O escritor John Banville vai lançar o romance “Luz Antiga” na Flip David Levenson / Getty Images
- Premiado autor irlandês participa, em julho, do evento em Paraty ao lado da americana Lydia Davis
RIO - Em seu novo romance que será lançado sábado agora no Brasil,
“Luz antiga” (selo Biblioteca Azul da Globo Livros), o escritor irlandês
John Banville já abre a história de maneira direta, deixando claro o
que o leitor pode encontrar: “Billy Gray era o meu melhor amigo, e me
apaixonei pela mãe dele.”
Foi também com esse jeito direto, ora assumindo sua incapacidade de explicar seu processo literário, ora divagando sobre a construção da forma em seus romances, que Banville conversou, por telefone, com o GLOBO. Um dos principais autores da atualidade, vencedor do Booker Prize em 2005 por “O mar” (Nova Fronteira), Banville estará na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em julho, para participar de uma mesa ao lado da americana Lydia Davis — os ingressos para assistir ao encontro, na Tenda dos Autores, esgotaram-se ontem mesmo, horas após o início das vendas.
Quando o senhor escreveu o primeiro livro com o personagem Alexander Cleave (“Luz antiga” dá sequência às histórias de “Eclipse” e “Shroud”, ambos inéditos no Brasil), já havia planejado que a história se desenvolveria numa trilogia ou essa necessidade de voltar ao personagem apareceu com o tempo?
Eu adoraria poder afirmar que planejei tudo e que sabia exatamente o que estava fazendo, mas a verdade é que eu trabalho na escuridão. Nunca sei o que vou fazer, nem mesmo sei por que eu faço. Quando era jovem, costumava achar que tinha o controle de tudo o que fazia, mas hoje sei que não é assim.
Mas o que motivou o senhor a escrever novamente sobre Cleave em “Luz antiga”?
Eu nunca sei dizer bem como é o nascimento de um livro, nem mesmo me lembro de quando tive a ideia para escrevê-lo. Uma coisa boa de quem é religioso é que é sempre possível dizer que a inspiração vem de Deus, mas não é meu caso. Olhando para trás, só consigo me lembrar dos momentos em que o livro já está em curso. Vinte ou 30 anos atrás, eu responderia a essas perguntas com uma história muito precisa, mas a idade, em vez de clarear as coisas, só deixa tudo mais confuso. Não é simples achar explicação para o que acontece no processo literário.
Insistindo um pouco nesse processo, o senhor segue alguma linha quando escreve? Uma preocupação maior com algum ponto específico do romance, talvez o ritmo, talvez a forma ou mesmo o desenvolvimento da própria história?
Acho que essa eu consigo responder (risos). Há sempre um tipo de forma idiomática na minha cabeça. É um sentimento de tensão espacial que ronda o cérebro, e que eu preciso expressar. Quando eu escrevo um livro, o que surge primeiro é essa forma, mas é uma forma sem uma forma. Talvez isso não faça muito sentido, eu sei, mas o que tento fazer é dar um formato mais definido para essa forma sem forma. A história e os personagens servem para dar corpo ao livro, mas tudo sempre parte da forma. É como seu eu tivesse um tumor que precisasse ser removido do cérebro. O ponto é achar uma forma para expressar a voz caótica que está na cabeça.
E como o senhor faz para alcançar essa forma? Como é sua rotina de trabalho?
Eu sou bastante organizado. Pareço um prisioneiro que só come pão com queijo, bebe água e tem intervalos curtos e regulares. Mas há uma vantagem de ser um autor de prosa. Anos atrás, eu estive na América participando de um programa de escritores com dois poetas europeus, um finlandês e outro belga. Encontrei com eles pela manhã no restaurante do hotel e combinei de jantarmos à noite. Quando voltei, os dois estavam na mesma posição, bebendo uns drinques. Perguntei se eles não tinham saído de lá, e eles disseram: “Nós somos poetas, precisamos esperar aparecer alguma ideia. Não é como você, que se senta e escreve sua prosa”. E é verdade, eu posso simplesmente sair escrevendo e reescrevendo. Não é tão difícil.
