MARCOS INHAUSER*
Tenho uma forte influência do Foucault, pois creio que a verdade é a versão dos vitoriosos
Não tenho vocação para Poliana (a famosa protagonista da obra de Eleanor
H. Porter que via tudo “cor de rosa”). Estou mais para o cético que
duvida de tudo, no que pese o fato de ser uma pessoa de fé. Até no campo
da fé tenho minhas dúvidas e duvido das teologias que tem amplo apoio
popular, porque, como aprendi com Taleb (A Lógica do Cisne Negro), o
senso comum e as verdades maciçamente aderidas tem grande chance de ser
erro.
Ademais, como colunista (não sei se sou colunista por ser crítico ou se critico por ser colunista – uma questão shakespeariana), aguço meus olhos e senso crítico para, neste espaço, questionar certos senso comuns e verdades palacianas. Tenho uma forte influência do Foucault, pois creio que a verdade é a versão dos vitoriosos. A dos perdedores é a sub-versão. Talvez por isto eu admire e creia na Bíblia, pois é a memória histórica dos vencidos, dos pobres, da periferia.
Devo dizer que nesses dias ando meio de ressaca neste meu ceticismo. Há uma série de coisas que me fazem crer que algo novo anda acontecendo. Estou com o profeta Isaías quando diz: “Eis que estou a fazer uma coisa nova na terra, que logo vai acontecer, e, de repente, vocês a verão. Prepararei um caminho no deserto e farei com que estradas passem em terras secas” (Is 43:19).
Digo isto por uma série de acontecimentos que se deram nestes tempos e que, para mim, são sinais alentadores.
Um deles (já mencionado por mim neste espaço) é o julgamento do Mensalão e nesta semana a condenação do Dirceu, Genoíno e Delúbio. Como a grande maioria dos brasileiros, tinha meus receios de que a coisa acabaria em pizza. Ao ver a atuação do Toffoli e Lewandovski, temi pelo pior. Depois de salutares bate-bocas e até a saída do plenário do ministro revisor (o que evidencia, como bem disse o Ayres Brito, que não há conchavos ou acertos por baixo do pano), tem-se a condenação de um modelo de fazer política. Como bem lembrou um dos ministros (que não me recordo quem foi), o esquema quadrilheiro inviabilizava um dos poderes da República ao cooptar, mediante pagamentos, o livre exercício do legislativo.
Aliado ao fato de que a cúpula do PT tem se dedicado a criticar o STJ e a mídia (para alguns, o quarto poder) percebe-se a vocação totalitária desta casta petista. Só o Executivo comandado por eles é que é legítimo. Com o perdão do trocadilho, não era Genuíno, era Genoíno!
As virgens impolutas da ética política (nos tempos de oposição) se mostraram as prostitutas babilônicas nos tempos de reinação (no sentido ambíguo do termo): reinar = governar e reinar = brincadeira infantil em que se desafiam deliberadamente regras de comportamento estabelecidas ou certos limites impostos; travessura; traquinice.
Tal como alguns salmistas, eu me alegro com a derrota dos opressores e corruptos. Vou soltar rojão quando vir esta gente atrás das grades, porque meteram a mão no meu e no nosso dinheiro.
Ademais, como colunista (não sei se sou colunista por ser crítico ou se critico por ser colunista – uma questão shakespeariana), aguço meus olhos e senso crítico para, neste espaço, questionar certos senso comuns e verdades palacianas. Tenho uma forte influência do Foucault, pois creio que a verdade é a versão dos vitoriosos. A dos perdedores é a sub-versão. Talvez por isto eu admire e creia na Bíblia, pois é a memória histórica dos vencidos, dos pobres, da periferia.
Devo dizer que nesses dias ando meio de ressaca neste meu ceticismo. Há uma série de coisas que me fazem crer que algo novo anda acontecendo. Estou com o profeta Isaías quando diz: “Eis que estou a fazer uma coisa nova na terra, que logo vai acontecer, e, de repente, vocês a verão. Prepararei um caminho no deserto e farei com que estradas passem em terras secas” (Is 43:19).
Digo isto por uma série de acontecimentos que se deram nestes tempos e que, para mim, são sinais alentadores.
Um deles (já mencionado por mim neste espaço) é o julgamento do Mensalão e nesta semana a condenação do Dirceu, Genoíno e Delúbio. Como a grande maioria dos brasileiros, tinha meus receios de que a coisa acabaria em pizza. Ao ver a atuação do Toffoli e Lewandovski, temi pelo pior. Depois de salutares bate-bocas e até a saída do plenário do ministro revisor (o que evidencia, como bem disse o Ayres Brito, que não há conchavos ou acertos por baixo do pano), tem-se a condenação de um modelo de fazer política. Como bem lembrou um dos ministros (que não me recordo quem foi), o esquema quadrilheiro inviabilizava um dos poderes da República ao cooptar, mediante pagamentos, o livre exercício do legislativo.
Aliado ao fato de que a cúpula do PT tem se dedicado a criticar o STJ e a mídia (para alguns, o quarto poder) percebe-se a vocação totalitária desta casta petista. Só o Executivo comandado por eles é que é legítimo. Com o perdão do trocadilho, não era Genuíno, era Genoíno!
As virgens impolutas da ética política (nos tempos de oposição) se mostraram as prostitutas babilônicas nos tempos de reinação (no sentido ambíguo do termo): reinar = governar e reinar = brincadeira infantil em que se desafiam deliberadamente regras de comportamento estabelecidas ou certos limites impostos; travessura; traquinice.
Tal como alguns salmistas, eu me alegro com a derrota dos opressores e corruptos. Vou soltar rojão quando vir esta gente atrás das grades, porque meteram a mão no meu e no nosso dinheiro.
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* Colunista do Correio Popular
Fonte: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2012/11/colunistas/inhauser/10334-sinais-de-esperanca.html
Imagem da Internet
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