer mudar, transformar e ser diferente são semelhantes aos de sua época e de quando começou a trabalhar com essa faixa etária.
ELES POR ELES MESMOS
A autora do texto acima tem 16 anos, mas ele poderia ter sido escrito por qualquer adolescente de qualquer geração. É assim que a estudante Mariana Madi Barbosa, de Curitiba, define o que é ser jovem hoje. Mas os adolescentes também são rotulados com os seguintes adjetivos: conectado, informado, precoce, mimado, mais individualista, sem foco, ansioso, viciado em tecnologia.
Rotular é fácil quando se olha de longe, mas a dúvida permanece: afinal, quem é esse jovem das chamadas gerações Y e Z? Difícil responder em uma tacada só! Primeiro, temos que entender o que são gerações e quais podemos encontrar no Brasil contemporâneo. Para Sidnei Oliveira, expert em conflitos de gerações e autor dos livros Profissões do futuro, Geração Y: Ser potencial ou ser talento e Jovens para sempre, geração é uma definição dada aos movimentos comportamentais da sociedade, baseada na data de nascimento das pessoas. “Os períodos são considerados tendo como referência a idade de 20 anos, momento da vida em que o indivíduo se torna adulto. Nesses períodos, aglomeram-se semelhanças comportamentais, culturais e sociais. Classifico uma nova geração a cada 20 anos. Hoje, no Brasil, podemos encontrar cinco gerações: os veteranos, nascidos entre 1920 e 1939; baby boomers, nascidos entre 1940 e 1959; geração X, nascidos entre 1960 e 1979; geração Y, nascidos entre 1980 e 1999; e geração Z, que são os que chegaram ao mundo a partir de 2000 até 2019.”
Com cinco gerações compartilhando o mesmo espaço físico em diferentes atividades do dia a dia, é normal e saudável que aconteçam mais conflitos geracionais do que se imagina. “Eles acontecem devido às mudanças na expectativa de vida da população e na velocidade com que cada geração reage às transformações da atualidade, principalmente as tecnológicas. São muitos os desafios para os relacionamentos, pois há diferenças de estilo, ritmo e expectativas”, enfatiza o especialista.
Há mais de 20 anos, o médico e colunista da Revista da Cultura Jairo Bouer, autor dos livros Álcool, cigarro e drogas, Primeira vez e O corpo das garotas, entre outros, trabalha com saúde e comportamento jovem. Para ele, o maior desafio de lidar com tais conflitos é refinar a comunicação e conscientizar ambos os lados de que há contribuições mútuas. “Conviver com os jovens é sempre renovador. Eles estão sempre buscando a diferença, a novidade, o inusitado, tentando achar seu lugar no mundo.”
A jornalista e política Soninha Francine, por muito tempo falou diretamente com os jovens em programas da MTV Brasil e TV Cultura durante a década de 1990 e anos 2000. Para ela, a maior diferença entre essa época e os dias de hoje, incluindo sua própria juventude, é a velocidade. “Tudo é muito mais rápido, fácil e próximo. Google, YouTube, email, MSN, Facebook, celular, TV a cabo... Esse povo não imagina o que era consultar uma enciclopédia, discar um número, usar máquina de escrever, colocar carta no correio, ter de pegar um ônibus para ver e falar com um amigo! Então, há muito mais comunicação, mais interação, mais opiniões compartilhadas. Sobre o quê? Bom, sobre tudo! Sexo, escola, drogas, mundo pop, família, notícias, amigos. Algumas coisas – como sexo – são muito mais precoces, mas, no fundo, as paixões e incertezas continuam muito parecidas.”
Jairo concorda. Para o médico, muita coisa mudou, a internet e as mídias sociais revolucionaram a forma como os jovens se conhecem e se relacionam, mas, em essência, as dúvidas, os anseios e as vontades desses adolescentes de querer mudar, transformar e ser diferente são semelhantes aos de sua época e de quando começou a trabalhar com essa faixa etária.
ELES POR ELES MESMOS
Thalia Silva tem 16 anos e mora em Manaus com seus pais. Vai para a escola de manhã, faz curso de inglês e academia à tarde e à noite faz seus trabalhos escolares. Nos fins de semana de manhã, ajuda a mãe a arrumar a casa e à noite sai com os amigos. “Gosto de ir à escola, porque aprendo assuntos novos e interessantes que me fazem ficar curiosa e querer aprender mais, e fico fascinada pelo modo como meus professores explicam. No futuro, me enxergo na faculdade de medicina, quero me tornar médica anestesista.” Online cerca de 5 horas por dia, Thalia acredita que a internet é importante para fazer suas pesquisas de trabalho ou tirar dúvidas quando não sabe algo, mas as redes sociais só servem para se comunicar com amigos ou parentes que estão longe. “Já o celular me mantém ligada no que está acontecendo com o mundo. Não conseguiria ficar sem o aparelho!”