Na Flip, a mesa da qual o senhor vai participar, junto com a americana Lydia Davis, é sobre o tema “limites da prosa”. O senhor já sabe do que vai tratar?
Estou aterrorizado. Acho que nós dois vamos nos olhar e dizer que não há limites para a prosa, o que acabaria com a mesa na hora. Então meu temor atual está relacionado aos poucos dias que tenho para pensar em alguma coisa para falar e ocupar o tempo de quem estiver lá. Mas considero a Lydia Davis fascinante em conseguir escrever aqueles pequenos fragmentos de história. Acho, até, que seus textos se aproximam mais da poesia do que da prosa.
Em “Luz antiga”, e em boa parte de sua obra, o senhor lida com a memória dos personagens. São histórias inseridas dentro de outras histórias, um percurso entre o passado e o presente ficcional, de idas e vindas. Como é a construção dessa narrativa em cima da memória?
Toda ficção é sobre o passado. Os grandes romances europeus da Era Vitoriana eram históricos, eram tramas passadas décadas antes de serem escritas. É um tanto nova essa ideia de que se pode escrever sobre o cotidiano presente, mas acho isso muito difícil de entender. Um tempo precisa ser digerido com profundidade antes de ser explorado. Por exemplo, eu não acho que conseguiria escrever sobre os eventos envolvendo o ataque às Torres Gêmeas, porque não acho possível escrever sobre algo até que haja uma distância temporal maior.
Outra característica que é bastante explorada em “Luz antiga” é o luto dos personagens, de Alexander Cleave e de sua mulher. Que elementos o senhor buscou para tratar dessa dor? Alguma referência religiosa?
Eu lido com essas questões de maneira um pouco diferente. Eu sou pagão, não acredito no monoteísmo. Acho que o monoteísmo provoca um dano grande às pessoas, especialmente aos cristãos, o que aumenta a dor em caso de pecados ou de perdas pela morte. Nietzsche tinha um aforismo maravilhoso, em que dizia que só existiu um cristão no mundo e que ele morreu na cruz. Então, quando o cristianismo assumiu a posição do paganismo, foi um desastre. Os gregos antigos eram gênios extraordinários, que inventaram um sistema que colocava na conta dos deuses tudo o que acontecia com a gente. Tudo mesmo, qualquer fenômeno, era influência dos deuses. Não importa se era racional, mas era uma visão poética da realidade. Hoje, nós vivemos num mundo que separa completamente o paraíso do inferno. É um desastre.
Quando ganhou o Booker Prize em 2005, por “O mar”, o senhor disse que ficava satisfeito em ver uma obra de arte recebendo o prêmio.
Ah, já sei o que você vai perguntar. Tenho sido assombrado por esse comentário desde então. Eu fui mal interpretado, mas também quis dizer exatamente aquilo. Meu ponto é simples: insisti, durante toda minha vida, que um romance pode ser uma forma de arte, não apenas aquele grande monstro descrito pelo Henry James (James criticava os romances grandiosos do século XIX, comparando-os a monstros). E Henry James sempre foi minha maior influência. As pessoas gostam de dizer que minhas influências foram Beckett, Joyce ou Nabokov, mas acho que James inventou um tipo de narrativa que foi seguido por muitos depois. As pessoas foram abandonando James em nome de uma literatura de vanguarda, que seria mais colorida e excitante, mas James inventou uma escrita superior, que serviu de base para outros tempos e estilos literários.
Em 2006, o senhor publicou seu primeiro romance assumindo o pseudônimo de Benjamin Black, para lançar livros policiais. Por que achou necessário criar Black e não escrever essas publicações como Banville?
