Leonardo Aguiar - Cirurgião plástico selecionado para evento na Nasa sobre medicina
Para
o cirurgião plástico Leonardo Aguiar, catarinense que se formou na
Universidade Católica de Pelotas (UCPel), a saúde não está apenas no
bem-estar biológico do paciente, mas também nas esferas psicológica,
social e ecológica. Baseado nessa ideia, Aguiar desenvolveu um conceito
de co-criação na medicina, no qual o paciente deve ser o agente
principal da saúde. Foi esse projeto que permitiu que as portas da Nasa
(agência espacial americana) se abrissem a ele.
Aprendiz de Ivo Pitanguy, referência mundial em cirurgia plástica, o médico que hoje atua em Blumenau foi um dos 80 escolhidos para participar do FutureMed, evento de capacitação para uso de alta tecnologia na medicina que vai ocorrer neste mês no Parque de Pesquisa da Nasa, no Vale do Silício, Estados Unidos. Serão cinco dias dentro do parque, uma rotina que vai envolver atividades físicas, workshops, palestras e o contato com os melhores médicos e empresas de alta tecnologia do planeta.
Jornal de Santa Catarina – Como funciona o conceito de co-criação que chamou a atenção da Nasa?
Leonardo Aguiar – Em toda cirurgia, independentemente se é plástica ou não, o paciente precisa se envolver no processo. Hoje em dia, eu, como médico, preciso entender da saúde e, principalmente, da rotina do meu paciente. Também preciso saber quais são os valores, as inclinações e as intenções que ele tem com o tratamento que vai fazer e os impactos da cirurgia na família do paciente. Preciso entender e conhecer todas essas características do paciente para montar o diagnóstico. E ele precisa colaborar comigo, ser o principal agente da saúde.
JSC – Desde quando você trabalha com esse conceito?
Aguiar – Desde 2010, senti a necessidade de aplicá-lo na minha clínica. Quando trabalhava no Rio com o Pitanguy, aprendi como esse conceito deveria funcionar. Lá havia toda uma estrutura, com nutricionistas, psicólogos, anestesistas, cirurgiões etc. Por mais que fosse uma clínica de cirurgia plástica, era uma equipe multidisciplinar voltada para cuidar do paciente. Aqui, o processo foi acontecendo, eu sentia quais pacientes estavam preparados e comprometidos com a cirurgia. Se ele precisasse perder peso, deveria cuidar da saúde e emagrecer. Se tinha de parar de fumar, precisava realmente parar. O paciente tem de se comprometer para que eu possa dar continuidade no tratamento. Com ajuda dele, preciso trazê-lo para o estado mais saudável possível.
JSC – Como foi a aceitação do processo com os pacientes?
Aguiar – Há muitos pacientes que gostam, mas outros não aceitam e desistem, porque querem algo mais fácil e rápido. Existem aqueles que não têm tempo de marcar uma consulta médica. Nesses casos, se não parar a vida dele para se cuidar, então está errado. Eu desmarco e não opero.
JSC – Qual é o resultado de quem se compromete?
Aguiar – Quem colabora no processo de co-criação tem 140% de felicidade no pós-cirúrgico, que muda toda a vida da pessoa. Ensino o paciente a tomar conta da vida dele. Porque, ao passar por uma operação, o mundo vai ter de girar ao redor dele. As pessoas ao redor têm que entender, e a pessoa tem de se cuidar. A pessoa precisa se sentir dona do que está fazendo. Isso gera no paciente um poder muito forte e recupera sua autoestima.
JSC – O que o senhor pensa sobre a busca desenfreada pela beleza?
Aguiar – Quando a pessoa busca a beleza desenfreada, ela busca algo que está por trás disso. Ao parar para se cuidar, ela para e consegue ver e sentir o que realmente precisa. Às vezes, só quer se sentir melhor. As pessoas querem viver mais e melhor. Nós queremos apenas estar bem com nós mesmos.
JSC – Como a experiência na Nasa vai contribuir na sua vida como médico?
Aguiar – Sabe o que é o mais genial? Tudo que vou aprender lá, mesmo com tanta tecnologia, com as melhores empresas do mundo de tecnologia juntas, é melhorar o contato humano entre médico e paciente. Hoje tudo está muito virtual, muito rápido. Todo o foco de lá é encontrar formas de potencializar o contato humano. Esse contato entre as pessoas nenhuma máquina substitui.