Mariana também confessa que não conseguiria ficar nem um dia sem celular. “Com certeza, ele é muito importante para mim! Não consigo ficar longe dele até em minha própria casa (risos). Meu celular tem tudo de que preciso, e sem ele fico realmente na mão! Nós, adolescentes, precisamos nos comunicar, desabafar, conversar com os amigos, tirar fotos! Assim, gastamos nossas energias no que gostamos.”
Para Sidnei Oliveira, toda tecnologia que surgiu nos últimos 20 anos afetou completamente o sistema cognitivo da geração Y, mas também o de todas as pessoas de outras gerações. “O maior impacto é na comunicação. As novas tecnologias estão transformando completamente a linguagem com um novo conceito que é a conectividade. Todos podem se conectar sem necessariamente se comunicar. Todo processo de troca de informações agora está sendo adaptado às conveniências pessoais, uma vez que o acelerado ritmo de vida transformou completamente a forma de as pessoas estabelecerem suas prioridades. Os jovens da geração Y valorizam muito os relacionamentos e buscam participar de experiências inovadoras. Gostam de desafios em que possam usar todo seu potencial e que proporcionem feedbacks.”
Ao contrário de Mariana, seu namorado, Luan Franciso Matheus, 17, não é nem um pouco apegado ao celular e às redes socais. “Antigamente, era mais viciado, mas hoje em dia entro, vejo atualizações e já saio. Não tenho muito tempo pra isso”, garante. Essa falta de tempo que Luan alega é porque treina todos os dias nas categorias de base do clube Rodolatina Futebol na posição de goleiro. Sua rotina se resume a acordar cedo, ir para a aula, almoçar, treinar, jogar mais futebol com os amigos à noite, tomar banho e dormir.
Filha de uma professora de matemática do ensino médio do Colégio Militar, a garota de Curitiba acha sua mãe bem liberal por trabalhar com adolescentes, mas acredita que essa liberdade só aumentou quando começou a namorar. Como estudam na mesma sala, Mariana e Luan, que namoram há sete meses, se veem todos os dias, inclusive aos fins de semana, além de trocar constantes mensagens. “Em relação ao namoro, nossos pais são bem tranquilos, pegam mais no nosso pé por causa do estudo mesmo”, revelam os dois.
Aos 14 anos, o estudante Gabriel Santiago, que mora no Setor O, parte de Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, tem certeza de que os adolescentes de hoje dispõem de muito mais liberdade e sempre ganham o que querem de seus pais. “Eles não tinham o que queriam como hoje em dia!” Soninha acredita que os adolescentes têm muito mais opções para tudo, e menos apoio para fazer suas escolhas. “Mesmo querendo se libertar dos pais, eles os têm como referência. Hoje, estão mais ‘soltos’, sozinhos, ‘independentes’. Então, ele é mais bem informado, mas também mais ‘largado’, e em vez de ser orientado para saber avaliar a enxurrada de informações que aparece pela frente, continua aprendendo na escola as mesmas matérias de conteúdo arcaico. O adolescente é o mesmo, os adultos é que não estão ajudando muito (risos).”
Ex-professora e diretora de escolas das redes pública e privada de São Paulo, Heloisa Melillo é fundadora e presidente do Agires Instituto de Articulação Social, que promove a Casa de Cultura e Cidadania em sete cidades do Brasil, projeto voltado ao desenvolvimento de cidadãos e comunidades. Para a pedagoga, quando a criança e o adolescente são respeitados e essa vontade pelo bem deles é mostrada, a resposta é instantânea. “O respeito tem que vir da gente, e ele só aparece quando vem carregado de emoção. Não dá para trabalhar com isso que a gente trabalha se não gostar de cheiro de pobre. Eu gosto dessa frase, apesar de muita gente achar que é preconceituosa. Se você não tem capacidade de enxergar esse jovem dentro do chulé, piolho, da frieira, não adianta. Vivemos em uma sociedade em que não se favorece o olhar para o outro. As relações humanas precisam de verdade e isso implica se colocar para o outro e se mostrar desejoso de receber o outro”, enfatiza.
Há pouco mais de um ano e meio, Daniel Muniz, 15, começou a frequentar a Casa de Cultura e Cidadania, localizada entre a divisa de São Paulo e Diadema. Dois dias por semana, o garoto participa de aulas de circo e de música, o que mudou completamente sua visão de mundo. “Tem muita diferença daqui para a escola. Agora, posso fazer coisas culturais, como tocar violão, e os professores são muito melhores do que os de lá. Não ligo muito para celular e Facebook como meus amigos, que não pensam em melhorar de vida. Antes, eu nem pensava no futuro. Agora, quero ser músico ou engenheiro.”