O que aconteceu foi que comecei a ler Georges Simenon, o que nunca tinha feito antes, e fiquei impressionado com seu vocabulário, sua narrativa e os diálogos daqueles personagens fortes. Era um tipo de literatura pela qual nunca havia me interessado. Gostei tanto que decidi que queria fazer algo daquele jeito, mas também queria que os leitores percebessem que não seria uma estratégia literária de marketing ou uma piada. Era uma aventura séria na qual eu estava disposto a embarcar. Então escolhi um pseudônimo, mas em momento algum escondi isso. Sempre deixei claro que era eu.
O senhor consegue enxergar diferenças entre a forma de escrita de Benjamin Black e a de John Banville?
Benjamin Black é um artesão. Banville tem a aspiração de ser um artista. Por isso, escrever como Black exige espontaneidade, enquanto escrever como Banville me exige muita concentração. São processos diferentes que resultam em livros bem diferentes. Agora mesmo, acabei de escrever um novo livro de Black, uma história que me foi encomendada com Philip Marlowe de protagonista (Marlowe foi o principal personagem de Raymond Chandler, escritor americano morto em 1959). Vai se chamar “The Black-eyed blonde”.
O senhor também escreve regularmente, para jornais e revistas, resenhas de livros. Acredita que a atividade de pensar a literatura feita por outros influencia seu trabalho como escritor?
Eu acho que não. É como a relação entre Benjamin Black e John Banville: eu separo completamente meu trabalho como jornalista de meu trabalho como escritor. Além disso, o que eu faço é escrever resenhas de livros, nunca faço críticas. São coisas bem diferentes. O crítico lida com os cânones da literatura. Já numa resenha, o que procuro fazer é mostrar para os leitores o que ele pode encontrar num livro que está prestes a ser publicado. É a opinião de um homem sobre um livro.
Certa vez, numa entrevista, o senhor disse que odiava todos os seus livros. Por quê?
Esse é outro ponto que também preciso esclarecer. Odeio meus livros porque são de certo modo ultrajantes. Eu me orgulho muito dos livros de Benjamin Black porque são um trabalho de artesão, feito com honestidade. Mas os de Banville são uma vergonha para mim porque têm uma aspiração artística difícil de se alcançar. Sempre digo, e preciso explicar que isso faz parte de uma ironia, que meus livros podem ser bons para todos os outros, só não os acho muito bons para mim
Foi também com esse jeito direto, ora assumindo sua incapacidade de explicar seu processo literário, ora divagando sobre a construção da forma em seus romances, que Banville conversou, por telefone, com o GLOBO. Um dos principais autores da atualidade, vencedor do Booker Prize em 2005 por “O mar” (Nova Fronteira), Banville estará na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em julho, para participar de uma mesa ao lado da americana Lydia Davis — os ingressos para assistir ao encontro, na Tenda dos Autores, esgotaram-se ontem mesmo, horas após o início das vendas.
Quando o senhor escreveu o primeiro livro com o personagem Alexander Cleave (“Luz antiga” dá sequência às histórias de “Eclipse” e “Shroud”, ambos inéditos no Brasil), já havia planejado que a história se desenvolveria numa trilogia ou essa necessidade de voltar ao personagem apareceu com o tempo?
Eu adoraria poder afirmar que planejei tudo e que sabia exatamente o que estava fazendo, mas a verdade é que eu trabalho na escuridão. Nunca sei o que vou fazer, nem mesmo sei por que eu faço. Quando era jovem, costumava achar que tinha o controle de tudo o que fazia, mas hoje sei que não é assim.
Mas o que motivou o senhor a escrever novamente sobre Cleave em “Luz antiga”?
Eu nunca sei dizer bem como é o nascimento de um livro, nem mesmo me lembro de quando tive a ideia para escrevê-lo. Uma coisa boa de quem é religioso é que é sempre possível dizer que a inspiração vem de Deus, mas não é meu caso. Olhando para trás, só consigo me lembrar dos momentos em que o livro já está em curso. Vinte ou 30 anos atrás, eu responderia a essas perguntas com uma história muito precisa, mas a idade, em vez de clarear as coisas, só deixa tudo mais confuso. Não é simples achar explicação para o que acontece no processo literário.