Formado pela UCPel, Aguiar levará suas ideias para a FutureMed, nos EUA
Aprendiz de Ivo Pitanguy, referência mundial em cirurgia plástica, o médico que hoje atua em Blumenau foi um dos 80 escolhidos para participar do FutureMed, evento de capacitação para uso de alta tecnologia na medicina que vai ocorrer neste mês no Parque de Pesquisa da Nasa, no Vale do Silício, Estados Unidos. Serão cinco dias dentro do parque, uma rotina que vai envolver atividades físicas, workshops, palestras e o contato com os melhores médicos e empresas de alta tecnologia do planeta.
Jornal de Santa Catarina – Como funciona o conceito de co-criação que chamou a atenção da Nasa?
Leonardo Aguiar – Em toda cirurgia, independentemente se é plástica ou não, o paciente precisa se envolver no processo. Hoje em dia, eu, como médico, preciso entender da saúde e, principalmente, da rotina do meu paciente. Também preciso saber quais são os valores, as inclinações e as intenções que ele tem com o tratamento que vai fazer e os impactos da cirurgia na família do paciente. Preciso entender e conhecer todas essas características do paciente para montar o diagnóstico. E ele precisa colaborar comigo, ser o principal agente da saúde.
JSC – Desde quando você trabalha com esse conceito?
Aguiar – Desde 2010, senti a necessidade de aplicá-lo na minha clínica. Quando trabalhava no Rio com o Pitanguy, aprendi como esse conceito deveria funcionar. Lá havia toda uma estrutura, com nutricionistas, psicólogos, anestesistas, cirurgiões etc. Por mais que fosse uma clínica de cirurgia plástica, era uma equipe multidisciplinar voltada para cuidar do paciente. Aqui, o processo foi acontecendo, eu sentia quais pacientes estavam preparados e comprometidos com a cirurgia. Se ele precisasse perder peso, deveria cuidar da saúde e emagrecer. Se tinha de parar de fumar, precisava realmente parar. O paciente tem de se comprometer para que eu possa dar continuidade no tratamento. Com ajuda dele, preciso trazê-lo para o estado mais saudável possível.
JSC – Como foi a aceitação do processo com os pacientes?
Aguiar – Há muitos pacientes que gostam, mas outros não aceitam e desistem, porque querem algo mais fácil e rápido. Existem aqueles que não têm tempo de marcar uma consulta médica. Nesses casos, se não parar a vida dele para se cuidar, então está errado. Eu desmarco e não opero.
JSC – Qual é o resultado de quem se compromete?
Aguiar – Quem colabora no processo de co-criação tem 140% de felicidade no pós-cirúrgico, que muda toda a vida da pessoa. Ensino o paciente a tomar conta da vida dele. Porque, ao passar por uma operação, o mundo vai ter de girar ao redor dele. As pessoas ao redor têm que entender, e a pessoa tem de se cuidar. A pessoa precisa se sentir dona do que está fazendo. Isso gera no paciente um poder muito forte e recupera sua autoestima.
JSC – O que o senhor pensa sobre a busca desenfreada pela beleza?
Aguiar – Quando a pessoa busca a beleza desenfreada, ela busca algo que está por trás disso. Ao parar para se cuidar, ela para e consegue ver e sentir o que realmente precisa. Às vezes, só quer se sentir melhor. As pessoas querem viver mais e melhor. Nós queremos apenas estar bem com nós mesmos.
JSC – Como a experiência na Nasa vai contribuir na sua vida como médico?
Aguiar – Sabe o que é o mais genial? Tudo que vou aprender lá, mesmo com tanta tecnologia, com as melhores empresas do mundo de tecnologia juntas, é melhorar o contato humano entre médico e paciente. Hoje tudo está muito virtual, muito rápido. Todo o foco de lá é encontrar formas de potencializar o contato humano. Esse contato entre as pessoas nenhuma máquina substitui.
Formado pela UCPel, Aguiar levará suas ideias para a FutureMed, nos EUA
------------------------
Reportagem por FERNANDA RIBAS
Fonte: ZH on line, 02/02/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário