quinta-feira, 13 de junho de 2013

Fernando Pessoa e a Bíblia: uma relação «desassossegada»

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Casa Fernando Pessoa
A escritora Inês Pedrosa qualifica de «desassossegada» a relação que Fernando Pessoa (13.6.1888 - 30.11.1935) manteve com a Bíblia.

A questão da fé não era «acessória» para o autor do "Livro do Desassossego", referiu em abril de 2011 a diretora da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, aquando da primeira sessão do ciclo "A Bíblia, coisa curiosa".

«Era um homem completamente viciado em enigmas e por isso nunca se fixou numa religião, como nunca se fixaria a nada», lembrou Inês Pedrosa em declarações à Agência Ecclesia.
A multiplicidade de perspetivas em Pessoa condicionou o seu posicionamento face à religião: «Foi muita coisa em simultâneo e em catadupa», pelo que «nunca poderia dizer “Eu sou deste dogma”, dado que não saberia se amanhã acordaria assim».

«[Pessoa] tinha a noção do sagrado, como acho que os grandes artistas têm sempre», salientou, acrescentando que embora «não se possa dizer que fosse católico», era todavia «um homem de fé».
Para Inês Pedrosa, a evocação de Jesus que «desce do céu e vem brincar» com os humanos constitui um texto «realmente bíblico e sublime»: «Esse momento é particularmente forte e mostra bem o brilho» que a figura de Cristo tinha para Fernando Pessoa.

O padre Tolentino Mendonça lembrou na ocasião que Pessoa, através do heterónimo Álvaro de Campos, adjetivou a Bíblia de «coisa curiosa», uma forma que o poeta madeirense diz ser «muito acertada» para falar dos livros que a compõem.

«A Bíblia está na gestação de cultura, sendo comentada não apenas por teólogos e exegetas, mas também por músicos, poetas e pintores», realçou o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
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Casa Fernando Pessoa
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Reportagem por: Rui Martins
Agência Ecclesia, com SNPC
12.06.13

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