Insistindo um pouco nesse processo, o senhor segue alguma linha quando escreve? Uma preocupação maior com algum ponto específico do romance, talvez o ritmo, talvez a forma ou mesmo o desenvolvimento da própria história?
Acho que essa eu consigo responder (risos). Há sempre um tipo de forma idiomática na minha cabeça. É um sentimento de tensão espacial que ronda o cérebro, e que eu preciso expressar. Quando eu escrevo um livro, o que surge primeiro é essa forma, mas é uma forma sem uma forma. Talvez isso não faça muito sentido, eu sei, mas o que tento fazer é dar um formato mais definido para essa forma sem forma. A história e os personagens servem para dar corpo ao livro, mas tudo sempre parte da forma. É como seu eu tivesse um tumor que precisasse ser removido do cérebro. O ponto é achar uma forma para expressar a voz caótica que está na cabeça.
E como o senhor faz para alcançar essa forma? Como é sua rotina de trabalho?
Eu sou bastante organizado. Pareço um prisioneiro que só come pão com queijo, bebe água e tem intervalos curtos e regulares. Mas há uma vantagem de ser um autor de prosa. Anos atrás, eu estive na América participando de um programa de escritores com dois poetas europeus, um finlandês e outro belga. Encontrei com eles pela manhã no restaurante do hotel e combinei de jantarmos à noite. Quando voltei, os dois estavam na mesma posição, bebendo uns drinques. Perguntei se eles não tinham saído de lá, e eles disseram: “Nós somos poetas, precisamos esperar aparecer alguma ideia. Não é como você, que se senta e escreve sua prosa”. E é verdade, eu posso simplesmente sair escrevendo e reescrevendo. Não é tão difícil.
Na Flip, a mesa da qual o senhor vai participar, junto com a americana Lydia Davis, é sobre o tema “limites da prosa”. O senhor já sabe do que vai tratar?
Estou aterrorizado. Acho que nós dois vamos nos olhar e dizer que não há limites para a prosa, o que acabaria com a mesa na hora. Então meu temor atual está relacionado aos poucos dias que tenho para pensar em alguma coisa para falar e ocupar o tempo de quem estiver lá. Mas considero a Lydia Davis fascinante em conseguir escrever aqueles pequenos fragmentos de história. Acho, até, que seus textos se aproximam mais da poesia do que da prosa.
Em “Luz antiga”, e em boa parte de sua obra, o senhor lida com a memória dos personagens. São histórias inseridas dentro de outras histórias, um percurso entre o passado e o presente ficcional, de idas e vindas. Como é a construção dessa narrativa em cima da memória?
Toda ficção é sobre o passado. Os grandes romances europeus da Era Vitoriana eram históricos, eram tramas passadas décadas antes de serem escritas. É um tanto nova essa ideia de que se pode escrever sobre o cotidiano presente, mas acho isso muito difícil de entender. Um tempo precisa ser digerido com profundidade antes de ser explorado. Por exemplo, eu não acho que conseguiria escrever sobre os eventos envolvendo o ataque às Torres Gêmeas, porque não acho possível escrever sobre algo até que haja uma distância temporal maior.
Outra característica que é bastante explorada em “Luz antiga” é o luto dos personagens, de Alexander Cleave e de sua mulher. Que elementos o senhor buscou para tratar dessa dor? Alguma referência religiosa?
Eu lido com essas questões de maneira um pouco diferente. Eu sou pagão, não acredito no monoteísmo. Acho que o monoteísmo provoca um dano grande às pessoas, especialmente aos cristãos, o que aumenta a dor em caso de pecados ou de perdas pela morte. Nietzsche tinha um aforismo maravilhoso, em que dizia que só existiu um cristão no mundo e que ele morreu na cruz. Então, quando o cristianismo assumiu a posição do paganismo, foi um desastre. Os gregos antigos eram gênios extraordinários, que inventaram um sistema que colocava na conta dos deuses tudo o que acontecia com a gente. Tudo mesmo, qualquer fenômeno, era influência dos deuses. Não importa se era racional, mas era uma visão poética da realidade. Hoje, nós vivemos num mundo que separa completamente o paraíso do inferno. É um desastre.