JUVENTUDE À FLOR DA PELE
Mas é possível classificar o adolescente de hoje de alguma forma? “Há muitos ‘jovens’ nos dias de hoje. Muitas possibilidades, muitas alternativas. É difícil rotular todos eles, mas, em linhas gerais, acho que é um jogo conectado, informado, precoce, mais individualista, mais preocupado em achar seu lugar em um mundo competitivo. As causas sociais parecem agora dar sinal de vida, mas permaneceram muito tempo ‘escondidas’ embaixo do travesseiro”, reflete Jairo.
Cursando o primeiro semestre da faculdade de jornalismo no Recife, onde reside, Larissa Araújo, 19, se considera uma escrava do telefone celular e acredita que os jovens de sua geração são “impacientes, teimosos, impulsivos, se acham os donos da verdade, não percebem as besteiras que fazem na hora, são inocentes e esperançosos, acham que não têm medo de nada, mas têm!”. Para ela, não existe uma definição exata, depende de cada um, mas “têm os mais maduros, os mais imaturos, mas no fim, temos necessidades que às vezes a sociedade e os adultos não entendem”. Em relação aos jovens de outras gerações, Larissa é enfática: “Somos mais abertos que antes. Mais ‘de boa’, procuramos não encucar tanto com a vida e, se tivermos que encucar, vamos fazer de modo mais engraçado e alto astral, sempre procurando amigos e apoio. Somos mais sedentos de informação também. Não paramos só com uma explicaçãozinha. Vamos atrás de tudo, a fundo, e acreditamos fielmente no que entendemos do assunto. Somos menos inocentes”.
Mas não eram as gerações regressas iguais em sentimentos e anseios? Sidnei Oliveira afirma que o que diferencia as gerações são as características comportamentais que os jovens adotam diante dos desafios que são apresentados de tempos em tempos. Ansiedade, falta de foco e rebeldia não se aplicam exclusivamente a uma geração, fazem parte dos jovens de qualquer época. “As diferenças se manifestam na forma como as pessoas reagem diante dos cenários transformados pelos avanços tecnológicos e sociais. O caso mais visível atualmente tem relação com o surgimento da internet, que é mais facilmente absorvida pelos mais jovens e certamente reflete a maior diferenciação comportamental entre as gerações.”
PARECE, MAS NÃO É
Quando tocamos na comparação entre as diferenças de uma geração para outra, uma das sensações mais frequentes é de que o tempo entre uma e outra está diminuindo. “Acredito que hoje o salto de uma geração para outra é mais rápido. Antes, a diferença era entre pais e filhos; agora, já podemos falar em gerações diferentes entre minhas filhas mais velhas (de 29 e 26 anos) e a caçula (16 anos). Elas passaram a adolescência sem celular, computador, internet, forno micro-ondas, com pouca gente falando sobre coleta seletiva ou casamento gay. O mundo da Sarah (26) e o da Júlia (16) já é muito diferente”, reflete Soninha.
Já Sidnei discorda: “Não acredito que o espaço tenha diminuído. O que de fato acontece é que as gerações estão ficando mais longas com o aumento da expectativa de vida, o que intensifica a convivência entre elas”.
Vocalista da banda de rock paulistana NX Zero e na estrada há mais de 12 anos, Di Ferreiro, 28, conta que o grupo tem fãs de todas as idades, mas principalmente um público muito fiel, que cresceu com eles. “Os nossos fãs, que antes estavam na escola, hoje estão na faculdade se formando ou trabalhando muito, e isso me deixa feliz! E tem também a geração mais nova, que cresceu e hoje pode ir aos shows. É muito legal poder ver tudo isso!” Para ele, os adolescentes de hoje estão bem mais ligados que os de sua época. “Eles têm acesso a todas as informações que quiserem, buscam participar do movimento político do país, são muito participativos.”
Com o processo de troca de informações sendo adaptado às convivências sociais, o acelerado ritmo de vida transformou completamente a forma como as pessoas estabelecem suas prioridades. Mas até que ponto a geração Y, como corre pela internet, irá salvar o mundo? Sidnei responde: “Não sei se podemos afirmar que a geração Y irá salvar o mundo, mas certamente ela terá que lidar com problemas complexos, principalmente aqueles ligados à escassez de recursos (exemplo: água, alimentos, combustíveis fósseis) e os conectados ao meio ambiente. Além disso, é a primeira geração que terá que lidar com uma população idosa sem precedentes.”
No campo do trabalho, a energia característica da juventude e também a ousadia para quebrar paradigmas e promover inovações já estão diferenciando o comportamento do mercado hipercompetitivo. “Não adianta contratar jovens para inovar e depois exigir deles que façam seu trabalho somente de acordo com os procedimentos que ‘sempre foram assim e sempre deram resultados’. O jovem da geração Y não convive com esse tipo de cenário por muito tempo e isso tem provocado o aumento nos índices de rotatividade das empresas – entenda-se aumento dos custos de qualificação e reposição do quadro de funcionários”, finaliza Sidnei.
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Reportagem por:
Clariana Zanutto /
02/10/2013
Fonte: http://www.revistadacultura.com.br/revistadacultura/
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