Passamos boa parte de nossas vidas enganando a nós
mesmos. Salvo algumas pessoas que já saíram da areia movediça da
inércia, a maioria de nós ainda afunda quando é solicitada a pensar
diferente e a agir diferente. Dizemos, por exemplo, que precisamos ler
mais e não lemos; dizemos que precisamos cuidar mais de nossos
relacionamentos e não cuidamos; dizemos que precisamos fazer mais
exercícios físicos e não fazemos. Criamos uma cultura intelectual na
qual somente pensar nas coisas que deveríamos fazer já nos sacia. Dessa
forma, acabamos não fazendo o que de fato precisamos fazer.
Aprendemos a esperar. Falamos mais do que fazemos. O
quanto deixamos todos os dias, por conta disso, de produzir mais? O
quanto deixamos de criar relacionamentos mais satisfatórios? Quanto
tempo perdemos no emaranhado de nossos próprios medos e incompreensões?
Esse é o crime perfeito: a capacidade de nos enganarmos e acharmos que
essa é a maneira certa de viver.
Às vezes, pensamos que somos incapazes diante de uma
situação, quando, na realidade, a falsa incapacidade é apenas um convite
para o desenvolvimento. Perdemos, muitas vezes, a oportunidade de
aprender a agir e a nos tornar mais maduros. Por muito tempo – e para
muitos de nós – o neocórtex do cérebro, a nossa parte “humana” e
pensante, foi estimulado com comandos para somente obedecer e não
pensar. Aqueles que ousavam desobedecer eram punidos. Tudo era mecânico.
As relações interpessoais, por sua vez, começaram a se tornar
insuportáveis. Como somos constantemente convidados pelas circunstâncias
de nossas vidas a crescer, precisamos de pessoas capazes de nos guiar
por caminhos que levam à sustentabilidade dos relacionamentos e do mundo
em que vivemos. Precisamos ousar pensar diferente para, enfim, termos a
chance de vivermos de forma diferente.
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FONTE:https://blu180.mail.live.com/
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