Luiz Felipe Pondé*
A esquerda está em pânico porque estava acostumada a dominar o debate público
Se eu pregar que todos que discordam de mim devem morrer ou ficarem
trancados em casa com medo, eu sou um genocida que usa o nome da
política como desculpa para genocídio. No século 20, a maioria dos
assassinos em massa fez isso.
O Brasil, sim, precisa de política. Não se resolve o drama que estamos
vivendo com polícia apenas. Mas me desespera ver que estamos na
pré-história discutindo ideias do "século passado". Tem gente que ainda
relaciona "socialismo e liberdade", como se a experiência histórica não
provasse o contrário. Parece papo das assembleias da PUC do passado,
manipuladoras e autoritárias, como sempre.
O ditador socialista Maduro está espancando gente contra o socialismo
nas ruas da Venezuela. Ele pode? Alguns setores do pensamento político
brasileiro são mesmo atrasados, e querem que pensemos que a esquerda
representa a liberdade. Mentira.
A maioria de nós, pelo menos quem é responsável pelo seu sustento e da
sua família, não concorda com o socialismo autoritário que a "nova"
esquerda atual quer impor ao país. A esquerda é totalitária. Quer nos
convencer que não, mas mente. Basta ver como reage ao encontrar gente
inteligente que não tem medo dela.
Ninguém precisa da esquerda para fazer uma sociedade ser menos terrível,
basta que os políticos sejam menos corruptos (os da esquerda quase
todos foram e são), que técnicos competentes cuidem da gestão pública e
que a economia seja deixada em paz, porque nós somos a economia, cada
vez que saímos de casa para gerar nosso sustento.
Ela, a esquerda, constrói para si a imagem de "humanista", de
superioridade moral, e de que quem discorda dela o faz porque é mau. Ela
está em pânico porque estava acostumada a dominar o debate público tido
como "inteligente" e agora está sendo obrigada a conviver com gente tão
preparada quanto ela (ou mais), que leu tanto quanto ela, que escreve
tanto quanto ela, que conhece seus cacoetes intelectuais, e sua história
assassina e autoritária.
Professores pautados por esta mentira filosófica chamada socialismo
mentem para os alunos sobre história e perseguem colegas, fechando o
mercado de trabalho, se definindo como os arautos da justiça, do bem e
do belo.
A esquerda nunca entendeu de gente real, mas facilmente ganha os mais
fragilizados com seu discurso mentiroso e sedutor, afirmando que, sim, a
vida pode ser garantida e que, sim, a sobrevivência virá facilmente se
você crer em seus ideólogos defensores da "violência criadora".
Ela sempre foi especialista em tornar as pessoas dependentes,
ressentidas, iludidas e incapazes de cuidar da sua própria vida. Ela ama
a preguiça, a inveja e a censura.
Recomendo a leitura do best-seller mundial, recém publicado no Brasil
pela editora Agir, "O Livro Politicamente Incorreto da Esquerda e do
Socialismo", escrito pelo professor Kevin D. Williamson, do King's
College, de Nova York. Esta pérola que desmente todas as "virtudes" que
muita gente atrasada ou mal-intencionada no Brasil está tentando nos
fazer acreditar mostra detalhes de como o socialismo impregnou
sociedades como a americana, degradou o meio ambiente, é militarista
(Fidel, Chávez, Maduro), e não deu certo nem na Suécia. O socialismo é
um "truque" de gente mau-caráter.
As pessoas, sim, estão insatisfeitas com o modo como a vida pública no
Brasil tem sido maltratada. Mas isso não faz delas seguidores de
intelectuais e artistas chiques da zona oeste de São Paulo ou da zona
sul do Rio de Janeiro.
A tragédia política no Brasil está inclusive no fato de que inexistem
opções partidárias que não sejam fisiológicas ou autoritárias do
espectro socialista. Nas próximas eleições teremos poucas esperanças
contra a desilusão geral do país.
E grande parte da intelligentsia que deveria dar essas opções está
cooptada pela falácia socialista, levando o país à beira de uma virada
para a pré-história política, fingindo que são vanguarda política. O
socialismo é tão pré-histórico quanto a escravatura.
Mas a esquerda não detém mais o monopólio do pensamento público no Brasil. Não temos mais medo dela.
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* Filósofo.
Fonte: Folha online, 24/02/2014
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