Marisa Faermann Eizirik*
Por
que dói o amor? Porque implica encontro e união e, também, desencontro e
desunião. Não pode aprisionar, nem ser aprisionado. É de sua natureza
ser fluxo, estar sempre pronto a se desfazer e refazer. O amor só é
eterno enquanto dura, diz Vinicius de Moraes. Só a duração é eterna.
Falar sobre o amor é abordar um dos temas mais recorrentes da vida humana e que todos experimentamos em alguma de suas formas. Difícil de ser conceituado, encontramos sua ambiguidade já na Grécia Clássica, em que o amor aparece em três vocábulos (eros, philia e agapè) que enfatizam não o que se ama, e sim, o tipo de relação que se estabelece.
Eros designa o amor acompanhado de desejo. Já a segunda palavra (philia) se refere ao amor por algo com o que nos associamos – podendo ser tanto amor a uma pessoa, como na relação de amizade, como amor a uma ideia ou valor, como na filosofia. Por fim, há a agapè, que se encontra relacionada a um valor específico, talvez próximo da “renúncia”. Seria um amor da ordem da ternura, sem reciprocidade, uma espécie de amor puro, como o amor ao próximo pregado pela tradição cristã da caridade.
Eros se relaciona diretamente com o desejo, que se apresenta como falta, na tradição platônica, ou como força, produção, na versão nietzschiana. Na primeira, surgem as questões: pode-se amar aquele que já se tem ou só o que nos faz falta? Como poderia alguém desejar o que já possui? Como se pode prescindir do que já se tem?
O amor em relação a algo (ou alguém) parece nascer de sua falta. Instala-se, assim, no imaginário coletivo, por séculos, a ideia do desejo como falta e, portanto, do amor como algo sempre oscilante entre a fartura e a saciedade, em uma busca constante. Mas o amor não é imune ao tempo e, nas flutua- ções da história e das revoluções que marcam a existência humana no Ocidente, vemos mutações nos modos de amar, com múltiplas práticas eróticas e formas amorosas se desenhando, a partir do exercício do amor como produção, energia, força, sempre em conflito, pois essa é a característica básica do amor enquanto fluxo – abundância e carência.
Na experiência contemporânea, vivemos a velocidade como um valor em si mesmo, com sutis e profundas repercussões no plano das relações e das práticas amorosas. Órfãos de nossas certezas, seguimos em busca de um chão menos escorregadio, de vínculos, se não estáveis, pelo menos intensos em seu significado afetivo. E não importa a dor, amar e se apaixonar é tudo porque a vida vale a pena.
Falar sobre o amor é abordar um dos temas mais recorrentes da vida humana e que todos experimentamos em alguma de suas formas. Difícil de ser conceituado, encontramos sua ambiguidade já na Grécia Clássica, em que o amor aparece em três vocábulos (eros, philia e agapè) que enfatizam não o que se ama, e sim, o tipo de relação que se estabelece.
Eros designa o amor acompanhado de desejo. Já a segunda palavra (philia) se refere ao amor por algo com o que nos associamos – podendo ser tanto amor a uma pessoa, como na relação de amizade, como amor a uma ideia ou valor, como na filosofia. Por fim, há a agapè, que se encontra relacionada a um valor específico, talvez próximo da “renúncia”. Seria um amor da ordem da ternura, sem reciprocidade, uma espécie de amor puro, como o amor ao próximo pregado pela tradição cristã da caridade.
Eros se relaciona diretamente com o desejo, que se apresenta como falta, na tradição platônica, ou como força, produção, na versão nietzschiana. Na primeira, surgem as questões: pode-se amar aquele que já se tem ou só o que nos faz falta? Como poderia alguém desejar o que já possui? Como se pode prescindir do que já se tem?
O amor em relação a algo (ou alguém) parece nascer de sua falta. Instala-se, assim, no imaginário coletivo, por séculos, a ideia do desejo como falta e, portanto, do amor como algo sempre oscilante entre a fartura e a saciedade, em uma busca constante. Mas o amor não é imune ao tempo e, nas flutua- ções da história e das revoluções que marcam a existência humana no Ocidente, vemos mutações nos modos de amar, com múltiplas práticas eróticas e formas amorosas se desenhando, a partir do exercício do amor como produção, energia, força, sempre em conflito, pois essa é a característica básica do amor enquanto fluxo – abundância e carência.
Na experiência contemporânea, vivemos a velocidade como um valor em si mesmo, com sutis e profundas repercussões no plano das relações e das práticas amorosas. Órfãos de nossas certezas, seguimos em busca de um chão menos escorregadio, de vínculos, se não estáveis, pelo menos intensos em seu significado afetivo. E não importa a dor, amar e se apaixonar é tudo porque a vida vale a pena.
---------------
*Psicóloga, mestre e doutora em Educação – UFRGSFonte: ZH on line, 12/06/2013
Imagem da Interent
Nenhum comentário:
Postar um comentário