segunda-feira, 15 de abril de 2013

Não se pode anunciar o Evangelho sem o testemunho coerente da própria vida

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Excertos da homilia que o papa Francisco proferiu este domingo na basílica de São Paulo Fora de Muros, em Roma, onde vincou que o anúncio da fé é inseparável de comportamentos coerentes com as convicções cristãs.

«Será que somos capazes de levar a palavra de Deus ao ambiente em que vivemos? Sabemos como falar de Cristo, do que ele representa para nós, nas nossas famílias, entre as pessoas que fazem parte de nossa vida diária? A fé nasce da escuta, e é reforçada pela proclamação.»

«A proclamação feita por Pedro e os Apóstolos não consiste simplesmente de palavras: a fidelidade a Cristo afeta inteiramente as suas vidas, que são alteradas e ficam com uma nova direção, e é através das suas vidas que dão testemunho da fé e da proclamação de Cristo.»
«Não podemos alimentar o rebanho de Deus se não nos deixarmos levar pela vontade de Deus, mesmo quando preferimos não ir, a não ser que estejamos preparados para dar testemunho de Cristo com o dom de nós mesmos, sem reservas, não de forma calculista, às vezes mesmo com o custo de nossas vidas. Mas isto aplica-se a todos: todos nós temos que anunciar e testemunhar o Evangelho.»

«Todos nós nos devemos perguntar: como é que eu dou testemunho de Cristo através da minha fé? Tenho a coragem de Pedro e dos outros Apóstolos para pensar, escolher e viver como cristão, obediente a Deus?»

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REUTERS/Max Rossi

«O testemunho de fé acontece de maneiras muito diversas; assim como num grande fresco, há variedade de cores e tons, mas todos eles são importantes, mesmo aqueles que não se destacam. No grande plano de Deus cada detalhe é importante, até mesmo o vosso, até mesmo o meu humilde e pequeno testemunho, até mesmo o testemunho oculto daqueles que vivem a sua fé com simplicidade nas relações familiares quotidianas, relações de trabalho, amizades. São os santos de cada dia, os santos "escondidos", uma espécie de "classe média de santidade" à qual todos nós podemos pertencer.»

«Mas em diferentes partes do mundo há também aqueles que sofrem, como Pedro e os Apóstolos, por conta do Evangelho; há aqueles que dão as suas vidas a fim de permanecerem fiéis a Cristo por meio de um testemunho marcado pelo derramamento de seu sangue. Recordemos todos: não se pode anunciar o Evangelho de Jesus sem o testemunho tangível da sua vida.»
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REUTERS/Max Rossi

«A inconsistência por parte de pastores e dos fiéis entre o que dizem e o que fazem, entre a palavra e o modo de vida, está a minar a credibilidade da Igreja.»

«Isto é importante para nós: viver uma intensa relação com Jesus, uma intimidade de diálogo e de vida, de tal forma a reconhecê-lo como "o Senhor", e adorá-lo.»

«Vós, eu, adoramos o Senhor? Voltamo-nos para Deus apenas para pedir coisas, para lhe agradecer ou também nos voltamos para Ele para o adorar? O que significa, então, adorar a Deus? Significa aprender a estar com ele, significa que paramos de tentar dialogar com Ele, e significa sentir que a sua presença é o mais verdadeiro, o bem maior, o mais importante de tudo.»

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REUTERS/Max Rossi

«Temos de nos esvaziar dos pequenos ou grandes ídolos que temos e nos quais nos refugiamos. nos quais muitas vezes procuramos basear a nossa segurança. São ídolos que às vezes mantemos bem escondidos; podem ser ambição, o gosto pelo sucesso, colocarmo-nos no centro, a tendência para dominar os outros, a pretensão de sermos os únicos dominadores das nossas vidas, alguns pecados a que estamos ligados, e muitos outros.»

«Adorar despoja-nos dos nossos ídolos, mesmo dos mais ocultos, e faz-nos escolher o Senhor como o centro, como a estrada das nossas vidas.»

Papa Francisco
Roma, 14.4.2013
© SNPC | 14.04.13

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