Quando ganhou o Booker Prize em 2005, por “O mar”, o senhor disse que ficava satisfeito em ver uma obra de arte recebendo o prêmio.
Ah, já sei o que você vai perguntar. Tenho sido assombrado por esse comentário desde então. Eu fui mal interpretado, mas também quis dizer exatamente aquilo. Meu ponto é simples: insisti, durante toda minha vida, que um romance pode ser uma forma de arte, não apenas aquele grande monstro descrito pelo Henry James (James criticava os romances grandiosos do século XIX, comparando-os a monstros). E Henry James sempre foi minha maior influência. As pessoas gostam de dizer que minhas influências foram Beckett, Joyce ou Nabokov, mas acho que James inventou um tipo de narrativa que foi seguido por muitos depois. As pessoas foram abandonando James em nome de uma literatura de vanguarda, que seria mais colorida e excitante, mas James inventou uma escrita superior, que serviu de base para outros tempos e estilos literários.
Em 2006, o senhor publicou seu primeiro romance assumindo o pseudônimo de Benjamin Black, para lançar livros policiais. Por que achou necessário criar Black e não escrever essas publicações como Banville?
O que aconteceu foi que comecei a ler Georges Simenon, o que nunca tinha feito antes, e fiquei impressionado com seu vocabulário, sua narrativa e os diálogos daqueles personagens fortes. Era um tipo de literatura pela qual nunca havia me interessado. Gostei tanto que decidi que queria fazer algo daquele jeito, mas também queria que os leitores percebessem que não seria uma estratégia literária de marketing ou uma piada. Era uma aventura séria na qual eu estava disposto a embarcar. Então escolhi um pseudônimo, mas em momento algum escondi isso. Sempre deixei claro que era eu.
O senhor consegue enxergar diferenças entre a forma de escrita de Benjamin Black e a de John Banville?
Benjamin Black é um artesão. Banville tem a aspiração de ser um artista. Por isso, escrever como Black exige espontaneidade, enquanto escrever como Banville me exige muita concentração. São processos diferentes que resultam em livros bem diferentes. Agora mesmo, acabei de escrever um novo livro de Black, uma história que me foi encomendada com Philip Marlowe de protagonista (Marlowe foi o principal personagem de Raymond Chandler, escritor americano morto em 1959). Vai se chamar “The Black-eyed blonde”.
O senhor também escreve regularmente, para jornais e revistas, resenhas de livros. Acredita que a atividade de pensar a literatura feita por outros influencia seu trabalho como escritor?
Eu acho que não. É como a relação entre Benjamin Black e John Banville: eu separo completamente meu trabalho como jornalista de meu trabalho como escritor. Além disso, o que eu faço é escrever resenhas de livros, nunca faço críticas. São coisas bem diferentes. O crítico lida com os cânones da literatura. Já numa resenha, o que procuro fazer é mostrar para os leitores o que ele pode encontrar num livro que está prestes a ser publicado. É a opinião de um homem sobre um livro.
Certa vez, numa entrevista, o senhor disse que odiava todos os seus livros. Por quê?
Esse é outro ponto que também preciso esclarecer. Odeio meus livros porque são de certo modo ultrajantes. Eu me orgulho muito dos livros de Benjamin Black porque são um trabalho de artesão, feito com honestidade. Mas os de Banville são uma vergonha para mim porque têm uma aspiração artística difícil de se alcançar. Sempre digo, e preciso explicar que isso faz parte de uma ironia, que meus livros podem ser bons para todos os outros, só não os acho muito bons para mim
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